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Por Letícia Marques — Rio de Janeiro


Podcast GE Flamengo analisa vitória no Fla-Flu: "Foi um massacre tático e técnico

Podcast GE Flamengo analisa vitória no Fla-Flu: "Foi um massacre tático e técnico

"Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura". Uma expressão famosa no Brasil e que poderia facilmente representar o que aconteceu no clássico entre Flamengo e Fluminense na tarde de domingo no Maracanã. A interpretação é clara: é preciso persistência para alcançar algum objetivo. Mas como isso se aplica numa partida de futebol?

O objetivo da modalidade é fazer mais gols do que o seu adversário. O Flamengo fez apenas um gol, já aos 40 minutos do segundo tempo e de pênalti, é verdade, mas insistiu - e persistiu - desde o apito inicial. Ao todo, foram 14 finalizações para tentar marcar: seis no primeiro tempo e oito no segundo. Além de ter promovido um massacre no ataque, o Rubro-Negro soube neutralizar o Fluminense defensivamente.

Pedro comemora gol do Flamengo contra o Fluminense — Foto: André Durão

Ainda falando em números: a posse bola dividida não retrata o que foi a partida. O Fluminense terminou com 49% de posse, mas apenas duas finalizações (nenhuma na direção do gol). O primeiro chute aconteceu somente aos 21 minutos do segundo tempo: Lima arriscou de longe e mandou para fora.

O encaixe no sistema defensivo foi um ponto que tornou o jogo mais fácil para o Flamengo. A marcação alta, apertando a saída de bola, forçou o Fluminense a errar, e foi assim que ainda no primeiro tempo saíram as principais chances do Rubro-Negro. Destaque para Gerson, Pedro e Lorran sempre bem posicionados diante do goleiro e da zaga tricolor, que não conseguia sair jogando.

Aos 18 min do 1º tempo - chute de dentro da área defendido de Pedro do Flamengo contra o Fluminense

Aos 18 min do 1º tempo - chute de dentro da área defendido de Pedro do Flamengo contra o Fluminense

Para exemplificar, podemos separar três lances que aconteceram em um espaço de 10 minutos ainda no primeiro tempo. Aos 18, Pedro e Gerson conseguiram roubar a bola marcando a saída de bola do Fluminense. O camisa 9 chutou e Fábio, no reflexo, fez grande defesa. A jogada ainda continua, mas Bruno Henrique se enrolou e não conseguiu dar continuidade. (veja o vídeo acima).

Aos 21 min do 1º tempo - chute dentro da área para fora de Lorran do Flamengo contra o Fluminense

Aos 21 min do 1º tempo - chute dentro da área para fora de Lorran do Flamengo contra o Fluminense

Aos 21, três minutos depois, um lance bem parecido. Fábio errou a saída de bola e Pedro conseguiu recuperar a posse para o Flamengo. O atacante deu um toque rápido para Lorran, que desperdiçou uma grande chance de cara para o gol. (veja o vídeo acima).

Pouco tempo depois, aos 28, Gerson roubou mais uma bola dentro da área. O volante desarmou Gabriel Pires, tocou a bola para Lorran. O jovem devolveu, mas o camisa 8 chutou para fora. (veja o vídeo abaixo).

Aos 28 min do 1º tempo - chute dentro da área para fora de Gerson do Flamengo contra o Fluminense

Aos 28 min do 1º tempo - chute dentro da área para fora de Gerson do Flamengo contra o Fluminense

O Flamengo foi para o intervalo sem conseguir marcar por conta da imprecisão na hora de finalizar. A pontaria ruim poderia ter comprometido o resultado e talvez só não tenha feito pela tarde pouco inspirada do time de Fernando Diniz. O Tricolor até avançou algumas vezes, mas sem capacidade de infiltração e sem causar qualquer problema ao Rubro-Negro. Rossi foi praticamente um telespectador no primeiro tempo.

E não mudou muito no segundo tempo. Como dito, primeiro chute do Fluminense foi para lá dos 20 minutos. A finalização não causou qualquer perigo para Rossi, que assistiu o Flamengo dominar de forma absoluta a segunda etapa da partida, mesmo que a intensidade e a criação tenham diminuído com a saída de Lorran. Allan foi quem substituiu, e Gerson passou a jogar mais avançado.

Pode-se dizer que o Flamengo começou o segundo tempo bem agitado justamente por conta de Lorran. Logo aos 2 minutos, o jovem recuperou a bola, arrancou e achou Luiz Araújo livre. O camisa 7 finalizou, de primeira, e a bola foi para fora. Aos 4, ganhou dividia com Gabriel Pires, avançou e chutou. Bola desviou na defesa. Aos 7, fez jogada com Wesley e colocou a defesa tricolor para trabalhar.

Gabriel Pires é marcado por rivais em Fluminense x Flamengo — Foto: André Durão

Aos poucos, com Gerson assumindo o protagonismo e chamando a responsabilidade, o Flamengo começou a dominar o jogo e trocar passes com tranquilidade perto da área tricolor. Se no primeiro tempo pecou em finalização, no segundo viu a defesa do Fluminense salvar em alguns lances. O jogo entrou na reta final e o Maracanã exalou clima de decisão.

A sensação era que o que acontecesse a partir dos 30 do segundo tempo definiria a partida. E foi o que aconteceu. Aos 36, Bruno Henrique sofreu o pênalti que viria decidir a partida. Léo Pereira fez um lançamento para o camisa 27, que invadiu a área e foi derrubado na área pós disputa de bola com Calegari.

Foram quatro minutos até Pedro colocar a bola no fundo da rede. O camisa 9 cobrou o pênalti que quase foi defendido por Fábio. O Flamengo, enfim, ficou na frente do placar. O gol do jogador mais decisivo do ano deu ao time a possibilidade de administrar o resultado já nos minutos finais.

Podcast GE Flamengo debate polêmicas de arbitragem no Fla-Flu

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Depois de muita persistência, o objetivo foi atingido. Depois de 14 finalizações, finalmente o gol. Como diz o ditado: água mole em pedra dura, tanto bate até que fura. O placar magro não traduz mais um Fla-Flu de superioridade rubro-negra nesta temporada. Uma vitória em clássico geralmente já simboliza força e, neste cenário, para o Flamengo só reafirma a condição que o elenco tem em disputar o Brasileirão mesmo com os desfalques da Copa América.

- Quando um grupo de atletas se gosta, ele faz mais. Quando um grupo de atletas tem respeito e amizade, ele faz mais. Nós pensamos sempre no próximo jogo, trabalhamos dessa forma e conduzimos dessa forma. Sem se preocupar com estatísticas passadas - comentou Tite sobre estar invicto mesmo com desfalques.

Já são três vitórias e um empate: 11 pontos conquistados no Brasileirão mesmo sem contar com Varela, Pulgar, De la Cruz, Arrascaeta e Viña. O triunfo no Fla-Flu fez o Rubro-Negro chegar aos 24 na pontuação, se manter líder e abrir um ponto de vantagem para o Palmeiras. Mas, dependendo do desempenho de Uruguai e Chile, o time pode sofrer com desfalques por mais sete rodadas. Enquanto isso, cada ponto é importante para manter o time favorito pelo título.

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