Filmes
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Por Lucas Salgado — Gramado (RS)

"Mussum, o filmis", de Silvio Guindane, foi o grande vencedor do Festival de Cinema de Gramado de 2023 ao levar para casa o Kikito de melhor filme na cerimônia realizada na noite deste sábado (19), no Palácio dos Festivais. O longa levou ao todo seis Kikitos e uma menção honrosa, em uma noite em que três filmes dividiram os prêmios principais da noite, e outros três deixaram a premiação sem nenhuma estatueta.

Além do troféu principal, a cinebiografia do eterno trapalhão conquistou o prêmio de melhor filme pelo júri popular, o que foi comemorado pelo diretor.

— É muito emocionante conquistar o prêmio do público porque o nosso objetivo era mesmo fazer um filme para o público — disse Guindane, que também aproveitou a oportunidade para fazer uma defesa da cota de tela e para pedir a atenção do Senado Federal para votar o retorno da ferramenta. — Não adianta fazermos um filme para o público se não temos telas para apresentar para o público.

A noite foi de celebração para "Mussum, o filmis" e seu elenco, que era o mais empolgado no Palácio dos Festivais. Aílton Graça recebeu o Kikito de melhor ator, como era esperado, enquanto que Yuri Marçal e Neusa Borges receberam as estatuetas de ator coadjuvante e atriz coadjuvantes. Ao deixar o palco, o elenco do filme cantou animadamente "Tenha fé, pois amanhã um lindo dia vai nascer", canção dos Originais do Samba, aos gritos de "viva, Mussum".

Elenco de "Mussum, o filmis" comemora conquista do Festival de Gramado — Foto: Edison Vara/Agência Pressphoto
Elenco de "Mussum, o filmis" comemora conquista do Festival de Gramado — Foto: Edison Vara/Agência Pressphoto

Muito emocionado, Aílton agradeceu à família de Mussum por confiar em seu trabalho. Ele ficou dez anos envolvido no projeto.

— Sobre esse prêmio, eu queria agradecer aos filhos do Mussum, ao Antônio Carlos (Mussunzinho), ao Sandro e ao Augusto. Quando eles visitaram o set e me viram caracterizado, eles me abraçaram e me chamaram de pai. Eles viram o Mussum em mim e confiaram no meu trabalho — celebrou o ator.

O drama "Tia Virgínia" foi outro importante premiado, deixando a cerimônia com cinco Kikitos e uma menção honrosa, incluindo melhor roteiro para Fábio Meira e melhor atriz para Vera Holtz. Já "Mais pesado é o céu" levou quatro prêmios para casa, com destaque para o Kikito de melhor direção para Petrus Cariry.

"Angela", "Uma família feliz" e "O barulho da noite" deixaram Gramado sem estatuetas. Os vencedores foram escolhidos pelo júri formado pela roteirista Elena Soarez, a especialista em pós-produção de som Catarina Apolonio, o diretor Cristiano Burlan, o ator Fabrício Boliveira e a atriz Letícia Colin. O Festival de Gramado contou com curadoria do ator Caio Blat, do crítico e jornalista Marcos Santuario e da atriz argentina Soledad Villamil.

Dentre os documentários, o vencedor foi "Anhangabaú", de Lufe Bollini, enquanto que a mostra gaúcha terminou com a consagração de "Hamlet", de Zeca Brito. A noite contou ainda com um prêmio especial pelos 25 anos do Canal Brasil, responsável pela transmissão da cerimônia.

Na sexta, Gramado já havia anunciado os vencedores na mostra competitiva de curtas-metragens, que consagrou “Remendo”, de Roger Ghil, como o melhor curta segundo o júri oficial. Outro destaque dentre os curtas foi “Ela mora logo ali”, de Fabiano Barros e Rafael Rogante, premiado com três Kikitos: melhor filme pelo júri popular, melhor roteiro e melhor atriz para Agrael de Jesus.

A 51ª edição do evento ficou marcada pela triste despedida de Léa Garcia. A atriz de 90 anos, conhecida por papéis em filmes como “Orfeu negro”, além de inúmeras participações na TV, faleceu na última semana, em Gramado, onde estava para receber o Troféu Oscarito pelo conjunto da sua obra. A homenagem acabou entregue ao filho da atriz, Marcelo Garcia, que acompanhava a mãe na cidade.

O festival contou com outras marcantes homenagens ao longo da semana de programação. A atriz Ingrid Guimarães recebeu o Troféu Cidade de Gramado, a produtora Lucy Barreto levou para casa o Troféu Eduardo Abelin, a atriz Alice Braga ficou com o Kikito de Cristal e Laura Cardoso fechou o time com o Troféu Oscarito.

Confira a lista completa de premiados:

Mostra competitiva de longas-metragens de ficção

  • Melhor Filme: “Mussum, O Filmis”, de Silvio Guindane
  • Melhor Direção: Petrus Cariry, por “Mais Pesado é o Céu”
  • Melhor Ator: Aílton Graça, por “Mussum, O Filmis”
  • Melhor Atriz: Vera Holtz, por “Tia Virgínia”
  • Melhor Roteiro: Fábio Meira, por “Tia Virgínia”
  • Melhor Fotografia: Petrus Cariry, por “Mais Pesado é o Céu”
  • Melhor Montagem: Firmino Holanda e Petrus Cariry, por “Mais Pesado é o Céu”
  • Melhor Trilha Musical: Max de Castro, por “Mussum, O Filmis”
  • Melhor Direção de Arte: Ana Mara Abreu, por “Tia Virgínia”
  • Melhor Atriz Coadjuvante: Neusa Borges, por “Mussum, O Filmis”
  • Melhor Ator Coadjuvante: Yuri Marçal, “Mussum, O Filmis”
  • Melhor Desenho de Som: Rubem Valdés, por “Tia Virgínia”
  • Prêmio especial do júri: Ana Luiza Rios de “Mais Pesado é o Céu”
  • Menção Honrosa: Vera Valdez, por “Tia Virgínia”
  • Menção Honrosa: Martin Macias Trujillo, por “Mussum, O Filmis”
  • Júri da Crítica: “Tia Vírginia”, de Fábio Meira
  • Júri Popular: “Mussum, O Filmis”, de Silvio Guindane

Mostra competitiva de longas-metragens de documentário

  • Melhor Filme: “Anhangabaú”, de Lufe Bollini

Mostra competitiva de longas-metragens gaúchos

  • Melhor filme: “Hamlet”, de Zeca Brito
  • Melhor direção: Zeca Brito, por “Hamlet”
  • Melhor ator: Fredericco Restori, por “Hamlet”
  • Melhor atriz: Carol Martins, por “O Acidente”
  • Melhor roteiro: Marcelo Ilha Bordin e Bruno Carboni, de “O Acidente”
  • Melhor fotografia: Bruno Polidoro, Joba Migliorin, Lívia Pasqual e Zeca Brito, por “Hamlet”
  • Melhor direção de arte: Richard Tavares, de “O Acidente”
  • Melhor montagem: Jardel Machado Hermes, de “Hamlet”
  • Melhor desenho de som: Kiko Ferraz, Ricardo Costa e Cristian Vaz, por “Céu Aberto”
  • Melhor trilha musical: Rita Zart e Bruno Mad, por “Céu Aberto”
  • Júri Popular: “Sobreviventes do Pampa”, de Rogério Rodrigues

Mostra competitiva de curtas-metragens

  • Melhor Filme: "Remendo", de Roger Ghil
  • Melhor Filme pelo Júri Popular: "Ela Mora Logo Ali', de Fabiano Barros e Rafael Rogante
  • Melhor Direção: Mariana Jaspe, por "Deixa"
  • Melhor Roteiro: Fabiano Barros e Rafael Rogante, por "Ela Mora Logo Ali'
  • Melhor Atriz: Agrael de Jesus, por "Ela Mora Logo Ali"
  • Melhor Ator: Phillipe Coutinho, por "Sabão Líquido"
  • Prêmio Especial do Júri: "Mãri-Hi - A Árvore do Sonho"
  • Menção Honrosa: "Cama Vazia", de Fábio Rogério e Jean-Claude Bernardet
  • Melhor Curta Júri da Crítica: "Camaco", de Breno Alvarenga
  • Melhor Desenho de Som: Kiko Ferraz, por "Sabão Líquido"
  • Melhor Trilha Musical: Mano Teko e Aquahertz, por "Yãmî-Pá"
  • Melhor Direção de Arte: Felipe Spooka e Jacksciene Guedes, por "Casa de Bonecas"
  • Melhor Montagem: Luiza Garcia, por" Camaco"
  • Melhor Fotografia: Morzanel Iramari, por "Mãri-Hi - A árvore do Sonho"
  • Prêmio Canal Brasil: "Yãmî-Pá"

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