- Ele passou a noite toda em uma balada. Estava assumidamente sem dormir, em alta velocidade, sem CNH, dirigindo na contramão. Ele já foi condenado por outras causas, e apresenta passagem também, solicitamos uso de monitoramento eletrônico e outras restrições no período em que ele for julgado – explicou em um vídeo publicado nas redes sociais.

+ Luisa mostra evolução na recuperação e cobra justiça: "Está demorando para ser feita"
+ Luisa Baptista recebe homenagens em competição de triatlo: "Guerreira"
+ Siga o canal de esportes olímpicos do ge no whatsapp!

Entre as medidas cautelares solicitadas contra o motociclista estão o comparecimento à Justiça, proibição de contato com a vítima, familiar ou testemunha dos casos, inclusive via meios digitais e proibição de o suspeito se ausentar da comarca.

Procurado, Nayn negou que estava bêbado e dirigia na contramão no dia do acidente.

- Foi uma fatalidade o que houve, pois ninguém sai de casa na intenção de se envolver em acidente, muito menos querendo matar alguém. Sei que estava errado por dirigir sem habilitação, porém bêbado sei que não estava e também não trafeguei na contramão. Estou aqui sofrendo com dores ainda, crônicas, mas a dor maior é não poder mais movimentar um braço, me impedindo de trabalhar e fazer muito mais coisas do dia a dia - disse.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública disse que o caso é investigado no 1º DP de São Carlos. A Polícia Civil informou que busca elementos que auxiliem na elucidação dos fatos e que a oitiva de Luísa ainda será agendada.

- Foram requisitados exames complementares ao Instituto de Criminalística, que estão em execução e após concluídos, serão analisados. As diligências prosseguem visando ao esclarecimento dos fatos - informou a nota.

Até a última atualização desta matéria, nem Ministério Público, nem defesa do motociclista suspeito pelo atropelamento se manifestaram sobre o pedido.

Luisa Baptista teve alta em abril. Segundo o Comitê Olímpico Brasileiro e a Confederação Brasileira de Triathlon, ela faz tratamento Centro de Reabilitação Lucy Montoro, em São Paulo, desde que deixou o hospital. O foco da recuperação é ganhar massa muscular para que, posteriormente, uma prótese seja colocada no quadril da triatleta.

A triatleta campeã do Pan de 2019, natural de Araras (SP), foi atropelada em 23 de dezembro de 2023 quando treinava de bicicleta na Estrada Municipal Abel Terrugi (SCA-329) em Santa Eudóxia, distrito de São Carlos (SP).

Ela foi atingida na traseira por uma moto. Segundo a Polícia Civil, o motociclista não tinha habilitação. Ele foi socorrido e levado para Santa Casa de São Carlos com ferimentos médios. O boletim de ocorrência foi inicialmente registrado como lesão corporal culposa, quando não há intenção, e a moto foi apreendida.

Luisa, que treinava com outros ciclistas, mas no momento do acidente estava sozinha na pista simples, sem acostamento, sofreu politrauma grave, com lesões no pulmão direito, fraturas de diversos arcos costais e na perna direita.

Ainda segundo a polícia, o motociclista sem habilitação que atropelou Luísa havia ido a uma festa com bebida liberada no dia anterior. No entanto, ele disse à reportagem e ao Fantástico que não havia ingerido álcool e afirmou que não se lembra do momento da colisão, por volta das 8h do dia 23, mas garantiu que estava a caminho do trabalho.

O Fantástico teve acesso à única câmera que mostra Luísa passando pela rodovia, a 350 metros do local do acidente. O vídeo não registra a moto, o que, segundo a defesa da vítima, reforça a hipótese de que o motociclista estaria no sentido contrário e teria invadido a outra faixa, atropelando a ciclista na contramão. A tese é negada pelo suspeito.