Honrando a paixão familiar, o filho Claudio Luis Castellano esteve no acesso de 1978 e espera reviver a emoção agora, aos 68 anos, no local que leva o nome do pai.

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- Estarei lá, se Deus quiser. A gente tem uma expectativa positiva, Velo está jogando bem e numa fase muito boa, mas claro respeitando o Juventus, será um jogo difícil, não tem nada decidido, mas a gente espera e vai torcer muito para que o Velo consiga o resultado e volte à elite do futebol paulista - diz Claudio, que em entrevista ao ge lembrou da relação do ex-dirigente com o clube.

Rioclarense, Benito trabalhou como educador social durante 23 anos e esteve como vereador no município por um mandato, entre 1956 a 1959, mas foi dentro das quatro linhas que o nome de origem italiana ganhou força. Segundo Claudio, conselheiro do rubro-verde, a paixão pelo time local foi à primeira vista e surgiu pela influência de colegas.

- Meu pai foi levado por amigos para assistir jogos e aí foi estreitando o relacionamento com o clube, passou a ter cargos diretivos e por muito anos se dedicou ao Velo Clube de corpo e alma. Ele gostava muito de futebol em geral e do Velo em particular. Queria ver o Velo sempre no bom caminho e tinha uma paixão muito grande - conta o filho.

Aos domingos, o almoço era diferente na casa dos Castellano. Enquanto a maioria aproveitava o dia de descanso para colocar o papo de família em dia, na residência de Benito, da esposa Ivone e dos filhos Claudio e Marisa, a correria tomava conta. E a explicação é simples: tinha Galo Vermelho em campo no começo da tarde.

- Falávamos sobre outros assuntos, mas de domingo em dia de jogo, almoçava correndo, não dava nem pra conversa - relembra Claudio, rindo da situação.

O ex-dirigente iniciou definitivamente os trabalhos internos do Velo Clube em 1948, quando participou da transição do futebol amador para o profissional. Além disso, era responsável pelas questões burocráticas junto à FPF (Federação Paulista de Futebol), como inscrições de jogadores, recursos financeiros e compra de materiais esportivos (chuteiras, bolas e uniformes).

Em 1969, o antigo estádio onde a equipe jogava começou a ser demolido. No ano seguinte, o recém-eleito presidente do Galo, Nelson Araújo, iniciou o projeto de construção da nova casa, que se tornou a grande paixão para Benito.

Para arrecadar fundos e acelerar as obras, o pai de Claudio auxiliou na busca por parceiros e vendas de cadeiras cativas.

Benito sofria com problemas de saúde decorrentes do diabetes e, diante da doença, ficou acamado. Mesmo assim, queria participar das tomadas de decisão internas do clube. A dedicação e o esforço valeram a pena. O novo estádio foi inaugurado no dia 7 de setembro de 1972. Mas o torcedor e então dirigente do clube não conseguiu acompanhar o momento especial.

Aos 45 anos, teve complicações e faleceu uma semana antes. Inicialmente, o local foi nomeado Gigantão de Copacabana, porém, em assembleia, a população de Rio Claro, torcedores e membros do time votaram pela alteração.

- É uma satisfação e alegria, né. A gente queria ver ele hoje, torcendo, mas a gente sabe que ele está acompanhando lá do alto, lá de cima, com certeza - comenta Claudio.

De 1978, quando era um dos mais de 10 mil torcedores do Velo que foram até Campinas para ver o acesso contra o Paulista, a 2024, Claudio estará na torcida por mais uma conquista do clube que marcou a família Castellano.

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Depois de vencer por 1 a 0 na Rua Javari, o Velo joga pelo empate para voltar à elite estadual depois de 46 anos. O Juventus precisa ganhar por um gol de diferença, independentemente do placar, para levar a disputa aos pênaltis, ou a partir de dois de vantagem para subir no tempo normal.