O Estado de Santa Catarina já é um importante consumidor de grãos e derivados, insumos para sua indústria de carnes suína e de frango. E quer também reforçar sua posição como corredor logístico para esses produtos, com investimentos públicos e privados em alguns dos seus principais terminais portuários. A estimativa de aportes apenas em dois portos do Estado se aproxima dos R$ 200 milhões.
“Somos um corredor logístico importante para o país. Importamos insumos para a indústria paulista, paranaense, gaúcha. Exportamos grãos que vêm de Mato Grosso do Sul, Goiás, Rio Grande do Sul, Paraná”, explica o secretário de Ferrovias, Portos e Aeroportos do Estado, Beto Martins.
Maior porto do Estado, São Francisco do Sul movimentou 7,3 milhões de toneladas de carga de janeiro a maio deste ano, 16% a mais que no mesmo período em 2023. Em maio, foram 1,4 milhão de toneladas, 13% a mais que no mesmo mês do ano passado. Nas exportações, a soja liderou os embarques no mês, com 750 mil toneladas. Nas importações, um dos destaques foram fertilizantes, com 166 mil toneladas.
O porto, de administração pública, está na região da Baía da Babitonga, onde também se localiza o Porto Itapoá, privado. Cleverton Vieira, diretor presidente da SCPar Porto de São Francisco do Sul, autoridade portuária local, afirma que o terminal público vem recebendo investimentos em tecnologia e em sua estrutura.
Para o biênio 2023/2024, estão contratadas atualização tecnológica e obras de infraestrutura. Segundo o executivo, o acesso dos caminhões foi automatizado, a um custo de R$ 4 milhões. Outros R$ 37 milhões custearão uma dragagem no canal de acesso. O porto ainda planeja obras em um berço de atracação, também no valor de R$ 37 milhões.
“A expectativa é de crescimento tanto no porto público quanto nos terminais privados”, diz Vieira, acrescentando que a intenção é aumentar o interesse de empresas privadas no arrendamento de áreas disponíveis e na operação logística no local, que tem um terminal exclusivo para grãos.
No Porto de Imbituba, de administração pública, de 35% a 40% da movimentação é de cargas agrícolas, como farelos de soja e de milho. Passam pelo local também cargas de fertilizantes, madeira, trigo e cevada.
Os três berços de atracação receberão obras. Algumas estão em andamento. O cais 3 passa por recuperação e reforço de estruturas e por aumento de extensão. O investimento é de R$ 95 milhões. O terminal deve passar também por remoção de rochas e sedimentos, para aumentar o calado na área de chegada e saída de navios.
“Vamos conseguir atracar três navios com maior frequência. Vamos conseguir trazer navios maiores e disponibilizar mais capacidade, com menor fila de espera de atracação”, afirma Urbano Lopes, diretor presidente da SCPar Porto de Imbituba, autoridade portuária local.
De janeiro a maio de 2024, Imbituba movimentou 3,6 milhões de toneladas, um volume 13% maior do que no mesmo período de 2023. Em maio, foram 725 mil toneladas movimentadas, 3,5% mais que em igual mês do ano passado. Farelos de soja e milho, soja em grão e trigo foram as principais entre as cargas agrícolas no mês. O terminal realizou também sua primeira movimentação de açúcar, de 50,8 mil toneladas.