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Por Bárbara Mendonça e Bruna Rodrigues — São Paulo, SP


Presente em todos os dias do GP de São Paulo, o campeão da Fórmula 2 Felipe Drugovich já está em casa dentro da Aston Martin no Autódromo de Interlagos. Sempre acompanhado por um membro da equipe de F1, o brasileiro recebeu a reportagem do ge.globo na hospitalidade do time, neste sábado. Firme, detalhou sua decisão de renovar o contrato de piloto reserva para 2024 e demonstrou confiança na condução de sua carreira.

- O fator decisivo é a minha vontade de estar na Fórmula 1. Estou disposto a fazer o possível e o impossível, e isso quer dizer, muitas vezes, abrir mão de ótimas oportunidades. A gente fica meio pensativo porque eu quero uma vaga principal, não ser só reserva, mas vamos ver - disse.

Felipe Drugovich em exclusiva ao ge.globo neste sábado do GP de São Paulo da F1 2023 — Foto: Bruna Rodrigues/ge

Na conversa, Drugovich destacou que ainda não descarta buscar uma categoria para competir enquanto concilia a função de reserva na F1, embora tenha evitado citar nomes. Por enquanto, sua única certeza é que ele estará à disposição do time em 2024 - e rumores sobre possíveis saídas dos titulares Lance Stroll ou Fernando Alonso não afetam sua preparação.

- Eu vejo os rumores nas redes sociais mas sei o que está acontecendo na equipe. Não tento me preocupar mais, ou menos. Desde que entrei aqui, tento estar pronto a qualquer momento, como se fosse substituir alguém já no próximo minuto. Isso não muda nada para mim - respondeu.

Em julho, o jovem de 23 anos participou do testes de novatos da Fórmula E pela equipe Maserati e foi o mais rápido. Em setembro, recusou um convite da Ed Carpenter na Fórmula Indy - depois de rumores no ano passado apontarem para outra recusa à Chip Ganassi na categoria.

Felipe Drugovich no dia 3 de testes da pré-temporada da F1 2023 — Foto: Dan Istitene - Formula 1/Formula 1 via Getty Images

Se a decisão de dedicar-se integralmente ao posto de reserva pareceu questionável para alguns, Felipe discorda e reforça, ainda, que não se vê prejudicado pela possibilidade de passar mais um ano sem competir:

- Ano que vem quero continuar correndo, fazer um programa em paralelo como piloto reserva. O simulador é muito importante, e tenho tentado me manter bem mentalmente de uma forma que eu consiga assimilar minhas limitações, pontos positivos, o que eu preciso fazer para ir bem e evitar para não ir mal. Lógico, não tem estar 100% na primeira corrida, mas piloto tem memória muscular e isso conta muito pra gente.

Como reserva, Drugovich foi convocado em fevereiro deste ano para substituir Lance Stroll na pré-temporada de F1, quando o canadense fraturou o punho após um acidente de bicicleta. Felipe chegou a ser o terceiro mais rápido em uma das sessões matinais.

Felipe Drugovich guiou pela Aston Martin na pré-temporada da F1 2023 — Foto: Peter Fox/Getty Images

O que mudar na F2?

Desde que a GP2 se tornou Fórmula 2 em 2017, cinco de seus seis campeões chegaram à F1 em caráter integral: Charles Leclerc (2017), George Russell (2018), Nyck de Vries (2019), Mick Schumacher (2020) e Oscar Piastri (2021).

De Vries e Piastri, porém, tiveram que esperar de dois a três anos para estrearem como titulares na elite do automobilismo europeu. Drugovich aprova os métodos da F2, mas ainda vê espaço para melhorias, concordando ainda que aumentar o número de equipes na F1 também é um caminho válido.

- Nos últimos dois anos (os campeões) foram entregues com um ano em atraso. Eu gostaria que tivessem mais corridas na Fórmula 2, como o campeonato de Fórmula 1; ter as equipes de Fórmula 1 apoiando mais as de Fórmula 2, mais ou menos como é na MotoGP, e um regulamento que determinasse que o piloto que ganhar tenha que estar lá (na F1). O principal problema da Fórmula 2 e Fórmula 3 é não darem certeza para os pilotos. Se dessem, equipes apoiariam mais - opinou.

Felipe Drugovich conquistou a Fórmula 2 2022 — Foto: Clive Mason/Getty Images

Embora ainda esteja na fila para a F1, o piloto de 23 anos reforçou sua torcida para que o Brasil volte a ser representado no grid da categoria.

- Nunca o Brasil teve dois atuais campeões na Fórmula 3 (Gabriel Bortoleto) e Fórmula 2 juntos. É um ponto positivo para o Brasil e demonstra que precisamos ter pilotos brasileiros na Fórmula 1. Eles (Aston Martin) têm me apoiado demais, feito tudo que podem para ajudar na minha evolução como piloto. Tenho testado o carro de 2021 em treinos privados, eles me dão um insight gigantesco e é isso que eles precisam fazer, me manter pronto para caso eu precise substituir os pilotos principais. Estou feliz com o jeito com que eles têm me tratado - adicionou Felipe.

Veja a análise prévia do GP de São Paulo de Fórmula 1

Veja a análise prévia do GP de São Paulo de Fórmula 1

A TV Band transmite o GP de São Paulo e a corrida sprint na TV aberta. A Bandsports exibe a corrida, classificações e corrida sprint. O ge.globo acompanha todo o fim de semana em tempo real e in loco, direto do Autódromo de Interlagos.

F1 2023: infos e horários do GP de São Paulo, 20ª etapa do ano — Foto: Reprodução

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