TIMES

Por Guilherme Moreira — Curitiba


Uma das joias da base do Athletico, o meia Dudu pediu para voltar ao time sub-17 e buscar o título inédito da Copa do Brasil da categoria. O Furacão encara o Palmeiras no domingo, às 19h30, na Arena Barueri, e o ge acompanha tudo em Tempo Real.

Dudu está em alta após ser um dos destaques do Brasil na conquista do Sul-Americano sub-17. Ele foi o garçom na campanha, com seis assistências em oito jogos, e marcou três gols.

No retorno da seleção, o meia pediu para deixar o Brasileiro sub-20 de lado e jogar a Copa do Brasil Sub-17. Ele estreou nas quartas de final contra o Atlético-MG, com um gol. No jogo da volta da semifinal, diante do Sport, fez mais um.

Temos que viver o presente, preciso ter meu foco todo aqui. E, desempenhando bem, consequentemente vou ter minha oportunidade no time principal um dia.
— Dudu, ao site oficial

Dudu , em treino do Athletico — Foto: Gustavo Oliveira/Athletico

O jovem meia começou a temporada na Copa São Paulo de Futebol Júnior como reserva e, após a eliminação na terceira fase, voltou como titular do sub-20.

Mesmo nas categorias de base, Dudu já é preparado para o time profissional. No mês passado, o Furacão renovou por três anos com a jovem promessa e o deixou com o maior salário da categoria. O vínculo passou para abril de 2026.

O clube planeja fazer a transição sem pressa para cumprir as etapas necessárias. Um desses passos é ser integrado aos treinos do elenco principal, mas sem antes se firmar no sub-20.

- É inevitável. Sempre que é possível e estou ali por perto, paro para dar uma olhada no treino do time principal. É muito legal, você olha e sonha em um dia estar ali com eles - declarou.

O início do Athletico

Dudu, em Athletico x Paraná — Foto: Arquivo pessoal

Curitibano e morador do bairro Novo Mundo, Dudu deu os primeiros chutes com o pai, Elissandro Anastácio. Depois, passou a jogar em uma escolinha de futebol perto de casa e aliou junto com o futsal.

Na transição definitiva para o campo, Dudu chegou a vestir a camisa do Coritiba. Em 2017, com 11 anos, o jovem trocou de lado, entrou na iniciação do Athletico e chegou ao CT do Caju dois anos depois.

Aos 15 anos, ele recebeu sua primeira convocação para o sub-15 da seleção brasileira, camisa que já virou costume em seu corpo. Já são nove convocações em sua breve carreira.

O crescimento

Dudu marca para o Brasil no Sul-Americano Sub-17 — Foto: Rafael Ribeiro/CBF

Dudu começou a chamar mais atenção no ano passado pelo Brasileiro sub-17, com seis gols em 30 partidas, e foi convocado para o Brasil. No mesmo ano, em setembro, o meia assinou o primeiro vínculo profissional.

A "consagração" aconteceu no Sul-Americano deste ano, sob o comando de Phelipe Leal. Na campanha do título, Dudu se mostrou um facilitador do meio-campo e esbanjou recursos com tabelas curtas, passes e lançamentos longos, cruzamentos, infiltrações e finalizações. Ainda soube cumprir com suas obrigações defensivas.

Disputado no Equador, o camisa 10 canarinho fechou a competição com três gols, ficando atrás apenas dos colegas Kauã Elias e Rayan, que marcaram cinco. Além disso, Dudu deu seis passes decisivos para gols e terminou como o maior garçom. O jogador só ficou de fora de uma das nove partidas.

O Brasil se garantiu no Mundial da categoria, que será disputado no fim do ano, em sede a ser definida. Dudu estará na lista.

Inspiração

Nascido em 2006, Dudu tem uma referência inevitável no mundo da bola: Messi, eleito sete vezes o melhor do mundo e atual campeão da Copa pela Argentina. O jovem meia destaca a inteligência do craque para escolhê-lo.

- Sempre gostei do Messi. Sempre que jogava futebol no videogame, queria estar com o Barcelona para jogar com o Messi. A inteligência. A qualidade técnica dele. A velocidade com que ele faz a tomada de decisão dentro de campo. Ninguém consegue fazer o que o Messi faz. E só mesmo você estando no futebol, dentro de campo, para entender como é impressionante o que ele faz - analisou.

A outra referência tem o lado rubro-negro. Atleta do Newcastle e da seleção, presente no Mundial do Catar, Bruno Guimarães apareceu para o mundo no Athletico, com as conquistas da Sul-Americana 2018 e Copa do Brasil 2019.

- Gostava muito de ver o Bruno Guimarães jogando pelo Athletico. Me espelhava no jogo dele. Até hoje acompanho as partidas dele. É sempre muito difícil ‘copiar’ o que outro jogador faz. Então sempre reparo no que os jogadores de grande destaque fazem e, a partir disso, tento adaptar ao meu estilo de jogo. Na verdade, quando você assiste a um jogo, você meio que estuda os outros jogadores - referenciou.

Família

Além do pai, Dudu tem a "facilidade" de conseguir ter a família por perto. A mãe Araceli Kogitzki e o avô Serafin Kogitzki estiveram na arquibancada da Arena na vitória do Furacão diante do Sport, com mais de 15 mil torcedores. A irmã mais nova, Rafaela Kogitzki Anastácio, também acompanha seus passos.

Esse apoio é importante não só em jogo, mas no dia a dia. A rotina de Dudu passa por levantar cedo, ir para o CT, treinar em dois períodos e ter aula de inglês. No fim da tarde, ele volta para casa e se dedica ao terceiro ano do ensino médio. Pela agenda de treinos e jogos, a escola o liberou para fazer aulas online.

Nas horas vagas, quando tem, o jogador tenta aproveitar a fase de adolescente. Um dos hobbies é jogar Counter-Strike. O outro é escutar música.

- O dia a dia é difícil. Você precisa fazer um esforço para organizar a sua agenda e, assim, conseguir viver bem. Sou uma pessoa bem tranquila. E esses momentos de lazer me ajudam a relaxar. Por isso que, sempre que posso, dou uma ‘saidinha’ do mundo do futebol para dar um descanso para a minha cabeça - finalizou.

Veja também

Mais do ge