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Por Bruno Côrtes, Giovana Pinheiro e PC Júnior — Doha, Catar


"Hoje não, hoje não, hoje sim!" O objetivo de Viviane Jungblut no Mundial de esportes aquáticos, em Doha, no Catar, foi cumprido: a vaga em Paris 2024 na prova dos 10km das águas abertas. A brasileira ficou fora da modalidade por uma vaga para Tóquio 2020, o que a fez buscar a classificação na natação, que disputou 800 e 1.500m livre. Se até hoje Viviane se dividia no calendário, o foco está mais do que decidido no ciclo.

Ana Marcela Cunha e Viviane Jungblut se classificam para as Olimpíadas nas águas abertas

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- Com certeza a gente já tinha tomado essa decisão antes de vir para cá. Eu abri mão de nadar as provas de piscina aqui nesse Mundial mesmo, porque a gente está treinando com o foco 100% nos 10km da maratona aquática. A gente veio até então conciliando os dois calendários, mas chega um momento que a gente precisa tomar essa decisão. Não é fácil. Eu gostaria de nadar as duas modalidades, mas sou uma pessoa, sou humana. Seria um programa muito difícil e optamos por essa opção. Vou nadar o Maria Lenk, porque é o campeonato brasileiro absoluto de natação, mas mesmo que eu pegue o índice, eu não nado as provas de piscina em Paris, só águas abertas - contou a brasileira.

Classificada na maratona aquática, Viviane Jungblut abre mão de busca por vaga na natação em Paris

Classificada na maratona aquática, Viviane Jungblut abre mão de busca por vaga na natação em Paris

Calendário difícil porque a maratona aquática será uma semana depois das disputas da natação em piscina nas Olimpíadas. Em Doha, Viviane Jungblut ficou na 14ª colocação. Havia apenas 13 vagas olímpicas em disputa em Doha, mas a França colocou suas duas nadadoras no top 13 e abriu uma 14ª vaga no Mundial por realocação. A brasileira herdou o posto.

- Dessa vez foi com emoção, mas foi uma emoção boa no final. Cada um falava uma coisa, aí eu falei: 'só me fala quando tiver certeza, porque eu estou aqui quase tendo um infarto'. Eu tinha dado tudo que eu tinha ali na prova. Fechar com essa classificação foi muito gratificante - contou.

Viviane Jungblut na disputa da eliminatória dos 1500m livre de natação em Tóquio — Foto: Adam Davy/PA Images via Getty Images

Brasil volta a ter duas representantes na maratona aquática

Duas são as medalhas brasileiras nas águas abertas em Olimpíadas. Bronze da Poliana na Rio 2016 e ouro para Ana Marcela Cunha, em 2021. Se na última edição, a campeã esteve sozinha, passa a ter reforço para a disputa de Paris 2024.

- É muito importante não só para ela e não só para mim, mas para todas as mulheres do Brasil. A gente está aí mostrando que é possível, não é fácil, é bem difícil, tem que ter muito treino, muita persistência, muita disciplina, mas realmente a gente consegue.

Ana Marcela fica com a prata nos Jogos Pan-Americanos; Viviane Jungblut é bronze — Foto: Satiro Sodré/CBDA

- A Ana é fora de série. Sempre fui muito fã dela, continuo sendo, claro, mas agora de um jeito um pouquinho diferente, né? Na água a gente compete uma contra a outra, mas entrei na seleção em 2017, comecei a viajar com ela e, com certeza, minha admiração só aumentou. Uma pessoa que acrescenta muito, estar cada vez mais próximo dela - conclui Vivi.

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