Carlota
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Por — Rio de Janeiro

Na madrugada de sexta-feira, uma notícia pode mudar os rumos do futebol feminino brasileiro. Neste dia, será anunciado o país que sediará a Copa do Mundo Feminina de 2027, após votação no Congresso da Fifa, em Bangkok, na Tailândia. E o Brasil é o favorito a receber a 10ª edição do evento, que seria a primeira na América do Sul.

A candidatura brasileira, capitaneada pela CBF, terá que convencer a maioria simples dos 211 representantes das associações nacionais de futebol de que o projeto do país é superior ao da candidatura tripla formada por Alemanha, Holanda e Bélgica, única concorrente. A comissão terá direito a uma apresentação de 15 minutos no palco do Congresso, logo após os europeus.

— Vai ser uma apresentação simples. Infelizmente, não pode levar bateria de escola de samba (risos), mas teremos o elemento da criatividade sim — diz Manuela Biz, executiva de comunicação da campanha, que dá mais detalhes. — Pensamos na apresentação com o olhar do que vamos estar vivendo em 2027 se recebermos a Copa. Fomos um pouco menos para o lado técnico e mais para fazer um convite ao torneio. Vamos mostrar o sentimento que queremos oferecer ao mundo.

Formiga presente

O apelo emocional ficará por conta das convidadas especiais da comitiva, que contará com representantes do governo federal, da CBF, além dos integrantes da comissão da campanha. Aline Pellegrino, ex-zagueira da seleção brasileira e atual gerente de competições da CBF, Formiga, ex-volante e recordista de participações em Mundiais, e Kerolyn, atacante do Brasil, que estava na última Copa.

— Nossa ideia é deixar muito claro que essa candidatura não é tentativa de agora. Quisemos englobar todas as mulheres que já estiveram no futebol feminino, representando gerações que já foram, que estão e vão brigar no futuro — afirma Valesca Araújo, executiva responsável pelo planejamento técnico e operacional da candidatura do país.

A Fifa já foi convencida do potencial do país para sediar megaeventos. No relatório final, divulgado há uma semana, a candidatura brasileira recebeu nota 4, em escala de pontuação que vai de 1 a 5. Os europeus ficaram atrás, com 3,7. O resultado não surpreendeu a comissão.

Durante a visita dos comissários da Fifa a quatro estádios inseridos no projeto, em fevereiro deste ano, as executivas puderam ver as reações dos técnicos da entidade e sentiram que a candidatura havia sido muito bem vista por eles.

— A visita foi ápice da campanha. Tivemos contato com a Fifa em tempo real, é diferente de apenas trocar documentos. Eram pessoas de todas as áreas e posições da Fifa. Foi muito interessante para entendermos a expectativa deles; líamos os rostos a cada estádio. Saímos com a sensação de que apresentamos o melhor que temos. Tudo isso se refletiu no documento — declara Valesca. — Na parte da nota, os pontos fortes deles se refletiram menos que os nossos.

A cada etapa do processo, o Brasil foi ganhando força, por motivos diversos. O último foi a desistência da candidatura dupla dos Estados Unidos/México, que saiu para concentrar os esforços na escolha para o Mundial de 2031. Como a decisão é por votação única e aberta das associações afiliadas da Fifa, obter os votos da Concacaf (confederação que reúne América do Norte, Central e Caribe) é fundamental. Os da sul-americana Conmebol estão garantidos.

Nos últimos meses, o comitê teve espaço para fazer algum lobby, até onde a Fifa permite, em eventos pelo mundo para angariar votos entre africanos e asiáticos.

— Sempre que alguém sai, um competidor ganha força. Não a saída deles (Estados Unidos e México), mas o fortalecimento das Américas. Foi mais importante a desistência dos Estados Unidos do que se fosse da Europa, por exemplo. Agrega força — admite Valesca.

O favoritismo brasileiro começou a ganhar contornos reais após a saída da candidatura da África do Sul. Além dos aspectos técnicos, os políticos são igualmente importantes nas escolhas da Fifa. E um dos argumentos atuais da entidade é o rodízio das competições por todos os continentes, como já acontece no masculino.

Ineditismo

Brasil e África do Sul disputavam o posto de únicos continentes sem uma edição de Copa do Mundo feminina. Agora, o argumento do ineditismo pertence apenas à candidatura brasileira. A Europa recebeu o Mundial em 2019 (França) e em 2011 (Alemanha). Junto a isso, o aspecto do desenvolvimento do futebol feminino na região é outro ponto levado em consideração pela Fifa.

— É muito relevante. Na Europa, em três ciclos, dois foram lá. E há o momento do futebol feminino na América do Sul, que não está parado, não é para iniciar um processo. Óbvio que estamos longe do ideal, mas não é a mesma coisa de quatro anos atrás. Esse é o nosso momento. Na Europa, já está mais avançado. Lá é mais um evento, aqui pode ser um catalisador — argumenta Valesca, que amite que a ansiedade está grande.

Independentemente do resultado, tudo o que foi planejado ao longo da campanha já é capaz de impulsionar o futebol feminino dentro do país.

— A Val sempre fala que as propostas que construímos independem do evento em si, dos 64 jogos. São coisas que podemos colocar em prática. O futebol feminino pode sair ganhando qualquer que seja o resultado. Mas é claro que esperamos a vitória — sonha Manuela.

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