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Por , Em The New York Times

RESUMO

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GERADO EM: 08/07/2024 - 10:39

Sucesso de Santana e Rob Thomas

A música Smooth de Santana, em parceria com Rob Thomas, é considerada a maior de rock de todos os tempos. A canção foi um sucesso comercial e premiado, trazendo uma mistura de influências latinas e africanas. Santana e Thomas planejam futuras colaborações e uma possível turnê juntos.

"Para apreciar de verdade a canção 'Smooth', você tem de aceitar que ela é brega, isso é fato", disse o cantor Rob Thomas. A voz dele é a de um barítono suave, como se estivesse imitando um locutor publicitário ou um DJ noturno de uma rádio qualquer. "Man, it's a hot one" (Cara, isso é quente), ele cantarolou, recitando com dramaticidade os primeiros versos da canção.

"Smooth", de 1999, foi a música de trabalho de "Supernatural", o álbum de retorno de Santana e de seu líder, Carlos Santana. A banda do guitarrista nascido no México sempre foi tratada com reverência, chamada de uma força inovadora na música, desde sua estreia em 1969. Tinha, em seu repertório, vários sucessos nas rádios de rock, incluindo "Evil ways", "Black magic woman" e "Oye como va". Mas Santana não emplacava um single no Top 40 desde 1982, e, com Britney Spears, Backstreet Boys e Christina Aguilera dominando as paradas, não parecia haver muito espaço para um ídolo da guitarra com 51 anos, na época.

O chefe da Arista Records, Clive Davis, planejou "Supernatural" de modo a obter o máximo efeito comercial, e trouxe para a banda artistas mais jovens, incluindo Lauryn Hill, Dave Matthews e, claro, Rob Thomas, cuja banda de pop-rock, Matchbox Twenty, tinha acabado de lançar quatro singles que fizeram muito sucesso já no primeiro álbum, "Yourself or someone like you".

As maquinações de Davis funcionaram: em 2000, "Smooth" alcançou o primeiro lugar em outubro e manteve a posição durante 12 semanas. Mas a vida depois da morte dos zumbis da faixa é o que mais distingue "Smooth". Isso gerou um meme inexplicavelmente engraçado por meio de camisetas que traziam estampadas a enorme frase: "Eu preferiria estar ouvindo o hit de Santana 'Smooth', de 1999, vencedor do Grammy, com participação de Rob Thomas, do Matchbox Twenty, que está no álbum multi-platina 'Supernatural'." Até o fim do mês passado, a canção tinha sido tocada um milhão de vezes nas rádios americanas, traduzindo-se em um alcance de audiência de 13,2 bilhões, segundo dados da Luminate, a principal plataforma analítica de tendências sobre comportamentos, filmes, televisão e música. Recentemente, em apenas uma semana, "Smooth" foi ouvida nas ondas do rádio por cinco milhões de pessoas.

Você pode comprar bonecos de ação de Thomas e Santana no Etsy (loja de produtos vintage) ou encontrar um vídeo de "Smooth" cantado no estilo da banda B-52. Quando o sol explodir, a vida humana expirar e apenas as baratas permanecerem na Terra, estas vão construir uma estação de rádio e manter "Smooth" tocando na mesma frequência.

— Gravamos em uma tomada, e no meio dela o tempo congelou e entrei em um vórtice. E eu dizia a mim mesmo: "Nossa! Isso é grande" — recorda Santana.

A revista "Billboard" a classificou como a terceira música mais popular desde 1958, conforme medido pelas posições ponderadas nas paradas de sucesso. Vem atrás de "Blinding lights", faixa de R&B contemporâneo dos anos 1980 do grupo Weeknd, e "The Twist", de 1960, cantada por Chubby Checker, que (me desculpe, Checker) é uma música cômica. Em outras palavras, quero dizer que "Smooth" é a música de rock de maior sucesso. De todos os tempos.

Por quê?

— O assunto está sempre fora do tempo. É o amante e o amado. O amor é uma coisa de que precisamos muito no rádio. Porque, para onde quer que você olhe, há mais filmes de exorcistas, mais Satanás, mais Lúcifer — afirmou Santana em entrevista por telefone de Las Vegas, onde faz uma temporada de longa data no House of Blues.

Carlos Santana lançou seu último disco em outubro do ano passado — Foto: Marylène Eytier / Divulgação
Carlos Santana lançou seu último disco em outubro do ano passado — Foto: Marylène Eytier / Divulgação

A bioengenharia da canção foi escrita por um ex-músico de acid jazz chamado Itaal Shur, mas Santana não gostou da letra, por isso Thomas "ficou um pouco chapado", contou ele, e escreveu novas palavras e melodias. Então, ele e Shur a reformularam, colocando um gancho depois do outro. Thomas sempre disse que escreveu "Smooth" pensando em Marisol Maldonado, modelo nascida no Queens, de ascendência porto-riquenha, com quem é casado desde 1999.

— Há algo mágico em nosso relacionamento. Somos uma grande história de amor — disse Thomas sobre sua esposa durante uma animada videoentrevista em sua casa no condado de Westchester.

O cantor revelou que começou a escrever a letra não sobre Maldonado, mas sobre o próprio Carlos Santana. Grande parte do refrão — "You're so smooth" e "It's just like the ocean under the moon" (algo como "Você é tão suave" e "É como o oceano sob a lua") — foi inspirada na maneira como ele via o guitarrista:

— Era tudo a respeito de Carlos. Mas, como não queria fazer uma música em que eu cantasse para ele, eu a reformulei. "Smooth" foi escrita para ser colocada em um cartaz dizendo: "Este é o amor que tenho."

Quase todas as músicas de "Supernatural" são do gênero guajira, ritmo afro-cubano "elaborado para fazer os amantes se divertirem. Não há nada mais sensual ou delicioso do que uma guajira. Deixa as mulheres loucas", comentou Santana.

O arranjo de "Smooth" inclui congas, timbales, chocalho e guiro, instrumentos amplamente associados à música latina. Mas Santana zombou da sugestão de que a música tenha um toque latino:

— "Latino" é uma palavra que veio de Hollywood, cunhada para qualificar amantes latinos como Fernando Lamas e Cesar Romero. Para nós, são apenas ritmos africanos. Minha música é 90% africana.

Embora "Smooth" tenha se beneficiado do vento favorável soprado pelo sucesso de estrelas como Ricky Martin, Jennifer Lopez e Marc Anthony, uma das razões pelas quais ela tem sido ouvida ao longo de tanto tempo é sua peça central: a guitarra.

A faixa salta quase imediatamente de uma pequena ideia musical que dá origem ao solo: um lick serpenteante e distorcido de Santana que fica no primeiro plano da mixagem.

— Está estruturado em torno da estrela da música, que é Carlos. Sua guitarra é o evento principal — disse Thomas.

Entre outras coisas, "Smooth" é um dos últimos vestígios de como as músicas foram escritas na era do rock.

— Vinte e cinco anos atrás, a estrutura das músicas era muito diferente das que as rádios pop tocam agora. Hoje as músicas são mais curtas, não há muitas pontes nem solos de guitarra — acrescentou.

A frase de Thomas no primeiro refrão ("Se você disser que esta vida não é bastante boa") é maliciosa e convincente porque é quase uma frase dobrada. Sua reprise sincopada é incomum. Thomas disse que ela se parece mais com uma linha de metais do que com um vocal, e faz com que a voz dele saia sem fôlego, como a de alguém que acaba de correr. O efeito é ardente e sincero, em vez de suave.

— Sou alimentado pelo que não é suave — confirmou.

Santana e Thomas se beneficiaram tremendamente de "Smooth". O álbum "Supernatural" vendeu mais de 15 milhões de cópias nos Estados Unidos e ganhou nove Grammys, recorde que superou até mesmo "Thriller", de Michael Jackson. E, disse Thomas, as pessoas pararam de confundi-lo nas ruas. Antes o paravam perguntando, com o olhar confuso, se ele era o cantor dos Goo Goo Dolls ou do Third Eye Blind.

Os dois parceiros, nascidos com 25 anos de diferença, têm personalidade muito distinta. Santana é um transcendentalista que fala em metáforas poéticas e diz coisas como "Deus é meu agente" e "Desde que nasci, fui ordenado e ungido".

— Tudo que Carlos diz parece letra de música — observou Thomas.

O guitarrista mexicano Carlos Santana — Foto: Divulgação/Maryanne Bilham
O guitarrista mexicano Carlos Santana — Foto: Divulgação/Maryanne Bilham

Por outro lado, Thomas é um sentimentalista de espírito livre e risada pronta que conta histórias sobre o dia em que cantou "Smooth" no karaokê ou com uma banda em uma festa de casamento. No que diz respeito às estrelas do rock, ele é o Mick Jagger que tira sarro de si mesmo, e até conta uma anedota sobre a vez em que Jagger sugeriu que ele trocasse a camisa azul feia que estava vestindo, mas Thomas não entendeu imediatamente a dica.

Thomas e Santana mantêm contato por telefone e discutem outras colaborações.

— Conversamos o tempo todo sobre fazer uma turnê juntos. Há pelo menos cinco ou seis álbuns diferentes que ele quer que façamos — comentou Thomas. O próximo passo será visitar Santana, no Havaí, e escrever as canções.

— Podemos sentar na praia, beber tequila, fumar haxixe e inventar músicas pop medíocres que durarão para sempre — disse ele com uma risada marota.

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