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Por Nadja Mauad e Rodrigo Saviani — Curitiba


Caio Tércio, empresário do atacante Alef Manga, detalhou a situação do jogador no Coritiba. O jogador está na reta final da punição de 360 dias de suspensão por envolvimento em apostas esportivas. Ao ge, Tércio explicou como estão as conversas com a diretoria do Alviverde para um possível retorno de Manga (veja no fim todas as respostas).

Alef Manga fora do Coritiba? Paulo Autuori se pronuncia sobre situação do jogador

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– O planejamento sempre foi de retorno a atuar pelo clube com o fim da punição, tanto que houve a reativação do contrato de trabalho do atleta meses atrás – pontuou.

Procurado, o Coritiba disse que o assunto de Alef Manga será resolvido em breve.

Alef Manga foi punido em agosto de 2023 pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) por ter recebido cartão amarelo no jogo contra o América-MG, em 2022. A pena começou a ser cumprida logo após o julgamento pelo Pleno no dia 9 de agosto do ano passado. O empresário citou que o retorno é previsto no fim de julho:

– O planejamento da defesa sempre esteve alinhada trabalhando conjuntamente com o departamento de futebol e jurídico do clube programando um retorno do Alef para o dia 27 de julho, em partida contra a Chapecoense, no Couto.

Sobre propostas, o empresário confirmou algumas procuras pelo jogador, mas garantiu que o desejo de Alef Manga é ficar no Coritiba neste momento.

– Recebemos contatos de alguns clubes e alguns parceiros que possuímos no mercado e sempre deixamos claro que a vontade do jogador é atuar pelo Coritiba.

Alef Manga — Foto: Daniel Piva

Caso Alef Manga esquenta bastidores

Na última semana, o advogado de Alef Manga, Jeffrey Chiquini fez uma postagem nas redes sociais acusando o diretor executivo do Coritiba, William Thomas, de não querer o atacante no elenco para a sequência da temporada.

Isso levou o Coxa, por meio do diretor técnico Paulo Autuori, rebater a fala de Chiquini. Em vídeo, o dirigente destacou que o departamento de futebol do Coritiba deseja construir uma atmosfera ética, moral e com princípios e valores que estejam diariamente presentes.

Este capítulo deixou evidente a divergência interna no clube entre o CEO do Coritiba, Carlos Amodeo, e Paulo Autuori e William Thomas.

No começo desta semana, Amodeo, deixou o cargo. O caso Alef Manga não pode ser apontado como causa direta da saída, mas pode ter sido a gota d'água, uma vez que evidenciou o racha interno com o departamento de futebol.

Caio Tércio, empresário de Alef Manga — Foto: Emerson Pereira/Arquivo Pessoal

Veja as respostas de Caio Tércio, empresário de Manga, ao ge:

Como está hoje a situação do Alef Manga?

O Alef está aguardando o fim da sua punição de 360 dias para ser liberado pela Justiça Desportiva e voltar a atuar pelo Coritiba. Sempre houve um excelente relacionamento com o departamento de futebol do clube desde a chegada do atleta ao clube através do Paulo Aquino, que foi primordial para a contratação, adaptação do Alef ao clube e no entendimento do que é o Coritiba e ser Coxa-Branca por parte do atleta. Acredito que essa identificação do Alef com o Coritiba passou muito pela presença, profissionalismo e capacidade do Paulo Aquino e demais profissionais do clube em passar o que é ser coxa para os atletas.

O que foi passado para você ou para o jogador?

Desde a chegada da SAF ao clube e consequentemente do momento em que o Carlos Amodeo assumiu o cargo de CEO (que se confunde um pouco com o período inicial da punição), sempre tivemos uma relação muito transparente, reta e direta. O Amodeo sempre se posicionou como um defensor dos interesses do clube e dos ativos do clube como era esperado, já que ocupava o cargo de CEO. E aqui, cabe um parêntese para agradecermos ao Carlos Amodeo por todo suporte que ele e o Herbert Martins Jr, representante do jurídico do clube, deram ao atleta durante todo o período. Sempre foi possível notar que além do cuidado com o atleta, eles se preocupavam também com o cidadão Alef. Sabemos que, infelizmente, nem todos possuem essa grandeza e capacidade de entender que o cuidado nesse momento era importante para o atleta também. Particularmente, acreditamos que o Amodeo e o Herbert entenderam muito bem o que o Alef estava passando, deram a atenção, suporte e punições internas necessárias, mas sempre pensando no retorno que o Alef daria ao clube futuramente. Eles conseguiram perceber assim, como o Paulo Aquino e o Renê Simões inicialmente, que o Alef feliz e confortável no clube, o Coritiba teria um atleta para fazer a diferença nos jogos e competições. O planejamento sempre foi de retorno a atuar pelo clube com o fim da punição, tanto que houve a reativação do contrato de trabalho do atleta meses atrás.

Alef Manga só deve voltar ao Coritiba no final de julho

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Você já teve alguma conversa com o departamento de futebol sobre a situação do Manga? Falaram algo também para o jogador?

As conversas sempre foram concentradas na figura do Amodeo desde o período da investigação, incluindo o período da punição ao atleta como o da reativação contratual como forma de facilitar mesmo o diálogo e por exercer o cargo máximo no clube. O que temos de concreto, além das conversas que tínhamos com o Amodeo, é o fato de o William Thomas ter expressado diretamente e pessoalmente ao atleta em sua chegada e, posteriormente, que conta com ele na recondução do Coxa à Série A. Então, para nós, é muito claro o desejo do clube, hoje na figura do diretor de futebol, de contar com o Alef no elenco, uma vez que já externou isso ao atleta e não nos posicionou de modo diferente em nenhum momento. Tivemos um contato com ele neste semana, pela primeira vez, o dirigente a todo momento disse que o Coritiba está dando as condições de trabalho ao atleta e que seguirá assim.

Existem propostas pelo Alef Manga?

Ocorreram consultas, assim como sempre ocorreu durante todo esse período que o atleta está vinculado ao clube. Propostas que tivemos durante esse período sempre foram informadas ao clube. Recebemos contatos de alguns clubes e alguns parceiros que possuímos no mercado e sempre deixamos claro que a vontade do jogador é atuar pelo Coritiba. O Alef não se vê atuando por outro clube neste momento. Ele é apaixonado pela torcida do Coritiba, pelo clube, pela cidade e possuímos uma dívida de gratidão ao que o clube e a torcida fizeram por ele no momento mais difícil da vida dele. Ele quer retribuir fazendo o que sabe de melhor, que é se dedicando dentro de campo e fazendo gols para comemorar com a nação Coxa-Branca. Para ele, seria “muito mais fácil”, durante parte do período da punição, estar próximo a família toda em Santos, mas desde que chegou ao clube, a vida dele passou a ser o Coxa e Curitiba. Quem o conhece, sabe o quanto ele é intenso, o quanto viveu, vive o Coritiba e está ansioso para retornar ao Couto Pereira, se desculpar dentro de campo e dar alegrias à torcida que ele tanto ama e hoje sente fazer parte de fato.

Porque aquela conversa marcada para o último sábado não aconteceu?

Nós já estávamos com a agenda apertada pois haveria o jogo à tarde. Eu possuía compromissos que não conseguiria adiar também e entendemos que seria necessário uma conversa um pouco mais longa do que o planejado por questões internas do clube e por questões geradas por terceiros, que não são responsáveis pela gestão da carreira do Alef. Apenas isso.

STJD mantém punição do Alef Manga que está suspenso até julho

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Como vocês viram a declaração do diretor técnico Paulo Autuori?

Primeiro, precisamos entender se foi uma declaração realmente direcionada para o atleta. O Autuori é um profissional experiente e sempre defendeu e acreditou no ser humano e em segunda chance em todos os momentos. Por toda condução de casos até bem mais graves e com questões fatais, me custa a acreditar que essa declaração tenha sido direcionada ao Alef. Seja no Athletico, no Inter, no Goiás e em diversos clubes em que dirigiu e comandou, ele sempre foi um defensor da reinserção, da segunda chance ao cidadão e acreditamos, sinceramente, que essas questões não foram motivadas anteriormente por questões pessoais que transcendam o futebol, pois o profissionalismo do Autuori não é questionado.

Acreditamos que se fosse algo direcionado ao atleta, o Autuori teria nos contactado e contactado o atleta para falar diretamente porque acredito que seria a forma profissional e ética. Como não ocorreu isso e com toda experiência que o Paulo possui, não creio que não fosse agir de modo correto, transparente, ético e direto.

Não possuímos dúvidas que sempre estivemos alinhados aos pensamentos do clube e podem consultar todos os dirigentes que passaram pelo clube desde a chegada do Alef. Tenho certeza que todos irão elogiar a nossa conduta, sempre ética e transparente com o clube. Apenas esperamos o mesmo.

Quando Manga estará liberado para jogar?

A defesa do Alef no caso “Penalidade Máxima" passou por mudanças recentes, mas o planejamento da defesa sempre esteve alinhada trabalhando conjuntamente com o departamento de futebol e jurídico do clube programando um retorno do Alef para o dia 27/07, em partida contra a Chapecoense, no Couto. Era algo alinhado, programado e planejado em conjunto entre o antigo advogado e o Carlos Amodeo. Acreditamos que essas mudanças recentes não irão aumentar esse prazo, uma vez que ainda que o atleta necessite de ritmo de jogo pelo período afastado, está muito bem fisicamente. Nós temos certeza que a torcida do Coxa irá reencontrar um Alef com ainda mais vontade dentro de campo de retribuir todo o carinho e amor que ele recebe.

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