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Por Cairo Oliveira e Geovanni Henrique — Rio Claro, SP


Da Libertadores a divisões de acesso pelo país, entre elas a Série A2 do Campeonato Paulista. Esse foi o caminho do experiente atacante Caio Mancha, ex-Palmeiras, que nesta temporada conduz o Velo Clube na luta por uma vaga no Paulistão de 2025. O último e único acesso do time de Rio Claro (SP) à elite foi em 1978, há 46 anos.

Caio Mancha chega como 'esperança' para torcida do Velo Clube

Caio Mancha chega como 'esperança' para torcida do Velo Clube

Revelado pelo Verdão em 2012, o centroavante foi anunciado pelo pelo Galo Vermelho há duas semanas com a expectativa de ser um dos nomes de peso para o mata-mata. Até aqui, os torcedores não têm dúvidas de que ele correspondeu. Em três jogos, Caio balançou as redes duas vezes: na volta das quartas de final contra o São José-SP, na vitória por 2 a 1, e na ida da semifinal contra o Juventus-SP, no triunfo por 1 a 0. Ambos os jogos foram na casa dos adversários.

Aos 31 anos, o camisa nove, que chegou ao clube a pedido do técnico Guilherme Alves, ex-atacante do Atlético-MG nos anos 1990, quer comprovar a boa fase com a conquista da vaga na elite estadual neste sábado em casa, mas pede "pés no chão" aos companheiros de equipe.

- Já tive a oportunidade de ter trabalhado com o Guilherme [Alves, técnico], mas não deu certo. Dessa vez eu vim, estou feliz, estou contente. Vi a qualidade do grupo que ele tem. Vim para agregar, somar e graças a Deus está dando tudo certo. Tinha amigos aqui que me disseram isso, que o grupo era bom e unido. Um dos motivos da minha escolha foi isso. Estou contente pelos gols, de contribuir nessas vitórias. Não ganhamos nada ainda. Temos mais 100 minutos aqui. Temos que ralar, dedicar. Vai ser uma batalha dura, tem qualidade do outro lado. É trabalhar firme e minimizar a maior parte dos erros -, afirmou o atacante, que acumula passagens por Portuguesa, Guarani, ABC, Ferroviária, Taubaté, XV de Piracicaba, Santa Cruz, Londrina, Floresta e, recentemente, estava no Villa Nova-MG.

Caio Mancha, atacante do Velo Clube, comemora gol contra Juventus-SP — Foto: Pedrinho Sarti

Por que não vingou no Palmeiras?

Convidado por Luiz Felipe Scolari para treinar entre os profissionais do Palmeiras em 2012, Caio, que era da base do Alviverde, teve sua primeira oportunidade no time principal contra a Ponte Preta, no Moisés Lucarelli, na derrota por 1 a 0. Contudo, foi em 2013, na Série B, que ganhou mais oportunidades. Fez 28 jogos e marcou dois gols, um deles na Libertadores, na vitória por 2 a 0, contra o Tigre-ARG.

Com o retorno do Palmeiras à elite do Campeonato Brasileiro, Caio não estava mais nos planos da diretoria e foi emprestado para a Portuguesa, em 2014, e depois para Guarani e ABC.

Caio Mancha quando estava na Portuguesa — Foto: Dorival Rosa / Portuguesa

Agora, mais experiente, o atacante avaliou que a passagem pelo Verdão serviu de experiência para formação do atleta que se tornou agora, aos 31 anos, pai de um casal que leva o nome dos pais, falecidos quando ele ainda era criança: Jessé e Ana Lídia, de três e um ano, respectivamente.

- Mais maduro, mais experiente, a gente sabe que se mudasse um percursos no passado a gente poderia estar bem melhor, mas são circunstâncias que tinham que acontecer para tornar pessoas mais maduras, melhores. Não gosto muito de julgar meu passado. Gosto de ver meu presente daqui para frente. Desde que venho plantando coisas boas tenho colhido coisas boas. É se dedicar e trabalhar para que as colheitas sejam frutíferas. Se eu tivesse mudado algumas coisas, algumas atitudes, com certeza seria bem melhor minha passagem por lá, mas tudo serviu de aprendizado para que a gente possa colher no futuro. Isso venho colhendo, dedicando para evoluir cada vez mais - desabafou.

Caio Mancha, atacante do Velo Clube — Foto: Guilherme Veiga/Agência Paulistão

Com os gols decisivos pelo Velo Clube e a possibilidade de recolocar o Galo Vermelho na elite paulista, Caio sabe que ganha espaço e visibilidade no mercado, mas para isso é preciso manter o foco e trabalho nas últimas horas antes da decisão.

- É fazer o que a gente vem fazendo e se dedicar ao máximo. Nada supera a dedicação. Acesso, títulos, sempre somos lembrados por isso, poder deixar nossa marca na história do clube é muito gratificante. Isso valoriza muito no mercado. As pessoas não vão querer contratar quem tem rebaixamento. Vai procurar quem são campeões, quem tem acesso. Sem contar o lado pessoal, a família apoiando, torcendo, poder dar felicidade aos companheiros, familiares e torcedores.

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