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Por Bárbara Bruno* — Jundiaí, SP


Além de ser frequentemente um trampolim por uma vida melhor, o futebol também pode ser visto como um "ombro amigo" e refúgio em momentos turbulentos na vida de um atleta.

Confira como foram os jogos das semifinais da Taça das Favelas de Jundiaí

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E foi na esperança de encontrar forças para superar adversidades que Diana de Andrade, de 32 anos, intensificou seus laços com o esporte e hoje não consegue se ver longe dos gramados.

Zagueira do Fepasa, time feminino finalista da Taça das Favelas de Jundiaí, Diana contou ao ge a sua história de superação de doenças com a ajuda do futebol.

Diana de Andrade, zagueira do Fepasa, finalista da Taça das Favelas de Jundiaí — Foto: Arquivo pessoal

Os diagnósticos

Mãe de duas filhas, Diana joga bola desde os seus 15 anos. Apaixonada pelo esporte, ela ficou quatro anos parada para se dedicar e cuidar das duas meninas, que têm 11 e 13 anos.

Quando estava pensando em voltar aos gramados após o crescimento das filhas, em meados de 2017, ela recebeu o diagnóstico do lúpus, uma doença anti-inflamatória crônica de origem autoimune. Foi logo depois que ela passou a ter depressão.

– Fiquei quatro anos sem jogar, mas sentia alguma coisa faltando em mim, sempre fui apaixonada por futebol. Em 2017 tive diagnóstico do lúpus e entrei depressão. Fiquei 39 dias internada em Campinas. Fiz seis sessões de quimioterapia para ajudar o rim responder mais rápido, pois eles estavam querendo parar. Faltando um dia para fazer a hemodiálise meu rim voltou a funcionar, foi um milagre. O médico já tinha até chamado minhas filhas e minha mãe para se despedirem de mim.

Diana, zagueira do Fepasa, e suas duas filhas — Foto: Arquivo pessoal

Após a recuperação do rim, surgiu mais um problema: Diana estava também com reumatismo, que causa dores nas articulações. A zagueira ainda não imaginava, mas seria voltando a fazer o que mais amava, jogar futebol, que ela se recuperaria da doença.

– Quando eu recebi o diagnóstico de reumatismo, o médico disse que eu tinha que fazer exercício. Mas eu estava sem ânimo, sem vontade, depressiva, sabendo que ainda corria risco de decair e até mesmo de perder a vida. Nisso eu pedi para Deus me dar uma chance de vida e sou grata a ele que me escutou. Consegui sair de Campinas e fui para Jundiaí.

– Como eu sentia muita dor nas articulações, tive que procurar uma atividade física e retornei para o futebol. Foi onde meu pensamentos negativos foram indo embora, estava descontraindo no que amo fazer. Sai da depressão onde não tinha vontade de mais nada através desse esporte maravilhoso que é o futebol. Voltei no médico e não tinha mais reumatismo por conta dessa atividade maravilhosa que é muito importante para mim. Toda luta traz a vitória.

Diana joga de zagueira no Fepasa pela Taça das Favelas de Jundiaí — Foto: Arquivo pessoal

Diana contou ao ge que, aos 32 anos, não corre mais risco de adquirir as doenças novamente: "é só felicidade, não tenho depressão e nem reumatismo, preciso só conviver com o lúpus, mas que controlo com remédios. Meus pensamentos negativos sumiram".

A zagueira e a Taça das Favelas

Antes de estrear pelo Fepasa na Taça das Favelas de Jundiaí, a jogadora precisou passar por consultas para ver se seria liberada pelo médico para o torneio.

– Depois da liberação do médio, me inscrevi na Taça das Favelas pelo Fepasa. Só tenho a agradecer a nossa professora Catiane, professor Ricardo e o Miguel pelos ensinamentos. Hoje faço parte dessa equipe maravilhosa, onde temos união. A equipe é maravilhosa, enfrentamos os adversários todas com cabeça erguida e naquela garra de vencer.

Time feminino do Fepasa, finalista da Taça das Favelas de Jundiaí — Foto: Arquivo pessoal

Diana projetou a final da Taça contra a Vila Ana, atual campeã da competição. O jogo será disputado no domingo, dia 23 de junho. A TV TEM fará a transmissão ao vivo das finais da Taça das Favelas.

– Hoje estamos aqui tendo privilégio de disputar essa final maravilhosa que vamos ter dia 23 no estádio Jayme Cintra. Vamos em busca desse título e colocamos nas mãos de Deus, o que for pra ser ele vai nos presentear. O segundo lugar já temos, mas tomara que seja o primeiro lugar. É importante que chegamos até aqui – completou Diana.

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