Malu Gaspar
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Por Malu Gaspar

Em reação à ofensiva contra ele no governo, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, está levando para a reunião de logo mais com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva um plano de investimentos na indústria naval e uma comitiva de diretores da empresa para apoiá-lo.

Batizado pelo próprio Prates de "Mar de Oportunidades", o plano vai ser apresentado a Lula no auge da disputa com o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, e logo após a derrota do CEO da Petrobras na questão dos dividendos extraordinários.

De acordo com o material que o CEO da Petrobras preparou para Lula, serão US$ 80 bilhões de investimentos em plataformas, navios-sonda e barcos de apoio.

A ideia de Prates é reagir à pressão dos ministros Silveira e Rui Costa (Casa Civil) pela sua saída do comando da empresa e ao mesmo tempo atender às cobranças de Lula por um plano de revitalização da indústria naval.

Embora garanta que a reunião com Lula já estava marcada antes e não tem o objetivo de tratar do caso dos dividendos extraordinários, o tema deve ocupar boa parte do tempo na reunião. Isso porque apesar de o assunto já ter sido votado no conselho da Petrobras, tanto o ministério da Fazenda como a diretoria ainda procuram uma forma de reverter a decisão.

Silveira era contra pagar os recursos extras, enquanto Prates e a diretoria da Petrobras defendiam distribuir metade do dinheiro disponível – pouco mais de R$ 20 bilhões.

A decisão de não fazer os pagamentos foi tomada pelo próprio presidente Lula em reuniões na semana passada com ministros e executivos da Petrobras.

Depois de dois dias de debates, Lula determinou que os 6 conselheiros da empresa votassem pelo não pagamento dos dividendos. No dia seguinte, porém, Prates se absteve na reunião do conselho. Ao final, o placar no conselho foi de 6 votos contra os dividendos extraordinários. Os 4 votos a favor foram dos representantes dos acionistas minoritários.

Na sexta-feira, a reação do mercado financeiro à decisão foi sair vendendo ações e derrubar o valor de mercado da companhia em mais de 10% nesta sexta-feira (8). Num único dia, a Petrobras se desvalorizou em R$ 55 bilhões.

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