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Por Cris Perroni — Rio de Janeiro


Evitar bebidas açucaradas e alimentos ultraprocessados, como os refrigerantes, é um dos passos para prevenir a diabetes tipo 2 — Foto: Getty Images

Publicação recente (de janeiro de 2019) da Diretriz da Associação Americana de Diabetes confirma que o tratamento da pré-diabetes e a prevenção da diabetes tipo 2 são possíveis através de mudanças no estilo de vida: controle de peso, maior ingestão de fibras, equilíbrio alimentar e prática regular de exercícios físicos.

Pacientes com sobrepeso e obesidade têm risco aumentado de resistência à insulina (pré-diabetes e diabetes tipo 2). Lembrando que mais da metade da população brasileira apresenta excesso de peso e obesidade.

A diabetes tipo 2 é uma doença “silenciosa”, com grandes complicações na microcirculação (oftalmológicas, cardíacas, renais ...).

Critérios de diagnóstico para pré-diabetes e para risco aumentado de diabetes de acordo com American Diabetes Association (2018):

  • Glicemia em Jejum entre 100 e 125mg/dL
  • Teste oral de tolerância à glicose - Glicemia 2 horas após sobrecarga com 75g de glicose entre 140 mg/dL e 199 mg/dL
  • Hemoglobina A1C entre 5,7 e 6,4%

Critérios de diagnóstico para diabetes:

  • Glicemia de jejum ≥ 126 mg/dL
  • Hemoglobina A1C > ou = 6,5%
  • Teste oral de tolerância à glicose - glicemia 2 horas após sobrecarga com 75 g de glicose: ≥ 200 mg/dL
  • Glicemia ao acaso > 200mg/dL

Para prevenção da diabetes tipo 2 e tratamento da pré-diabetes, é determinante a mudança no estilo de vida.

Atenção com a qualidade alimentar: ênfase na ingestão de grãos integrais, leguminosas, frutas, vegetais e legumes (hortaliças A e B) e oleaginosas. — Foto: Foto: Pixabay

Controle do peso

  • Redução de 7% a 10% do peso corporal. Estudos são claros quanto à melhora em exames laboratoriais e na pressão arterial quando o indivíduo com sobrepeso ou obesidade reduz 10% do peso corporal.
  • Elaboração de programa alimentar com restrição energética é fundamental para que ocorra a redução de peso, diminuindo de 500 a 1000 calorias diárias da alimentação.
  • Atenção com a qualidade alimentar: ênfase na ingestão de grãos integrais, leguminosas, frutas, vegetais e legumes (hortaliças A e B), oleaginosas. A associação de carboidratos e gorduras, mistura clássica do brasileiro, aumenta a densidade energética da preparação, dificultando a perda de peso.
  • Reduzir o consumo de alimentos processados e evitar os ultraprocessados, cheios de aditivos e normalmente pobres em fibras e com alta densidade energética.
  • A dieta low carb parece ser a que traz melhor benefício para indivíduos pré-diabéticos (níveis de HBA1C ➡ 5,7% a 6,4%). Entretanto, a melhor dieta é aquela que você consegue seguir e sustentar desde que haja preocupação com a qualidade alimentar.
  • O programa alimentar deve ser elaborado de acordo com as histórias clínica e alimentar, a prática esportiva e o estilo de vida.
  • É preciso reduzir a ingestão total de carboidratos e associar proteínas ou gorduras para menor estímulo insulínico. Quanto maior a quantidade de carboidratos, maior a necessidade de insulina.
  • Bebidas açucaradas estão relacionadas com risco aumentado de diabetes .
  • Evite suco de frutas, prefira fruta in natura.

A corrida como aliada na luta contra a obesidade e contra a diabetes tipo 2 — Foto: iStock Getty Images

Exercício físico

  • Recomenda-se a prática regular de exercício físico por pelo menos 150 minutos por semana.
  • Alguns benefícios: redução de peso, controle da fome e da ansiedade, melhora na sensibilidade insulínica e da composição corporal e redução da gordura abdominal.
  • Procure a orientação de um profissional e educação física para individualização do seu treinamento (força + aeróbico).

Sempre atitudes individualizadas, adaptadas ao seu estilo de vida: prazerosas, possíveis, acessíveis e sustentáveis!

Literatura:

Introduction: Standards of Medical Care in Diabetes — 2019. Diabetes Care 2019 Jan; 42(Supplement 1): S1-S2.

* As informações e opiniões emitidas neste texto são de inteira responsabilidade do autor, não correspondendo, necessariamente, ao ponto de vista do Globoesporte.com / EuAtleta.com.

Nutricionista formada pela UFRJ e pós-graduada em obesidade e emagrecimento. Tem especialização em nutrição clínica pela UFF, especialização em nutrição esportiva pela Universidade Estácio de Sá e trabalha com consultoria e assessoria na área de nutrição. (Foto: EuAtleta)

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