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Por — Rio de Janeiro

O tipo de reservatório onde foi anunciada, pela Petrobras, a descoberta de acumulação de petróleo em águas ultraprofundas da Bacia Potiguar, entre Ceará e Rio Grande do Norte, pode indicar grande potencial de óleo em toda a Margem Equatorial, região chamada de nova fronteira exploratória formada, além de Potiguar, pelas bacias da Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas e Ceará.

Segundo a estatal, o reservatório Anhangá é do tipo turbidítico, formado por arenitos que foram depositados por correntes marítimas no fundo do oceano há milhões de anos, durante a separação dos continentes.

Indícios de megarreserva

Na avaliação do geólogo Pedro Zalán, fundador da Zag Consultoria, o anúncio feito pela estatal é importante, pois representa a primeira evidência de uma descoberta no mesmo tipo de reservatório presente em países como a Guiana e Suriname, além de Costa do Marfim e Gana, ambos na África.

—A descoberta é muito importante, pois é em reservatórios turbidíticos. A Petrobras não informou o tamanho, mas se a perfuração a 2.196 metros de profundidade mostrou petróleo na Bacia Potigar, que está muito mais longe da Guiana, imagina o potencial ao lado da fronteira com a Guiana Francesa. O fato de ter alcançado uma profundidade tão grande pode indicar uma megarreserva — diz Zalán, que presta consultoria para empresas de sísmica da Europa.

Descoberta inédita

A estatal disse ontem, em comunicado, que a constatação de reservatórios turbidíticos portadores de petróleo é inédita na Bacia Potiguar. Para o geólogo André Pires Negrão, professor do Instituto de Geociência da Universidade de São Paulo (USP), isso demonstra o potencial em toda a Margem Equatorial. A produção na Guiana, por exemplo, deve atingir a produção de 1,5 milhão de barris entre 2030 e 2031, de acordo com estimativas de consultorias.

Onde está a margem equatorial e a nova descoberta da Petrobras no Rio Grande do Norte — Foto: Arte O Globo
Onde está a margem equatorial e a nova descoberta da Petrobras no Rio Grande do Norte — Foto: Arte O Globo

Formação anterior à deriva dos continentes

Segundo Negrão, as bacias da Margem Equatorial e de outros locais como Guiana, Suriname e costa da África estão no mesmo contexto tectônico da abertura do Oceano Atlântico quando os continentes estavam juntos.

— Há uma correlação, pois essas bacias são geneticamente ligadas, produtos do mesmo processo de separação dos continentes. Esse tipo de formação geológica tem ainda continuidade lateral, já que os reservatórios turbidíticos estão presentes em quase toda a costa do Brasil — explica Negrão.

Poço do período Cretáceo, de 100 milhões de anos

Zalán afirma que esse tipo de reservatório é verificado em campos nas Bacias de Santos, Espírito Santo, Campos e Sergipe-Alagoas. De acordo com a estatal, o poço exploratório Anhangá é da idade Albiana, que faz parte do período Cretáceo, entre 100 milhões e 110 milhões de anos atrás.

— O valor da descoberta não é nem o tamanho (da reserva). Ela apenas confirma esse tipo de geologia — afirma Zalán.

A Petrobras decidiu fazer poços exploratórios em Potiguar enquanto aguarda o aval do Ibama para perfurar um primeiro poço na Bacia da Foz do Amazonas. A exploração na região é considerada polêmica e já dividiu o governo. Em janeiro, a estatal havia perfurado um poço em Pitu Oeste, na Bacia Potiguar e a cerca de 24 km de Anhangá. Na ocasião, a estatal disse ter identificado a presença de hidrocarboneto, mas “inconclusivo quanto à viabilidade econômica”.

Segundo Zalan, além de Pitu Oeste, Pitu (onde a estatal encontrou indícios de petróleo em 2014) tem reservatórios do tipo rifte, com rochas menos porosas:

— O pré-sal vai entrar em declínio, e o país vai começar a importar petróleo se não tomar providências agora.

Distante 78 quilômetros da costa

A descoberta fica a 78km da costa e a 250km de Natal. A sonda usada para perfurar os poços na Bacia Potiguar é a mesma que seria destinada para a Foz do Amazonas.

A estatal dará continuidade às atividades exploratórias em Anhangá para avaliar a qualidade dos reservatórios e sua viabilidade econômica. Em seguida, a expectativa, segundo fontes, é que a sonda vá para a Bacia de Campos.

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