Entre agosto e outubro de 2006, durante 72 dias, a equipe de produção da minissérie gravou cenas na região Norte, em locações no Acre e no Amazonas. Ao todo, 150 profissionais, entre as equipes de direção, produção, cenografia, figurino, produção de arte, caracterização, efeitos especiais, técnicos e elenco gravaram em florestas, rios, praias e centros históricos. Foram enviadas às locações cerca de 20 toneladas de equipamento e mais de 16 mil peças de figurino confeccionadas especialmente para a minissérie.
No Acre, a locação para a construção da cidade cenográfica foi escolhida em função da paisagem: no meio da floresta, em Porto Acre. Às margens do rio Acre, a equipe da TV Globo construiu duas cidades cenográficas que reproduziam o mesmo local, porém em épocas distintas do final do século XIX. Uma delas é Puerto Alonso, após a chegada de Luiz Galvez (José Wilker), que depois passou a se chamar Porto Acre. As cidades foram levantadas em uma área de mais de dois mil metros quadrados em apenas um mês. Foram contratados cerca de 300 profissionais para auxiliar a equipe da TV Globo nesse trabalho. Todas as edificações foram produzidas com material da região.Em Manaus, foram gravadas as cenas que retratavam o glamour da belle époque. No início do século XX, a capital amazonense era a cidade mais desenvolvida e uma das mais prósperas do mundo, pois todo o lucro obtido com a venda do látex era investido na cidade, que se transformou também em um atraente pólo cultural. São desse período o Teatro Amazonas, o Palácio da Justiça, o Palácio Rio Negro e o prédio da Alfândega, cenários que serviram de pano de fundo para as gravações da minissérie.
— Foto: Globo
Galvez ( José Wilker ) na cidade cenográfica do Seringal da minissérie Amazônia, 2007/ Globo.
— Foto: Globo
Firmino ( José de Abreu ) na cidade cenográfica do Seringal para a minissérie Amazônia, 2007/ Globo.
Para reproduzir o porto de Manaus, um dos locais mais importantes da época, por conta da entrada e saída do látex, sete barcos e quatro canoas foram adaptados para as cenas que mostram a movimentação comercial no rio Acre e a chegada e partida dos personagens da história. A equipe de cenografia também procurou materiais desgastados pelo tempo para dar mais veracidade à época retratada na primeira fase da minissérie.
Profissionais locais também trabalharam na fabricação de objetos de cena. Moringas, garrafas de barro com pinturas específicas, entre outros artefatos, foram encomendados a artesãos e às tribos indígenas locais. As carroças e cangalhas, utilizados para o transporte de carga, também foram produzidas na região. A equipe de produção de arte teve a incumbência de reproduzir materiais específicos da época, como balanças do século XIX, onde a borracha era pesada, as machadinhas usadas para a extração do látex da seringueira, armas e facões, entre outros objetos. Todo esse material saiu do Rio de Janeiro rumo ao Acre em quatro caminhões.Outros cenários da minissérie foram montados no Projac. Em uma área de aproximadamente 5.500 m², foram construídas cinco cidades cenográficas que contaram os cem anos retratados pela trama. Para a elaboração do projeto das cidades cenográficas foram consultados fotos, livros e enciclopédias sobre o desenvolvimento de Manaus. A sede do seringal foi igualmente reproduzida no Projac. Para montar os seringais, a equipe de cenografia visitou alguns abrigos ainda existentes em Xapury, no Acre. Todo o projeto segue o modelo dos chalés dos seringais do início do século XX. Entre os cenários em estúdio, destacam-se o cabaré da personagem Lola (Vera Fisher) e os interiores das casas de Manaus e do Acre de Firmino (José de Abreu). Graças à computação gráfica, atrás da casa de Firmino podia ser visto o Teatro Municipal do Amazonas. A cidade de Rio Branco também foi reproduzida no Projac.