Finanças
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Por — Rio de Janeiro

O dólar comercial encerrou esta quarta-feira cotado a R$ 5,56, representando uma queda de 1,71% em apenas um dia. É a primeira vez que o câmbio recua em quatro pregões. A moeda americana se desvalorizou globalmente e chegou a bater R$ 5,54 na mínima do dia após o presidente Lula dizer que "responsabilidade fiscal é um compromisso" do governo e que o Executivo "não joga dinheiro fora" durante o lançamento do Plano Safra para a agricultura familiar e poucas horas depois de ter se reunido, no Palácio da Alvorada, com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o que também animou o mercado.

As falas de Lula vão na contramão do que o presidente tem dito nas últimas semanas sobre política fiscal e monetária. Ele vem criticando a atuação do Banco Central e colocando em dúvida a intenção do governo de cortar gastos.

Ao ser indagado sobre a queda do dólar, o ministro da Fazenda respondeu:

-- Comunicação bem feita melhora tudo.

Para Felipe Garcia, chefe da mesa de operações do C6 Bank, apesar da mudança de postura do Lula ter contribuído para ampliar a queda do dólar nesta quarta, só haverá uma melhora consistente no câmbio quando medidas concretas para atingir o equilíbrio fiscal forem anunciadas, e quando cessar o excesso de críticas por parte do presidente.

— Essa moderação na fala do Lula, reafirmando compromisso com o arcabouço fiscal, é importante. Pode ser o início de um processo (de melhora), mas o mercado só vai continuar melhorando com medidas concretas na área fiscal e quando parar esse excesso de críticas — ele avalia.

Flavio Serrano, economista-chefe do Banco BMG, explica que uma sinalização mais clara de que a meta fiscal será cumprida neste ano (ou que ao menos há a intenção do governo de correr atrás disso) é importante para o mercado porque esse tem sido o principal fator de depreciação dos ativos.

— Essa moeda está elevada demais para os fundamentos de contas externas do Brasil, mas com risco do descumprimento fiscal, maior inflação e maior interferência (do governo) em setores ou no BC acaba fazendo com que a moeda fique mais fraca, o que aconteceu de abril para cá. Mas hoje tivemos um reforço de que fiscal é sim importante e algo será feito para chegar no objetivo, e isso tende a ter um efeito positivo no mercado — ele diz.

Diego Costa, diretor de câmbio para o norte e nordeste da B&T câmbio, vê que as últimas falas de Haddad e da ministra Simone Tebet, mostram uma preocupação em alinhar os interesses do governo com o arcabouço fiscal, apesar de ainda haver receio no mercado e de não ter nenhuma proposta concreta até o momento.

— A alta do dólar não é reflexo de piora no cenário macroeconômico, tanto doméstico quanto externo, mas dos riscos fiscais e da política local, o que aumenta as dúvidas do mercado sobre o compromisso do governo com o arcabouço fiscal e a sucessão no Banco Central — ele diz. Costa também afirma que o dólar pode começar a recuar se houver um direcionamento mais claro do governo sobre esses pontos de incerteza.

Alívio no cenário externo

O desempenho do câmbio nesta quarta também foi favorecido pelo cenário externo, após dados da economia americana sugerindo uma desaceleração na inflação derrubarem a moeda americana globalmente. De um total de 23 moedas de países emergentes acompanhadas pela Bloomberg, 19 se valorizaram frente ao dólar e quatro encerraram na estabilidade.

O real foi a moeda que mais se valorizou frente ao dólar entre países emergentes nesta quarta, acumulando uma alta de 2,22%. Até então, o câmbio teve uma valorização de 14,75% no ano.

Os pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos ficaram em 238 mil na semana passada, acima da expectativa do mercado e da leitura anterior. Além disso, o PMI (um indicador que varia de 0 a 100 pontos e mede a atividade econômica) do setor de serviços americano medido pelo Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês) caiu para 48,8 pontos no mês passado, abaixo do esperado pelos analistas e ante 53,8 em maio. Abaixo da marca de 50 pontos, indica retração. Acima, expansão da atividade econômica.

Ainda de acordo com dados divulgados mais cedo, no mês passado, o setor privado dos Estados Unidos criou 150 mil empregos, mostrou uma pesquisa realizada pela Automatic Data Processing (ADP) em relação com o Stanford Digital Lab, também abaixo das expectativas do mercado.

Esses dados contribuiu para aumentar a expectativa no mercado de que haverá espaço para o Federal Reserve (o banco central americano) reduzir as taxas de juros ainda neste ano, algo muito antecipado pelo mercado para 2024, mas que esbarrou em dados de inflação e mercado de trabalho mais fortes do que o esperado até então.

O otimismo desta quarta vem em linha com um um PCE (principal indicador de inflação acompanhado pelo Federal Reserve, o banco central americano) mais fraco na última sexta-feira e após o presidente do Fed, Jerome Powell dizer nesta semana que os Estados Unidos estão caminhando para a desinflação, o que pode indicar queda de juros à frente.

Os ativos nem ao mesmo reagiram à ata da última reunião do Fomc (comitê de política monetária do Fed), que ocorreu no dia 12 de junho e foi divulgada nesta tarde, com um tom mais restritivo sobre o controle da inflação. Os diretores do BC americano disseram estar no aguardo de mais evidências de que a economia americana está desacelerando e divididos sobre quanto tempo ainda é necessário até começar a reduzir os juros.

— Essa ata não foi muito relevante porque é de uma reunião antiga, de um mês atrás, então não reflete mais o cenário atual, por isso não impactou muito, ainda mais após o discurso do Powell ontem de que a economia americana está perdendo força e com os números vindo melhores — avalia André Duarte, economista da Occam.

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