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Mariana Barbosa

No GLOBO desde 2020, foi repórter no Brazil Journal, Folha, Estadão e Isto é Dinheiro e correspondente em Londres.

Rennan Setti

No GLOBO desde 2009, foi repórter de tecnologia e atua desde 2014 na cobertura de mercado de capitais. É formado em jornalismo pela Uerj.

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Em tempos de economia “asset light” (avessa a ativos próprios), 1,3 mil empresas brasileiras devem gastar meio bilhão de reais este ano para ter certeza de que... não comprarão computadores. Esse é o faturamento esperado em 2024 pela Arklok, firma de locação de equipamentos de tecnologia que é uma das líderes do segmento no país e atraiu investidores como a gestora carioca Vinci Partners e a International Finance Corporation (IFC), braço de investimento do Banco Mundial.

Fundada há 15 anos por Andrea Rivetti — advogada desencantada com a profissão desde os tempos de faculdade —, a Arklok está “surfando” uma tendência acelerada pela pandemia — quem não lembra da correria para se achar um laptop no home office em cima da hora? — e que deve ganhar mais fôlego com a voracidade tecnológica demandada pela inteligência artificial. A seu favor também joga a baixa penetração do chamado “outsourcing” no país, estimado na casa de 2% das empresas, segundo Andrea.

Expansão

De acordo com a fundadora, quando a Vinci investiu no negócio — no fim de 2022, no primeiro aporte do seu quarto fundo de participações ("private equity") —, o faturamento anual estava na casa dos R$ 200 milhões. A projeção este ano é bater duas vezes e meia essa cifra.

— Essa dinâmica estava acontecendo mesmo sem pandemia, mas ela consolidou a importância de se ter um parceiro de tecnologia. O Brasil sempre foi muito patrimonialista, mas fenômenos como Uber e Spotify quebraram esse paradigma. Também houve uma mudança nas normas contábeis: o gasto com aluguel deixou de ser redutor de Ebitda (lucro antes de juros e impostos) e ainda permite abatimento no Imposto de Renda e crédito em PIS/Cofins — diz Andrea, que conta ter nascido em família de empresários de diversos ramos, mas acabou empreendendo por conta própria.

Diferentemente de outras firmas do ramo, a Arklok só aluga para empresas, em contratos de 36 a 72 meses. Ao todo, são 860 mil equipamentos locados país afora, de tablets a servidores, passando pelo bom e velho desktop e chegando a catracas de portaria. Entre os clientes estão empresas como Localiza, Spicy (varejo de itens para cozinha), Protege (de segurança), Lavoro (insumos agrícolas) e operadoras como TIM e Claro — no caso das firmas de telefonia, a Arklok opera em modelo “white label” os serviços de locação de celular e tablet oferecidos por elas.

‘Não adianta vender Ferrari a quem não tem carteira’

O “pitch” da Arklok é centrado na redução de custos, talvez aquele para o qual as empresas são mais sensíveis.

— Nossa oferta vai além do hardware. A gente entrega um planejamento financeiro e um processo customizado. Se a empresa senta e faz a conta, vê que não faz sentido comprar um computador. O custo é alto, não é simples fazer doação por causa da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), é caro “sanitizar” os dados... — defende a empresária.

A próxima oportunidade enxergada pela companhia é a IA. A companhia diz ter fechado contrato com a Intel para trazer, já nos próximos meses, computadores com Unidades de Processamento Neural (NPU, na sigla em inglês) — microprocessadores projetados para processos de inteligência artificial.

— Vamos entrar com um trabalho consultivo, ensinando a usar. Não adianta vender uma Ferrari a quem não tem carteira — conclui.

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