Cultura
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Por — Rio de Janeiro

Um dos grupos mais enigmáticos da música portuguesa enfim baixa no Brasil, para shows no Rio de Janeiro (esta quarta, no Manouche) e em São Paulo (sexta, no Sesc Pompeia); a apresentação de sábado, em Porto Alegre, no Instituto Ling foi cancelada por causa das chuvas. Com quatro álbuns lançados, Bruno Pernadas faz uma sofisticada revisão de gêneros musicais americanos, italianos e brasileiros dos anos 1960, com doces harmonias vocais e velhos sintetizadores, misturados a estilos posteriores da música dançante musical.

Bossa, lounge music, jazz, folk, rock psicodélico, música para cinema, discoteque, funk, afrobeats... tem um pedacinho saboroso de quase tudo nesta que é a criação do guitarrista, compositor e arranjador lisboeta Bruno Jorge de Oliveira Pernadas, de 41 anos.

— Eu já usava o meu nome para assinar projetos ligados à música mas que não eram propriamente shows, como era o caso das encomendas que eu recebia de trilhas para cinema e televisão - conta o músico, formado em jazz pela Escola Superior de Música de Lisboa. — Depois do primeiro show, fiz uma lista com possíveis nomes para para o projeto, mas até chegarmos a fazer a capa do álbum, nenhum deles fazia muito sentido. Só na hora H de enviar os discos para fábrica eu assumi que ia assinar para o resto da minha vida com meu nome tudo que fossem projetos meus. Há pessoas que acham estranho, porque sempre associam o líder ao cantor das bandas, e eu não sou o cantor, mas a pessoa que compõe todas as músicas.

Nos álbuns “How can we be joyful in a world full of knowledge” (2014), “Those who throw objects at the crocodiles will be asked to retrieve them” (2016), “Worst summer ever” (2016) e “Private reasons” (2021), as canções são invariavelmente cantadas em inglês. O que até faz sentido para um grupo que é mais ouvido nos Estados Unidos e no Reino Unido do que em Portugal.

— Há pessoas que não entendem isso e outras que percebem perfeitamente a razão. É muito simples: quando começamos a fazer música havia muito influência da Inglaterra e dos Estados Unidos em Portugal, então era mais fácil escrever letras e criar melodias em inglês — explica Bruno. — Na adolescência, eu ouvia muito (os grupos britânicos) Stereolab e Broadcast, mas, por causa do cinema, eu acabei ouvindo também tudo o que o Tim (Gane, guitarrista e fundador) do Stereolab ouvia, que são todos os compositores italianos que trabalharam em trilhas sonoras, como o Vittorio Paltrinieri e o Bruno Nicolai, e entre os mais famosos, Nino Rotta e Ennio Morricone. Isso, além do rock progressivo da Inglaterra e da Alemanha.

Ele acredita que, assim como o Stereolab nos anos 1990, de repente ele mesmo não está fazendo nada de muito original com a sua banda.

— Talvez o que haja de original é a nossa a nossa visão e a nossa linguagem pessoal, aplicadas a essas linguagens que foram criadas nos anos 1960 — admite.

E a música brasileira também ocupa uma boa porção da receita do Bruno Pernadas. Quando na escola de música, ele e Margarida Campelo (cantora do grupo, de quem chegou a produzir o álbum solo “Supermarket Joy") fizeram parte de um grupo de MPB mais voltado para os experimentos de Hermeto Pascoal e de Guinga. Desde criança, como muitos portugueses, Bruno ouvia Maria Bethânia, Gal Costa, Elis Regina e Marilia Medalha. Depois, descobriu outros músicos brasileiros mais “fora da caixa” como Piry Reis (de quem deve tocar uma música no show), Tânia Maria e Arthur Verocai.

— Como é a primeira vez do grupo no Brasil, vou tentar fazer um set list que acompanha um bocadinho esse percurso nos últimos 10 anos, de o início até esse último álbum — diz o músico, que já esteve em 2012 no Circo Voador com a banda de baile Real Combo Lisbonense, em uma noite ao lado da Orquestra Imperial, e que compôs a trilha “Glória”, série portuguesa sobre espionagem, ambientada nos anos 1960, que pode ser vista por aqui na Netflix.

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