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O passado com um pé no presente.

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William Helal Filho

Jornalista formado pela PUC-Rio em 2001. Entrou na Editora Globo pelo programa de estágio, foi repórter e editor. Hoje é responsável pelo Acervo.

RESUMO

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GERADO EM: 26/06/2024 - 07:09

Desaparecimento de Priscila Belfort: Mistério no Rio de Janeiro

Priscila Belfort desapareceu misteriosamente após sair do trabalho para almoçar no Rio de Janeiro, deixando a família em desespero. O caso será tema de uma série documental do Disney+ prometendo revelar novos detalhes e possivelmente trazer um desfecho para esse doloroso mistério.

Era uma sexta-feira de nuvens carregadas preenchendo o céu. A funcionária pública Priscila Belfort, servidora na Secretaria Municipal de Esportes e Lazer do Rio, acordou indisposta. Ela pegou uma carona com a mãe, Maria Jovita Vieira, da Barra da Tijuca até o local onde trabalhava, no Centro. Horas depois, saiu dizendo aos colegas que ia almoçar. E foi isso. Ninguém mais viu Priscila.

Naquele dia 9 de janeiro de 2004, há mais de 20 anos, Maria Jovita entrou em desespero quando a filha não voltou, nem deu notícias. A família tentou encontrá-la por conta própria, mas, depois de dois dias, foi à polícia registrar o desparecimento e pedir ajuda. Desde então, surgiram várias versões sobre o que houve. Suspeitos foram presos. Mas o paradeiro da estudante de Arquitetura nunca foi definido.

Irmão de Priscila, o lutador Vitor Belfort, um astro internacional do MMA, usou seu espaço na mídia para amplificar os apelos da família em busca de informações. Eles iniciaram uma grande campanha, espalharam pela cidade fotos do rosto da servidora reproduzido em camisas e cartazes. O serviço Disque-Denúncia recebeu milhares de telefonemas, mas nenhum levou a uma pista concreta sequer.

Vitor Belfort com cartaz de recompensa por informações sobre Priscila, em 2004 — Foto: Wania Corredo
Vitor Belfort com cartaz de recompensa por informações sobre Priscila, em 2004 — Foto: Wania Corredo

No início deste mês, a plataforma Disney+ anunciou que vai exibir uma série documental sobre o caso. Com quatro episódios, mas ainda sem data de lançamento, "Volta, Priscila" se apoia em cerca de 2 mil horas de gravação, além de fotos inéditas, da família dela. Os responsáveis pela produção prometem revelar detalhes surpreendentes e mostrar que o drama da família está perto de um desfecho.

Este não é o primeiro trabalho de audiovisual a se debruçar sobre o mistério. Em junho de 2007, o caso foi tema de um capítulo do programa "Linha Direta", da TV Globo. No episódio, o homem que namorava Priscila até ela sumir sem deixar rastro deu uma entrevista sem se identificar. Ele disse acreditar que a estudante tinha fugido. A família dela, entretanto, jamais concordou com essa hipótese.

Diferentes versões foram formuladas para o desaparecimento da servidora pública. Uma delas surgiu cerca de 40 dias depois do "Linha Direta", quando uma mulher foi até o Ministério Público para alegar que era integrante do bando que sequestrou, estuprou e matou Priscila por conta de uma dívida com o tráfico de drogas. Ela chegou a levar policiais até um sítio em São Gonçalo onde estariam os restos mortais da estudante. Mas nada foi encontrado durante as escavações no local.

No meio de tanto mistério e informações não confirmadas, está uma família que sofre sem saber o que aconteceu. Numa entrevista ao G1 em 2007, Jovita deixou claro como se sentia. "Vivo a base de remédios", disse ela. "Não tenho alegria de olhar um céu azul porque para mim ele está sempre preto. As pessoas estão em 2007, mas minha vida parou no dia 9 de janeiro de 2004".

Jovita Belfort em 2014, com foto da filha desaparecida — Foto: Gabriel de Paiva
Jovita Belfort em 2014, com foto da filha desaparecida — Foto: Gabriel de Paiva
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