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Portugal visto de dentro por um jornalista carioca

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Gian Amato

Jornalista há mais de 20 anos, fez diversas coberturas internacionais por O Globo. Escreve de Portugal desde 2017.

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O declínio demográfico que levou à crise de mão de obra na Europa não poupa Portugal e exige soluções para atrair trabalhadores. Ao assumir que está em uma disputa global por talentos, a União Europeia (UE) prometeu o que vem sendo chamado de “Tinder” para empregos.

O programa se chama Reserva de Talentos da UE. Informalmente, foi renomeado de “Tinder” para empregos após apresentação feita em novembro, em Bruxelas. Segundo Margaritis Schinas, vice-presidente da Comissão Europeia, será mais fácil dar “match”.

— Será um divisor de águas: a primeira plataforma à escala da UE que estabelece a correspondência direta entre empregadores na UE e candidatos a emprego de todos os níveis de competências, em todo o mundo — disse Schinas no comunicado da Comissão.

Segundo a comissária europeia para os Assuntos Internos, Ylva Johansson, o espaço comum europeu tem hoje dez milhões de estrangeiros empregados e precisa de mais sete milhões de pessoas em idade ativa até 2030. Ela acredita que a plataforma abrirá portas.

— Complementa ainda mais os nossos esforços para tornar a UE mais atraente como destino para o talento — declarou Johansson.

O problema, de acordo com Schinas, são os concorrentes internacionais com poder econômico, como Estados Unidos, Canadá, Nova Zelândia e Austrália. Ele igualou a disputa por mão de obra à corrida por matérias-primas e energia.

O que o “Tinder” para empregos pretende é acelerar a conexão entre imigrantes em busca de oportunidades na Europa, de acordo com competências e qualificações, e empresas de tecnologia, construção civil, turismo e comunicação com dificuldades de contratar.

Para ganhar tempo, a UE vai usar como base a plataforma EURES, que serve para conectar empresas aos trabalhadores nascidos na Europa, ou com cidadania, e estrangeiros com permissão de trabalho e residência.

Os 27 Estados-membros, que têm políticas distintas em relação à flexibilização do trabalho imigrante, não são obrigados a participar. A Comissão Europeia pretende quebrar parte da resistência com fundos para formação profissional dos candidatos. Além de promover a ideia que a iniciativa pode reduzir a imigração irregular.

O projeto será debatido no Parlamento Europeu, que definirá as bases para a entrada em vigor.

Em Lisboa, o prefeito Carlos Moedas foi ao Brasil no último mês divulgar e ajudar a atrair empresas e investidores para a Fábrica de Unicórnios da cidade, que foi recém-eleita Capital Europeia da Inovação.

Inspirado pelo anúncio da abertura na capital de Portugal do centro de tecnologia da startup brasileira Quinto Andar, Moedas disse que já atraiu mais de 50 empresas tecnológicas.

— Conseguimos em um ano atrair mais de 54 empresas tecnológicas para Lisboa, entre elas unicórnios, ou seja, que valem mais de um bilhão de euros. Hoje, já temos um unicórnio brasileiro na nossa cidade, com escritórios, que é a Quinto Andar (imobiliária) — disse Moedas à agência “Lusa”.

O conjunto de empresas internacionais impulsionou a Fábrica de Unicórnios, uma vitrine que ajudou Lisboa a conquistar no início do mês o prêmio de inovação concedido pela Comissão Europeia.

Parte importante do ecossistema da Fábrica, o Startup Visa tem candidaturas abertas até dia 29 de dezembro para empresas que desejam ter a certificação de incubadoras. É um papel crucial para acelerar o crescimento e abrir portas às contratações de mão de obra estrangeira e atrair investidores e empreendedores internacionais.

Há um ano, Moedas assinou acordo bilateral de cooperação com São Paulo nas áreas de empreendedorismo, tecnologia, gestão, intercâmbio, saúde e limpeza urbana. Este ano, fechou acordo com Brasília, que virou cidade-irmã, assim como Rio e Salvador.

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