Por Memória Globo


Jornal da Globo 40 anos: bastidores (2022)

Jornal da Globo 40 anos: bastidores (2022)

Apresentado por Renata Lo Prete diretamente de São Paulo, o Jornal da Globo é o último noticiário da grade da Globo, e vai ao ar por volta de 00h, dependendo da programação do dia. Ele amarra o que houve de mais importante no Brasil e no mundo e confere olhar analítico aos assuntos em pauta, principalmente os que dizem respeito à política e economia.

A edição atual estreou no dia 02 de agosto de 1982 e, desde o início, é marcada pela diversidade de gêneros, conciliando reportagens, análises, séries e entrevistas ao vivo.

Período de exibição: 02/04/1979 – 06/03/1981 e 02/08/1982 – NO AR | Horário: meia noite. | Periodicidade: de segunda a sexta

HISTÓRIA DO JORNAL DA GLOBO

Vinheta comemorativa produzida pelo Memória Globo em homenagem dos 35 anos do Jornal da Globo.

Vinheta comemorativa produzida pelo Memória Globo em homenagem dos 35 anos do Jornal da Globo.

ESTREIA

O Jornal da Globo sempre foi o último noticiário da programação da Globo, desde a estreia de sua primeira edição, em 1979. Naquela época, o telejornal era apresentado por Sérgio Chapelin e tinha como editor-chefe, o jornalista Fabbio Perez. Nesta fase, o JG tinha a missão de avançar na apuração dos fatos apresentados mais cedo no Jornal Nacional e também antecipar as notícias do dia seguinte. Com perfil mais analítico, o JG previu espaço para rápidas entrevistas no estúdio, uma característica marcante do telejornal ao longo de sua história.

Em 6 de março de 1981, o Jornal da Globo deu espaço na grade para o Jornal Nacional – 2a Edição, um projeto que ficou pouco tempo no ar, até julho de 1982.

Após esta breve pausa, o Jornal da Globo estreia reformulado em 2 de agosto de 1982, apresentado por Renato Machado, Belisa Ribeiro e Luciana Villas-Boas. Neste novo formato, os três jornalistas participavam ativamente do processo de produção e apuração da notícia e por vezes interrompiam o fluxo do jornal para atualizar o telespectador com informações checadas com suas fontes.

O editor-chefe era o jornalista José Antonio Severo, que tentava imprimir no noticiário diversidade de formatos, conciliando reportagens, análises aprofundadas da notícia, entrevistas ao vivo e charges. Um formato de telejornal inovador, criado com a ajuda da diretora de criação da Globo, Diléa Frate.

O noticiário internacional era apresentado de Londres e Nova York pelos correspondentes da emissora. Também faziam parte da equipe, os jornalistas Theresa Walcacer (cultura), Marilena Chiarelli, Antônio Brito, Álvaro Pereira, Carlos Monforte, Enio Pesce e Paulo Francis (política), Marco Antônio Rocha (economia) e Márcio Guedes (esporte).

O tempo de duração era determinado pela principal entrevista do dia, com o mínimo de 30 minutos. O Jornal da Globo ia ao ar às 23h15.

Na estreia do telejornal, o apresentador Sérgio Chapelin entrevista o novo presidente da OAB, Eduardo Seabra Fagundes, juntamente com o repórter de política Pedro Rogério, Jornal da Globo, 02/04/1979.

Na estreia do telejornal, o apresentador Sérgio Chapelin entrevista o novo presidente da OAB, Eduardo Seabra Fagundes, juntamente com o repórter de política Pedro Rogério, Jornal da Globo, 02/04/1979.

Sergio Chapelin na bancada do Jornal da Globo. — Foto: Acervo/Globo

Curiosidade

Entre 1967 e 1969, a Globo exibiu um informativo nacional de duração de 15 minutos, chamado Jornal da Globo. Ao contrário do formato consagrado, esta versão mais antiga era uma leitura de manchetes do dia, sendo exibida de segunda à sábado, às 19h45.

ANOS 1980

Em entrevista ao Memória Globo, Renato Machado conta que o Jornal da Globo era um produto ancorado de várias regiões do Brasil e do mundo. Por isso, era comum que Marilena Chiarelli entrasse ao vivo de Brasília, e Carlos Monforte, de São Paulo. O programa também trouxe para o noticiário a figura do comentarista. Paulo Francis fazia análise política em Nova York; Jô Soares, comentários bem-humorados sobre os fatos do dia e Joelmir Beting era o pioneiro na análise econômica. O chargista Chico Caruso, que vinha do jornal O Globo, marcou sua estreia na televisão com desenhos para o Jornal da Globo, na mesma época.

Em 1983, a cobertura da Guerra das Malvinas foi destaque no Jornal da Globo, que foi ao ar com edições especiais dedicadas ao tema, incluindo participação de repórteres enviados à Argentina, como Ricardo Pereira, Hermano Henning e Gloria Maria.

No mesmo ano, o Jornal da Globo passou por uma dança das cadeiras e trocou os apresentadores. Eliakim Araújo assumiu a bancada ao lado de Liliana Rodrigues, que logo foi substituída pela jovem repórter Leilane Neubarth, que costumava cobrir cultura e comportamento. No mesmo ano, Jorge Pontual assumiu o cargo de editor-chefe, sendo sucedido por Carlos Absalão em 1984.

Em 1989, o jovem apresentador William Bonner assume a bancada do Jornal da Globo ao lado da então repórter Fátima Bernardes. Eles permanecem no posto até 1993, período marcado por troca rápida de editores-chefes. Passaram pelo posto Marcelo Matte, Luiz Cláudio Latgé, Odejaime de Holanda e Carlos Absalão. Ao Memória Globo, Fátima Bernardes define o perfil do telejornal na época como um noticiário “de ilha de edição”, que precisa se aprofundar nos assuntos em pauta, repensando o material gravado ao longo do dia.

Jornal da Globo - apresentadores

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Jornal da Globo - apresentadores

ANOS 1990

A segunda grande reformulação do Jornal da Globo ocorreu em abril de 1993, quando o telejornal passou a ser produzido, editado e apresentado em São Paulo. A iniciativa integrava um projeto de descentralização do jornalismo da emissora, visando aumentar a audiência na capital paulista. Para marcar a mudança no Jornal da Globo, a direção da emissora convidou Lillian Witte Fibe para se tornar ��ncora do JG. Como apresentadora e editora-chefe, ela tinha autonomia para decidir o que ia ao ar e comentava os assuntos do dia, quando necessário.

Lillian já tinha passado pelo telejornal, como comentarista de Economia e gostou do desafio proposto por Alberico de Souza Cruz, então diretor de Jornalismo. Ela conta que a estrutura do JG a surpreendeu: “Se você pautasse o Belém do Pará eles mandavam matéria. No primeiro dia, a gente colocou repórter entrando ao vivo de tudo que era praça, um banho de tecnologia, de recursos”.

Embora Lillian Witte Fibe continuasse apostando no furo jornalístico e na prestação de serviços na área econômica como prioridades para o telejornal, houve uma tentativa de consolidar o papel do Jornal da Globo como um espaço de análise crítica sobre o noticiário. Um meio de promover essa reflexão era o diálogo ao vivo entre a apresentadora, repórteres e comentaristas. O telejornal contava com repórteres exclusivos em Rio, Brasília e Recife e passou a convidar empresários, políticos e economistas para comentar os fatos relatados durante o dia. Entre as novidades apresentadas neste ano estavam entrevistas ilustradas com recursos de computação gráfica.

Em 1996, Lilian tornou-se apresentadora do Jornal Nacional e Mônica Waldvogel assumiu a bancada do Jornal da Globo em São Paulo até 1997. No ano seguinte, Witte Fibe retorna para mais dois anos como apresentadora do JG.

Lillian Witte Fibe na bancada do Jornal da Globo. — Foto: Acervo/Globo

ANOS 2000

Após a saída de Lillian Witte Fibe, o jornalista Carlos Tramontina assumiu interinamente a função de apresentador. Em agosto de 2000, a então correspondente em Nova York Ana Paula Padrão foi convidada para voltar ao Brasil e apresentar o Jornal da Globo. Durante os cinco anos em que ficou no cargo, a jornalista manteve a alma de repórter e, frequentemente, ia às ruas produzir matérias especiais para o noticiário do dia.

Em 2001, Denise Cunha Sobrinho, que era coordenadora do escritório de Nova York assumiu como editora-chefe do JG. O telejornal passou a contar com novos colunistas e comentaristas, e a apresentação das manchetes da noite ganhou mais agilidade. Também foram produzidas reportagens especiais e inaugurado o formato de séries curtas, com a exibição de duas ou três reportagens sobre um tema específico. Além disso, os candidatos à presidência e à vice-presidência que disputavam as eleições passaram a ser entrevistados ao vivo no estúdio, uma tradição que se estendeu durante anos.

Em 2003, Mariano Boni assumiu o comando do Jornal da Globo. Três anos depois, ele se tornou o editor-chefe da redação de São Paulo e Erick Brêtas, que era editor executivo, assumiu a chefia do JG, investindo ainda mais na participação rotineira de comentaristas. Foi em sua gestão que o programa passou a contar as análises de Carlos Sardenberg na economia, Heraldo Pereira na política e Luiz Roberto, no Esporte. Nasceu ali também a coluna Conecte, sobre tecnologia.

Em 2005, William Waack e Christiane Pelajo assumiram a bancada do Jornal da Globo. A dupla permaneceu no posto, lado a lado, durante dez anos. Neste período os jornalistas procuraram manter o perfil do jornal como um noticiário opinativo, de análise aprofundada e ponto de vista crítico, que dá um passo à frente nas notícias do dia.

ANOS 2010

A partir de 2012, Jorge Sacramento sucedeu a Ricardo Villela no cargo de editor-chefe do Jornal da Globo. Ao Memória Globo, ele conta que, com o passar dos anos, a equipe trabalhou para que o telejornal ficasse “mais analítico, comentado, cada vez mais ao vivo”. Para isso, o número de colunas foi reduzido e a participação de repórteres em diferentes cidades, aumentou.

O dinamismo do noticiário foi refletido em um projeto arrojado e premiado de um novo cenário, que estreou em 2014. O uso de telões móveis tecnológicos propiciou maior engajamento dos apresentadores com o conteúdo projetado.

No ano seguinte, em outubro de 2015, Christiane Pelajo trocou o JG pela GloboNews e Wiliam Waack permaneceu como único apresentador por mais dois anos. Quando Waack deixou a Globo em 2017, Renata Lo Prete assumiu, sozinha, o posto.

Com Renata Lo Prete na bancada, o telejornal passou a ser mais dinâmico, abrindo espaço para conversas ao vivo com repórteres de diferentes partes do Brasil, por meio do telão.

ANOS 2020

A pandemia da covid-19 alterou a rotina produtiva de todo o jornalismo da Globo. Medidas de prevenção à doença foram adotadas em toda emissora, como uso de máscaras e distanciamento social. Entrevistas em estúdio foram suspensas, e profissionais que eram considerados pertencentes ao grupo de risco passaram a trabalhar em casa. Na equipe do Jornal da Globo, por exemplo, os comentaristas Arnaldo Jabor e Carlos Sardenberg entravam ao vivo no telejornal por meio de um pequeno estúdio montado na casa deles. Além disso, com a alteração da grade de programação, o jornalismo ganhou mais espaço. A partir de março de 2020, o JG entrou no ar com 50 minutos de produção, em vez de 30. Em junho de 2021, com readequação da grade, o JG passou a ter oficialmente 40 minutos diários de notícia no ar.

Reportagem sobre a transmissão comunitária do coronavírus. Jornal da Globo, 13/03/2020

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Globo amplia programação de jornalismo e exibe 'Fina estampa' no lugar de 'Amor de mãe'. Jornal da Globo, 16/03/2020

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Começa a quarentena decretada pelo governo de São Paulo. Jornal da Globo, 24/03/2020.

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Criado o consórcio de veículos de imprensa para produzir dados sobre a pandemia. Parceria  busca dar transparência a dados da Covid-19. Jornal da Globo, 20/06/2020

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Brasil registra 721 novas mortes por Covid-19 nesta segunda (10). Jornal da Globo, 10/08/2020.

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Primeiro dia útil de aplicação de vacina contra a covid-19- Jornal da Globo, 18/01/2021.

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EXCLUSIVO MEMÓRIA GLOBO

Entrevista exclusiva do jornalista MARIANO BONI ao Memória Globo, em 03/02/2014, sobre as inovações e o formato na sua gestão como editor-chefe de 2003 a 2006 no Jornal da Globo.

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Entrevista exclusiva do jornalista WILLIAM WAACK ao Memória Globo em 18/07/2017, sobre o formato do Jornal da Globo.

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Entrevista exclusiva do jornalista JORGE PONTUAL ao Memória Globo em 08/03/2004, sobre o Jornal da Globo na década de 80, sua estética, seus quadros e algumas curiosidades durante sua gestão como editor-chefe.

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Entrevista exclusiva do jornalista CARLOS ALBERTO SARDENBERG ao Memória Globo em 17/07/2017, sobre sua participação como comentarista de economia mo Jornal da Globo.

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Entrevista exclusiva do jornalista RICARDO VILLELA ao Memória Globo, sobre a cobertura do apagão de 10/11/2009 pelo Jornal da Globo.

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Entrevista exclusiva do jornalista HERALDO PEREIRA ao Memória Globo em 31/07/2017, sobre a nova abordagem dos assuntos de política no Jornal da Globo.

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