Sonar - A Escuta das Redes
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Um mergulho nas redes sociais para jogar luz sobre a política na internet.

Informações da coluna

Por O Globo

O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) saíram em defesa do pai depois que veio à tona um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) mostrando que Jair Bolsonaro recebeu R$ 17,2 milhões transferidos via Pix entre 1 de janeiro a 4 de julho deste ano. O documento diz que os valores são "atípicos" e se referem "provavelmente" à campanha de arrecadação feita por apoiadores do ex-presidente para pagar multas recebidas por ele nos últimos anos, como a de circular na rua sem máscaras durante a pandemia de Covid-19.

"Um assassinato de reputação sem precedentes contra o melhor presidente que o Brasil já teve! Reviram tudo, não encontram nada e mais uma vez quebram a cara", escreveu Flávio no Twitter, reclamando em seguida da divulgação das informações sobre a movimentação bancária do pai. "Nunca houve qualquer vazamento, quebra de sigilo ou exposição, sem embasamento, de nenhum ex-presidente na história do país, mas contra Bolsonaro vale tudo", afirmou.

"Sabe o que assusta? O tamanho da vaquinha espontânea feita por milhões de brasileiros ao presidente mais popular do país para ajudá-lo a pagar multas milionárias por estar na linha de frente na pandemia salvando vidas e empregos", prosseguiu o senador, que também encampou a retórica bolsonarista que associa o PT a ditaduras latinas. "Engana-se quem pensa que o Brasil está caminhando a passos largos rumo a Venezuela, Cuba e Nicarágua. O país já está nos 100m rasos e SEM BARREIRAS", frisou o parlamentar, acrescentando que "este crime terá que ser explicado".

Carlos Bolsonaro foi mais sucinto ao comentar o caso, mas seguiu a mesma linha do irmão. "Na democracia comunista relativa vale tudo! Já vivemos na Venezuela", disse o vereador, também no Twitter, ao compartilhar uma notícia sobre os R$ 17,2 milhões recebidos pelo pai.

Outro aliado que veio a público em defesa do ex-presidente foi Fabio Wajngarten, responsável pela Comunicação durante o governo Bolsonaro e atual advogado do ex-mandatário. "São inadmissíveis os vazamentos de quebras de sigilos financeiros de investigados no inquérito de 8/1 e ou de qualquer outra investigação sigilosa", declarou Wajngarten nas redes sociais. "Faz-se necessário identificar quem está entrando na tal sala cofre para que as medidas judiciais sejam tomadas. Quem vazou será criminalizado", prometeu o advogado.

Em nota, a defesa do próprio Bolsonaro afirmou que os valores depositados têm origem “lícita” e criticou o que chamou de “inaceitável e criminosa violação de sigilo bancário”. “A ampla publicização nos veículos de imprensa de tais informações consiste em insólita, inaceitável e criminosa violação de sigilo bancário, espécie, da qual é gênero, o direito à intimidade, protegido pela Constituição Federal no capítulo das garantias individuais do cidadão. Para que não se levantem suspeitas levianas e infundadas sobre a origem dos valores divulgados, a defesa informa que estes são provenientes de milhares de doações efetuadas via Pix por seus apoiadores, tendo, portanto, origem absolutamente lícita”, diz o texto, assinado pelos advogados Paulo da Cunha Bueno e Daniel Tesser, além de Fábio Wajngarten.

No início do ano, a chave Pix de Bolsonaro foi divulgada nas redes sociais de ex-ministros do seu governo e parlamentares do PL para impulsionar a campanha de arrecadação. A Justiça de São Paulo determinou o bloqueio de R$ 87.000 nas contas do ex-mandatário pelo não pagamento de multas aplicadas durante pandemia. As autuações se referem a três visitas que ele fez ao Estado em 2021.

O órgão de inteligência financeira rastreou, ao todo, 769.717 operações de Pix efetuadas em seis meses. Entre os principais doadores, figuram na lista uma empresária do agronegócio, com R$ 20 mil; um dono de uma companhia da construção civil, com R$ 10 mil; e um escritor, com R$ 10 mil, entre outros.

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