Música
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Por Silvio Essinger — Rio de Janeiro

Dez anos atrás, não havia quem não tivesse ouvido falar de Ronaldo Jorge Silva, o Naldo: o espetacular sucesso de canções como “Amor de chocolate”, “Chantilly” e “Se joga” fizeram dele o grande astro da música brasileira de verão, com uma vertente pop do funk carioca que parecia ter chegado para ficar (e que de fato se consagraria, logo depois, com Anitta e Ludmilla).

Só que os anos seguintes não seriam generosos com o cantor: entre um disco que não deu certo (“#sarniô”, de 2015, com uma capa feita por Romero Britto e participação até de Mano Brown, dos Racionais MC’s), problemas pessoais, shows vazios e cachês baixos, ele chegou a 2016 protagonizando um lamentável incidente: bateu boca com o público em um show em Lambari (MG) e precisou sair às pressas do local, diante da fúria dos presentes. Era, segundo Naldo, “o fundo do poço”.

— Cheguei no horário que a minha equipe tinha me passado, a casa estava lotada, era open bar, e o público estava me xingando. Foi uma logística muito mal montada, eu sabia que não estava errado. Saí do palco, a galera ficou doida e quebrou as coisas. Isso nunca mais saiu da cabeça e enfim eu vi que tinha erros de gestão — conta o artista. — Acho que tive grandes acertos, mas grandes erros também. Comecei trabalhando com pessoas do meio. Depois, quando aconteci, quis botar um staff meu, grande parte dele com gente da minha família. E nisso, quando problemas aconteceram, eles não souberam conduzir, ficou tudo nas minhas costas.

Volta por cima

Mas isso é passado, porque Naldo está de volta ao (bom) sucesso. Hoje, aos 44 anos, o garoto da favela da Maré que sonhava em ser cantor e dançarino (e que despontou no funk ao lado do irmão, com a dupla Naldo & Lula) figura no Top 50 Brasil do Spotify com a canção “Love, love”, dividida com a cantora paulistana Melody e o DJ e produtor carioca Matheus Alves. Um piseiro com sample de “Kiss kiss”, do ídolo americano Chris Brown, que Matheus trouxe para o amigo apostando na força dos memes que, nos últimos meses, deram a Naldo uma avassaladora (embora bem-humorada) fama de mentiroso.

— Tudo começou quando participei de um programa na Rede TV, um programa que nem era para ter tido essa repercussão toda. Só que pegaram uma parte dele em que falo sobre quando conheci Chris Brown, em Nova York, e começaram a fazer meme — conta Naldo (ele e Brown já se seguiam no Instagram e, na ocasião, quando chegou perto do americano, este teria dito ao seu segurança: “esse aqui é meu irmão, deixa ele aqui!”). — Aí vinha uma pessoa, postava uma foto com a Beyoncé e escrevia “essa aqui é minha irmã!”. Ou com o Faustão, ou com o (Lewis) Hamilton. “Deixa ele aqui, esse aqui é meu irmão!” Todo mundo postou isso!

E a coisa não ficou por aí. Amplificada por humoristas como Yuri Marçal e Maurício Meirelles, a zoação se realimentou de relatos de Naldo sobre como o gigante do basquete LeBron James (a quem foi apresentado pelo amigo e craque brasileiro Anderson Varejão, então na NBA) invejou um tênis Nike que ele calçava, e sobre o dia em que a grife esportiva o convidou a visitar um de seus escritórios, “um lugar especial para pessoas especiais”.

— Fiz aqui no Aterro do Flamengo um show de lançamento da camisa da Copa de 2014 do Brasil! Sempre que eu ia para os Estados Unidos, a Nike preparava um presente para mim. E aí me levaram nesse lugar — recorda-se o cantor que, num carnaval, no auge do sucesso, visitou o astro americano Will Smith no hotel Fasano, no Rio, e o levou à janela para ver a multidão na rua cantando “Amor de chocolate” (o vídeo circula até hoje na internet). — No início, fiquei muito puto com isso tudo. Depois do estrelato, quando não via nada acontecendo, só o pessoal zoando. Eu poderia ter ficado deprimido... a internet é cruel. Eu não tinha ninguém e estava lá, tomando tiro. Não respeitaram as minhas conquistas, a minha história!

Participação ‘fake’ em filme

Uma hora, Naldo relaxou. E entendeu que as brincadeiras, os memes, as frases de efeito (como “Confia!”) poderiam ser uma bela ferramenta de marketing. Recentemente, ele integrou uma campanha publicitária do filme “Air: história por trás do logo” — quem viu o trailer ficou intrigado com a participação fake do brasileiro nas cenas do longa que contam a origem do tênis Nike Air.

— Muita gente foi ao cinema achando que eu estava no filme. Tudo por conta das minhas histórias, de tão grandes que elas ficaram na internet — jura ele. — Isso renovou meu público. Hoje tem crianças tirando foto comigo na rua, assim como os caras de 30, e as mulheres. Eu fiz do limão uma limonada!

Agora, o cantor festeja a benção de uma agenda confortável, de 15 a 20 shows por mês (“no auge do sucesso teve um mês em que fiz 52 shows, não conseguia nem comer direito”) e o fato de a filha Vitória, de 8 anos, estar testemunhando o seu sucesso (“queria que ela dissesse: ‘o meu pai é!’, não ‘o meu pai foi’”). Em breve, Naldo volta com o funk “Taca” e parcerias com Djonga e Major RD:

— O que eu tô trazendo este verão é a essência do funk. Quero fazer com que o Rio de Janeiro sinta aquele calor nosso, de tirar a camisa, de ir pra praia e de ouvir a porrada na caixa de som.

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