Malu Gaspar
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Malu Gaspar

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O comitê de investimentos da Petrobras discute nesta terça-feira (16) o cenário na companhia para os preços dos combustíveis no Brasil com cálculos bem diferentes dos utilizados pelo mercado.

A apresentação sobre a defasagem no preço em relação ao praticado no mercado internacional vai orientar a discussão sobre o assunto na reunião do conselho da próxima sexta-feira (19), em que os combustíveis são um ponto importante da pauta.

Os dados atualizados só serão conhecidos nesta tarde pelos integrantes do comitê, mas até a última quarta-feira (10) a defasagem da gasolina era calculada pela área financeira da Petrobras em 12% e a do diesel, 5%. De acordo com as estimativas apresentadas aos integrantes da administração, a defasagem estava "na margem", o que no jargão da companhia significa que ainda haveria espaço para suportar mais aumentos no mercado internacional.

Nesse mesmo dia, a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) calculava a diferença no diesel em 16% e na gasolina em 18%. Desde então, a cotação do petróleo continuou no patamar dos US$ 90 por barril. A do dólar, outro fator que influencia os preços no Brasil, subiu de R$ 4,94 para R$ 5,18, ou 5% – mesmo depois de um final de semana de tensão no Oriente Médio depois do ataque de drones a Israel por forças ligadas ao Irã.

Por isso, na expectativa de integrantes da gestão da Petrobras e de especialistas nesse mercado, não deve haver grande variação nos números internos.

A fórmula usada pela Petrobras é diferente da usada pelos importadores e leva em conta uma série de indicadores como o “custo alternativo do cliente” e o “valor marginal para a Petrobras”.

Ninguém fora da empresa sabe ao certo como esses dois fatores são calculados ou conhece essa conta a fundo, porque a Petrobras mantém sua fórmula de preços sob sigilo.

"Não se conhece a metodologia da Petrobras, então é natural que os números sejam diferentes. O importante é checar as variações, que estão mais fortes no câmbio, mas pelo que se viu até agora o cenário não mudou muito da semana passada para esta", diz David Zylberstajn, consultor e ex-presidente da Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Ou seja: a menos que outros fatores tenham sofrido muita alteração, o discurso da diretoria em relação aos preços dos combustíveis deve continuar o mesmo – de que as variações estão na margem do aceitável. Isso caso não haja nenhuma mudança radical no cenário internacional até o final desta semana, é claro.

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