O comissário da Agricultura da Comissão Europeia, Janusz Wojciechowski, afirmou que a sustentabilidade deve ser o principal tópico de diálogo entre a Europa e o Brasil, com uma necessidade de "melhora na comunicação" para uma produção mais sustentável. A declaração foi dada nesta quinta-feira (27/6) durante o Global Agribusiness Forum (GAFFFF), em São Paulo.
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Para ele, a segurança alimentar, a sustentabilidade e solidariedade são alguns dos principais pontos a serem trabalhados na agricultura internacional.
Wojciechowski acredita que a visão estereotipada da agricultura brasileira ainda é a dos grandes produtores, e uma produção sustentável se dará através da diversidade de perfil de produtores e dos incentivos oferecidos.
O comissário ainda destacou que a América Latina e a Europa são os principais responsáveis pela garantia da segurança alimentar global, como grandes produtores de alimentos. Além disso, apontou similaridade em questões como, por exemplo, na dificuldade da permanência de jovens na agricultura.
Também presente no evento, o ministro da Agricultura do Uruguai, Fernando Mattos Costa, afirmou que, nas condições atuais, não há como dar resposta às necessidades futuras por alimentos dos próximos 20 anos, sem elevar os níveis de produção com respeito aos recursos naturais.
“Por isso, temos que dar um salto na produção com investimento tecnológico", disse o ministro. Para ele, a edição gênica é a "grande ferramenta" para esse salto de produção.
Mattos Costa defendeu uma política agropecuária única, mas com "algumas políticas diferenciais que atendam pequenas propriedades familiares". Na visão do ministro, há um "ciclo vicioso na propriedade familiar", especialmente em relação a um baixo investimento tecnológico, mas que, com políticas adequadas, esses produtores oferecem identidade regional e local.
Em relação ao protagonismo de países produtores, Mattos Costa ainda afirmou que "como grandes produtores, é incrível que o preço seja fixado por outros", destacando o protecionismo do comércio como um desafio a ser enfrentado, no Brasil e no mundo. Segundo ele, "nossa individualidade nos compromete", e o mundo ainda está muito longe de um processo de integração que permita decisões multilaterais, embora tenha destacado a União Europeia como um modelo integrador.