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Por Redação do ge — Baku, Azerbaijão


Quem esperava a emoção de corridas malucas, como aconteceu em 2017 e 2018, pode ter ficado um pouco decepcionado com o GP do Azerbaijão deste ano. Para a quarta etapa da F1 2023, a categoria reduziu em 100m a principal zona de ativação de DRS em Baku, conforme anunciado pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA) em fevereiro. O impacto na pista, na opinião de diversos pilotos, não foi dos melhores.

Veja a análise de Rafael Lopes e Luciano Burti para o GP do Azerbaijão de Fórmula 1

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- Acho que esses carros estão gerando um pouco mais de downforce, e os carros atrás estão sofrendo um pouco mais para seguir. Na minha opinião, não foi a coisa certa encurtar o DRS, porque está ficando mais difícil de ultrapassar do que no ano passado. É algo que precisamos revisar - disse Sergio Pérez, da RBR, vencedor do GP do Azerbaijão.

Segundo Lando Norris, da McLaren, a decisão da FIA foi questionada de forma unânime pelos pilotos na tradicional reunião de sexta-feira. A entidade se manteve fiel às modificações propostas.

F1 2023: Sergio Pérez venceu o GP do Azerbaijão pela segunda vez na carreira — Foto: Michael Potts/BSR Agency/Getty Images

- É quase impossível de ultrapassar, especialmente com nossa velocidade nas retas. Não ajuda o tanto que a zona de DRS está mais curta em comparação a onde estava no ano passado. Não (faz sentido), nenhum. Todos questionaram no briefing dos pilotos - analisou o britânico da McLaren.

Sexto colocado no GP do Azerbaijão, Lewis Hamilton foi um dos pilotos a questionar a nova zona de DRS. Após receber um "chute nos dentes" pelo momento do safety car, nas palavras do heptacampeão, o piloto da Mercedes escalou de décimo até sexto, mas não conseguiu a manobra sobre a Ferrari de Carlos Sainz.

- Não houve nada de errado (com o W14), mas eu queria mais potência. Um piloto sempre quer mais. E eles (F1) encurtaram a zona de DRS na reta, não sei por quê fizeram isso. Sempre tivemos ótimas corridas onde o DRS estava. Na hora que você acionava o DRS, era tarde demais. Houve muitas ultrapassagens? Bem, aí está (a resposta) - declarou Lewis.

F1 2023: Lewis Hamilton persegue Carlos Sainz no GP do Azerbaijão — Foto: Alex Pantling/Getty Images

George Russell, que também atua como diretor da Associação dos Pilotos de Grandes Prêmios (GPDA, na sigla em inglês), compartilha da opinião do companheiro. O piloto da Mercedes destaca ainda a falta de diálogo entre a FIA e os pilotos na decisão de encurtar zonas de DRS.

- À medida que os carros evoluíram do regulamento inicial que a F1 introduziu (em 2022), ultrapassar ficou mais difícil. Obviamente eles também estão diminuindo as zonas de DRS, algo em que os pilotos tiveram zero input. (...) Sequer tenho certeza de que a FIA está ciente que sentimos que ultrapassar está mais difícil. Ainda assim, eles baseiam o DRS no histórico das informações.

Novas zonas não são consenso

Alexander Albon, Logan Sargeant e Kevin Magnussen também se mostraram contrários à diminuição da zona de DRS - mas o grid parece não ter chegado a um consenso no assunto.

Chefe de equipe da Mercedes, Toto Wolff definiu o GP do Azerbaijão como "chato", mas atribuiu pouca importância ao impacto da utilização da asa móvel. O austríaco também destacou o formato inédito para fins de semana com a corrida sprint, que deixou de definir o grid de domingo.

- Não houve ultrapassagens (na corrida), mesmo com uma diferença de ritmo grande. Temos que analisar o fim de semana com o formato da sprint, onde há pontos positivos que possamos tirar. No fim, tudo se resume a correr. Precisamos analisar como podemos melhorar, como evitar uma corrida chata. Não tenho certeza que 100m a mais de DRS teriam feito diferença - analisou Wolff.

Sergio Pérez e RBR comemoram vitória no GP do Azerbaijão e a quarta da equipe em 2023 — Foto: Mark Thompson/Getty Images

Já o diretor esportivo da Alpine, Alan Permane, crê que opiniões sobre mudanças podem ser influenciadas pelo panorama de equipes e pilotos no Mundial.

- Você tem que ser cuidadoso quando fala sobre coisas assim, e para quem você pergunta. Se você está na frente, não quer quaisquer zonas de DRS. E se você tem um carro mais rápido na corrida do que na classificação, você quer zonas de DRS maiores. Acho que é melhor deixar estas coisas para a FIA julgar, (baseada) nos dados dela - declarou Permane.

A F1 2023 retorna neste domingo, 7 de maio, com o GP de Miami. Veja dias e horários das corridas da temporada aqui.

F1 2023: infos e horários do GP de Miami — Foto: Infoesporte

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