O Maricá FC fará sua estreia na Copa do Brasil contra o Guarani, dia 1 de março, no Estádio Elcyr Resende, em Saquarema. A participação na competição nacional é a primeira na história do clube. À frente da equipe desde 2019, o técnico Marcus Alexandre tem um dos trabalhos mais longevos no cenário nacional. Ao ge, o comandante da equipe declarou que a expectativa vai além dos ganhos esportivos, mas representa a possibilidade de apresentar o Município de Maricá para todo o país.
A chegada ao clube ocorreu após uma passagem pelo profissional do Nova Iguaçu. O treinador declarou ter recebido propostas de outros clubes de divisões acima do Maricá, à época na B2 do Carioca. Entretanto, afirmou que buscava um projeto, e não somente um emprego, mas algo que o motivasse por completo:
- Eu tinha acabado de sair do Nova Iguaçu, que tinha disputado a Série D do Brasileiro e a Copa Rio. No Maricá, foi me apresentado um projeto muito mais ambicioso, e eu queria um projeto. As pessoas até me chamaram de maluco. "Está disputando uma Série D de Brasileiro, Carioca, e vai parar num clube na terceira divisão (estadual). Acreditei no projeto que me passaram, de em cinco anos estar disputando uma competição nacional e chegar na elite do Carioca, ou ao menos na série de acesso. Fiquei fascinado pelo projeto e abracei a ideia da cidade.
Marcus Alexandre também destacou que o projeto consistia em desenvolver toda a infraestrutura do clube. O objetivo é trabalhar para a construção de um estádio e centro de treinamento. O treinador conta que, antes de sua chegada, o clube bateu na trave três vezes, mas em 2019 conquistou o primeiro acesso, da B2 para a B1 do Carioca. No ano seguinte, a Ferj promoveu uma alteração nos moldes do campeonato. Foi criada a A2, culminando com novo acesso do Maricá. Em 2021, conquistaram a vaga para a Copa do Brasil.
- É uma oportunidade não só esportiva, pelos atletas poderem disputar uma competição nacional, mas também para o país conhecer a história da cidade de Maricá. É uma oportunidade única! - disse o treinador.
O Maricá FC surgiu em 2017, em parceria com Clube de Futebol Rio de Janeiro, utilizando a vaga para disputar competições sob o nome de Rio de Janeiro/Maricá. Em julho de 2018, foi oficializada a entrada do Maricá Futebol Clube no lugar do Rio de Janeiro.
Clube empresa, o Maricá possui dois sócios - que preferiram ficar no anonimato - e tem como principal objetivo ser um clube formador. O diretor-executivo André Luiz de Oliviera detalhou em que fase está a execução do projeto de cinco anos. De acordo com ele, o clube atravessa um momento financeiro complicado, acompanhando a situação do país. Mas afirmou que os salários estão em dia.
- O clube vem ano a ano subindo dentro do planejamento e de sua realidade. Salários em dia, de todos. A situação do país é de conhecimento de todos, o que não facilita grandes investimentos privados. Em 2022, esperamos grande aprendizado em competição nacional , Copa do Brasil, mata mata com equipes tradicionais, é uma grande experiência. Vamos para o Campeonato Carioca com objetivo de ascensão ao grupo de elite para 2023. Nada será fácil, campeonato com equipes de tradição e qualificadas, mas o grupo é bom e vamos trabalhar dia a dia em busca dos objetivos.
Além da vaga na primeira competição nacional do clube, 2022 será o ano de conclusão da obra do estádio municipal, que será a casa do Maricá FC. A construção está sendo realizada em uma área pública de 17 mil m², localizada no bairro Corderinho, na Rua 107, em frente à Creche Municipal Marilza da Conceição Rocha Medina e ao lado da Escola Lúcio Tomé Feteira. A capacidade será de três mil pessoas. A previsão para o término da obra é em abril deste ano, segundo o diretor-executivo André Luiz.
A construção do centro de treinamento também está entre as prioridades do Maricá, mas por enquanto só existe o projeto. Além das melhorias em infraestrutura, o objetivo é conquistar o acesso para a Série A do Carioca 2023. O Maricá também enxerga potencial para atuar como clube formador. A escolha do treinador Marcus Alexandre passa pelo perfil de um profissional que atuou 19 anos na base do Vasco e trabalhou na formação de atletas como Coutinho, Alex Teixeira, Douglas Luiz, Alan Kardec, Luan e alguns outros.
Em São Januário, o técnico viveu 19 dos 49 anos de vida. Foram duas passagens pela equipe carioca, de 1993 a 2008 e 2015 a 2018. Durante o período em que ficou fora do Vasco, Marcus Alexandre passou pelo Nova Iguaçu, São Gonçalo e Botafogo. O treinador contou que o grande diferencial da base do Vasco era o futsal. Segundo ele, o ambiente competitivo desde cedo, a modalidade que exige uma técnica apurada, em espaço curto, influenciam diretamente na formação dos atletas.
No Maricá, em 2020, o treinador conquistou a Taça Corcovado, segundo turno da Série A2 do Carioca. Para 2023, a equipe tem o objetivo de conquistar a única vaga para a primeira divisão do estadual. Para o treinador, além de conseguir o acesso, o outro principal objetivo do clube é voltar a disputar uma competição nacional na próxima temporada. Ele acredita que a Copa Rio é o caminho mais curto para conquistar a vaga.
Com o estadual a ser disputado a partir de maio, o foco está virado para a estreia contra o Guarani na Copa do Brasil. O clube divide os locais de preparação da equipe em dois clubes da cidade, o Esporte Clube Maricá e o Bambuí Futebol Clube. Marcus Alexandre projetou um grande jogo, e destacou a continuidade no trabalho do técnico Daniel Paulista, como maior triunfo do adversário. Mas o treinador prometeu um time muito competitivo, que irá propor o jogo, mas com uma marcação muito forte na fase defensiva.
- O Guarani é um clube de muita tradição. Já revelou grandes atletas, tem uma força muito grande na sua base. Tem um treinador que fez um grande campeonato ano passado, e foi mantido no cargo. Quase conseguiu o acesso para a Série A e no finalzinho se enrolou um pouco e não teve fôlego para subir. Como o treinador está mantido, o trabalho tende a ganhar bastante força. Um adversário que a gente tem bastante respeito. O futebol é dinâmico, e a gente vem com um conceito de jogo híbrido, com a bola, bastante ofensivo, mas, sem a bola, um time compacto para reduzir os espaços do adversário.
Na primeira fase da Copa do Brasil, a disputa pela classificação é em jogo único. Se houver empate, o Guarani garante a vaga, pois é o clube mais bem classificado do confronto no Ranking Nacional de Clubes.
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