A crescente onda de consumidores mais conscientes - e exigentes – está sendo traduzida na 29ª Hortitec no esforço das empresas do setor de flores e hortifrútis em apresentar lançamentos que promovam uma produção cada vez mais sustentável. O evento, que iniciou nesta quarta-feira (9/6) e segue até sexta-feira (21/06), em Holambra (SP), deve reunir 32 mil participantes.
Renato Opitz, organizador da feira, revela que é esperada a movimentação de R$ 500 milhões em negócios durante o evento. O número é 20% maior do que o alcançado no ano passado.
“O produtor vem buscar, principalmente, soluções que minimizem as perdas ao longo do processo. Hoje, 35% da produção chega a ser perdida e, desse volume, quase 80% acontecem durante o transporte e logística. Há ainda a busca por variedades que elevem a produtividade e aumentem a longevidade dos produtos nas gôndolas, desde que com respaldo em sustentabilidade”, avalia.
É o caso das embalagens produzidas com matéria-prima alternativa lançadas pela Termotécnica. A nova linha, chamada DaColheita Bio, é produzida a partir de fonte renovável – resíduos de cana-de-açúcar, e pode ser compostável.
Alexandre Cotrim, gerente de inovação da Termotécnica, revela que o projeto demorou seis meses para ser implementado e conta com produção terceirizada. “Nesta primeira fase de vendas, vamos sentir as necessidades do mercado com mais profundidade, para então definir novos formatos das embalagens”.
Inovações
Duas outras empresas, NagmoBio e Jiffy, apresentaram opções de vasos biodegradáveis, produzidos a partir de papel reciclado e fibra vegetal, que visam reduzir o descarte de lixo de embalagens no momento do replantio de mudas.
Isso porque, ao transplantar a planta de lugar, não é preciso tirá-la do vaso, apenar plantar a muda. Dentro de dois a quatro meses, a depender do solo, o vaso é decomposto naturalmente.
“Há a vantagem de diminuirmos o lixo gerado, quando comparado aos vasos de plásticos, a diminuição do estresse da planta no transplante e criação de ambiente propício às raízes, que podem romper o material do vaso facilmente quando crescem, evitando deformidades”, explica Carolina Braida, agrônoma da empresa.
A NagmoBio tem opções desde sementeiras, a pequenos vasos para mudas e suculentas, até vasos de dimensões maiores, com possibilidade de customização às necessidades dos clientes. Já as soluções Jiffy Pots são voltadas para produtores cujo público final são consumidores iniciantes, na tentativa de minimizar a necessidade de cuidados no transplante das plantas, elevando sua taxa de sucesso.
Economia circular
Uma opção de 'mulch' biodegradável é aposta da Ginegar para contribuir com a economia circular na produção. O mulch têm a função de proteção do solo como os demais, no entanto, por ser biodegradável, após o final de sua vida útil, ele pode ser arado e incorporado ao solo.
“Há vantagem na diminuição de necessidade de mão de obra para retirada e o ganho ambiental, já que não há descarte de nanopartículas de plástico”, declara Caroline Figueiredo, da área de pesquisa e desenvolvimento da companhia.