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Por GloboEsporte.com — Campinas, SP


Em despacho na tarde desta quarta-feira, o presidente do SJTD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), Ronaldo Piacente, indeferiu o pedido da Procuradoria para que o resultado de Ponte Preta 2 x 3 Vitória não fosse homologado.

Com isso, o placar está mantido até que o caso seja julgado por uma comissão disciplinar. O julgamento está marcado para segunda-feira, a partir das 13h30.

Diante do cenário, a CBF precisa aguardar a decisão para confirmar a tabela final do Campeonato Brasileiro, uma vez que existe a chance de o resultado ficar 3 a 0 para o Vitória, o que, consequentemente, interferiria na disputa contra o rebaixamento.

Assim, a classificação da Série A ficará pendente por um dia, correndo o risco de sofrer alterações mesmo após a última rodada - a ser disputada neste domingo.

Torcida da Ponte Preta invadiu campo do Moisés Lucarelli no domingo — Foto: DENNY CESARE/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO

Por conta da invasão de torcedores da Ponte Preta ao gramado, aos 36 minutos do segundo tempo, o jogo foi paralisado e nunca reiniciado. O pedido da procuradoria do STJD é baseado nos artigos 19 e 20 do Regulamento Geral de Competições da CBF, que prevê, entre outros itens, que "se um clube houver dado causa à suspensão e era perdedor, o adversário será declarado vencedor pelo placar de três a zero (3 a 0) ou pelo placar do momento de suspensão, prevalecendo o correspondente à maior diferença de gols".

É justamente o cenário da partida em Campinas no momento da paralisação do jogo: a Ponte, mandante, perdia por 3 a 2, o que faria prevalecer o placar de 3 a 0 pela maior diferença de gols.

Na visão da presidência do STJD, porém, não tem como atribuir à Ponte a causa pela interrupção da partida. Assim, ele negou a liminar que pedia a suspensão do resultado até a decisão final do STJD. O próximo passo do processo é ser distribuído pela secretaria do órgão, que repassará a uma comissão disciplinar para que a data do julgamento seja marcada.

Como ficaria a tabela?

Atualmente, o Vitória aparece em 15º com 43 pontos, mesmo número do Coritiba, 16º. A vantagem do time baiano se dá no saldo de gols: -7, contra -8 dos paranaenses. Se o placar for alterado de 3 a 2 para 3 a 0, o saldo do Vitória passaria a ser -5 (ou seja, os dois gols pela Ponte Preta seriam "anulados", e o time baiano, que hoje aparece com 56 gols sofridos, passaria para 54).

Na prática, isso representaria uma folga maior para o Vitória em relação ao Coritiba na rodada final: se os dois perderem seus jogos e ficarem estacionados nos 43 pontos, sendo ultrapassados por Sport ou Avaí, quem cairia seria o time de menor saldo de gols, ou seja, o Coritiba (a não ser que o Vitória fosse goleado em casa pelo Flamengo).

A definição de uma das vagas do Z-4 entre eles vai para o saldo se, por exemplo, Vitória e Coritiba ficarem empatados em pontos nas posições de 16º (a salvo) e 17º (rebaixado).

A denúncia já foi apresentada pela procuradoria do STJD à secretaria do órgão, que agora a repassa para uma comissão disciplinar e então é marcada a data de julgamento. Não há prazo para que isso aconteça, mas é certo que o julgamento não será marcado ainda nesta semana, ou seja, antes do término do Campeonato Brasileiro. Até por isso, a procuradoria do STJD pede que o resultado de campo (3 a 2) não seja homologado até o julgamento do caso.

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