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Está no ar, no canal dos Beatles no YouTube, um documentário de 12 minutos intitulado “Now and then — The last Beatles song”, que registra os bastidores da última música inédita dos Fab Four. Escrito e dirigido por Oliver Murray, o curta conta a história por trás da canção baseada em uma gravação deixada por John Lennon, com comentários exclusivos de Paul McCartney , Ringo Starr, George Harrison, Sean Ono, o diretor Peter Jackson e registros do próprio Lennon.

No vídeo, McCartney conta como a banda achou que a banda havia acabado definitivamente com o assassinato de Lennon, em 1980. Mas que sua viúva, Yoko Ono, havia descoberto uma gravação sua, numa fita da década de 1970. A demo de John Lennon foi trabalhada pela primeira vez em 1995, por Paul, Ringo e George (1943-2001), como parte do projeto The Beatles Anthology , mas permaneceu inacabada, por conta dos desafios tecnológicos com o vocal deixado por John em fita.

Da fita, saíram as faixas “Free as a bird” e “Real love”, lançadas na coletânea “Beatles Anthology” (1995). Os três beatles sobreviventes trabalharam as músicas no estúdio com o produtor Jeff Lynne (membro da Electric Light Orchestra e companheiro de George no estrelado projeto The Traveling Wilburys, ao lado de pesos-pesados como Bob Dylan e Roy Orbison), mas a tecnologia da época não permitia que voz e piano de “Now and then” pudessem ser isolados e unidos a outros instrumentos para um lançamento profissional.

Em 2022, um sistema de software desenvolvido por Peter Jackson e sua equipe para a produção da série documental "Get back" finalmente abriu caminho para a separação da voz de John do piano, que pôde ser unida ao baixo e ao piano de Paul (que também escreveu mais versos), à bateria de Ringo, a guitarras de George recuperadas das sessões de 1995.

Em agosto, numa entrevista exclusiva ao GLOBO, McCartney falou sobre a possibilidade de usar a IA para gravar uma última música do quarteto, incluindo a voz de John:

— Uma coisa é você usar a inteligência artificial para fingir que é a minha voz cantando “God only knows”, e há muito disso na internet. Outra é usá-la para limpar tecnicamente algumas gravações, e isso é muito bom. Os técnicos foram capazes de isolar a voz, então parecia que tínhamos voltado para a gravação original. Foi ótimo, tínhamos a voz de John muito clara e bonita.

Quando Paul McCartney anunciou a vontade de recuperar a fita de John Lennon para lançar uma última música, os fãs ficaram não só eufóricos, mas também questionaram e, alguns, criticaram a decisão de Paul. O artista chegou a se pronunciar em seu perfil nas redes sociais.

“Vimos um pouco de confusão e especulações. Parece haver muito trabalho de adivinhação por aí. Não posso dizer muito nesta fase, mas para ser claro, nada foi criado artificialmente ou sinteticamente”, explicou McCartney. “É tudo real e todos nós tocamos na faixa. Limpamos algumas gravações pré-existentes — um processo que durou anos. Esperamos que você ame tanto quanto nós”, finalizou o cantor.

'Cápsula do tempo'

No vídeo, Sean Lennon, fiilho do Beatle e Yoko Ono, defendeu o uso da IA e classificou a música como uma “cápsula do tempo”:

– A voz de é realmente do meu pai, de uma gravação caseira dele, em cassete, de 1977. A inteligência artificial foi usada apenas como uma ferramenta para limpar a gravação.

Além de “Get back”, disponível para streaming na Apple, a tecnologia também foi usada no relançamento do clássico “Revolver” (originalmente de 1966, remasterizado e remixado em 2022), ao lado de outro produtor, Giles Martin – isso mesmo, filho do maestro George Martin, colaborador histórico da banda, morto em 2016.

– Lá estava ela, a voz de John, cristalina – diz no minidoc Paul, que no dia 30 de novembro começa, em Brasília, mais uma turnê pelo Brasil, que chega ao Maracanã no dia 16 de dezembro. – É muito emocionante. Todos nós estamos lá, é uma gravação genuína dos Beatles. Estar trabalhando em 2023 com o grupo, e prestes a lançar uma canção que o público ainda não ouviu, é muito empolgante.

A viúva de George, Olivia, deu sua aprovação e lembrou os trabalhos em 1995, na época de “Anthology”:

– Na ocasião, George achou que as questões técnicas eram intransponíveis – lembrou ela. – Mas se ele estivesse aqui hoje, sabemos, Dhani (filho do casal) e eu, que ele se uniria de coração a Paul e Ringo para completar a gravação de “Now and then”.

No filme, as vozes de Paul, Ringo, Martin, Sean e são ilustradas por imagens de diferentes épocas e contam como conheceram a tecnologia através de Peter Jackson, que explica como a voz de John foi isolada do piano (o problema em 1995 era separar os dois sons; o piano do ex-companheiro foi reproduzido por Paul, que também gravou um solo de guitarra slide no estilo de George, em homenagem ao amigo). O hiperprodutivo Macca ainda teve a ideia de criar um acordo de cordas, assinado pelo Martin júnior.

– Fizemos partituras para os músicos, mas não podíamos dizer a eles que era uma nova canção dos Beatles – conta Paul no filme. – Ficou em segredo. Dissemos que era uma música minha.

Todos os depoimentos são encharcados de emoção, é claro.

– Foi espetacular vê-los trabalhando juntos pela última vez, com a gravação que meu pai deixou, tanto tempo depois de sua partida (em 1980) – lembra Sean.

'Tudo graças a você'

No trecho de “Now and then” disponível no filme, John canta: “I know it's true/It's all because of you/And if I make it through/It's all because of you”.

(“Sei que é verdade/ É tudo graças a você/ E se eu conseguir/ É tudo graças a você”, em tradução livre).

– As pessoas têm a impressão de que meu pai parou com a música para me criar – diz Sean, nascido em 1975. – É verdade que ele não fez mais shows, mas estava sempre tocando e cantando em casa, no Edifício Dakota.

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