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Por Fred Gomes — Manaus


Apesar da atuação abaixo do Flamengo na vitória por 1 a 0 sobre o Amazonas em Manaus, que valeu a classificação para as oitavas de final da Copa do Brasil na noite desta quarta-feira, Tite elogiou o desempenho do time no segundo tempo e culpou o gramado da Arena da Amazônia pela má qualidade da partida:

Confira a coletiva de Tite, técnico do Flamengo, após vitória contra o Amazonas

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- Dois tempos que foram distintos. No primeiro que deu organização nossa ofensiva, mas dava o contra-ataque para a equipe adversária, que é a característica dos dois externos. E principalmente do lado esquerdo. No segundo tempo a gente ajustou trazendo o Varela para dentro e deixando liberdade do Gerson, do poder de criação maior. Segundo tempo cresceu, criou bastantes oportunidades. Dois tempos distintos, mas num gramado onde é muito difícil colocar velocidade de articulação, troca de passes. Isso prejudicou o espetáculo, o jogo das duas equipes.

Tite em Amazonas x Flamengo pela Copa do Brasil — Foto: Antonio Pereira/AGIF

Tite, que deu coletiva ao lado do seu filho e auxiliar, Matheus Bacchi, também falou pela primeira vez em uma entrevista sobre a polêmica envolvendo Gabigol, após o ídolo aparecer em foto vazada com a camisa do Corinthians e ser punido pela diretoria com a perda da camisa 10. O atacante foi alvo de protestos da torcida na Arena da Amazônia antes do jogo e passou os 90 minutos no banco de reservas nesta quarta-feira.

Amazonas 0 x 1 Flamengo | Melhores Momentos | 3ª Fase | Copa do Brasil 2024

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- Teve comigo (conversa) e com o grupo todo também. Ele externou o seu sentimento, ele passou para vocês aquilo que é, aquilo que foi, e só tem um caminho: o trabalho, a recuperação através do trabalho. É no dia a dia, é na aplicação, é na sequência do trabalho, é das oportunidades que surgem, é todo esse processo que a gente busca de recuperação do atleta também. Todos são importantes, o Gabi é importante.

Com a suspensão do Campeonato Brasileiro por duas rodadas, o Flamengo volta a campo só na próxima quarta-feira, desta vez pela Conmebol Libertadores. O Rubro-Negro recebe o Millonarios no Maracanã, às 21h (de Brasília), valendo a classificação para as oitavas de final.

Torcida do Flamengo leva faixa contra Gabigol na Arena da Amazônia — Foto: Fred Gomes / ge

Veja outras respostas da coletiva:

Venda de Fabrício Bruno

- Fabrício é um grande jogador, está conosco, e a gente quer permanecer com ele no nosso dia a dia.

Situação de De la Cruz

- O problema do De la Cruz não é físico. É médico, clínico. Foi um trauma, um impacto, e já no intervalo ele estava sentindo. No segundo tempo pediu para sair porque não conseguia mais ter o desenvolvimento. Ele faz o sinal para mim, na condição de substituição. Jogos que são uma exigência física muito grande, é nossa função, departamento de fisiologia, físico, e no caso clínico dele de recuperação para tê-lo no próximo jogo.

Evolução do Pedro

Matheus Bachi: - Acho que não foram só esses três, quatro jogos (que ele foi bem), tem feito uma temporada muito boa. E mesmo no momento que a equipe teve dificuldade, ele se manteve num nível bom. Isso é reflexo do trabalho, reflexo do dia a dia dele, do dia a dia do elenco. A gente só vai gerar os frutos para colher dentro do campo se trabalhar sério, se trabalhar o dia a dia querendo evoluir, querendo ser melhor. E ele está acolhendo hoje, nesses últimos jogosm na temporada também, ele deve ter 18, 19 gols na temporada, tudo fruto do trabalho dele e do elenco.

Tite: - Eu entendi a tua pergunta, mas o meu dia a dia aqui atrasa o bastidor. Muito mais tempo de trabalho, ele trabalha muito, gente. Ele trabalha muito. O aspecto de finalização, o aspecto de pivô, o aspecto físico melhorou, o Fábio (Mahseredjian, preparador físico) pode falar, então é todo um processo que vem. Não quero ir até outro lado, falar só do Flamengo e dessa situação dele. Crescendo e tendo essa atenção nos diversos níveis de treinamento nesse processo todo de evolução.

"Flamengo sentiu demais a semana de treinos", diz Arthur | Voz da Torcida

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Volta por cima de Igor Jesus

Matheus Bachi: - A gente acredita em todos os atletas e sabe que no futebol passa dias ruins e dias bons. Não pode hipervalorizar quando faz uma grande partida, como foi no início do ano, e não pode achar que está tudo destruído quando tem uma sequência tendo dificuldade. Para isso que ele precisa dos companheiros, da comissão técnica, do treinador, do apoio da diretoria. E a gente precisa do apoio da torcida também, para entender dessas variações que os atletas vão ter porque todo mundo é ser humano. Às vezes o psicológico afeta, alguma coisa deu errado no início do jogo, então precisa de uma constância de trabalho, de acreditar e do apoio de todo mundo. Porque todos os jogadores do Flamengo têm condições de estar jogando, de ajudar nesse ano que vai ser muito importante. O que precisamos é da consciência dos momentos ruins e dos bons e desenvolver todo o potencial deles.

Tite: - Eu sei que o meu estilo por vezes ele é identificado com alguns porque eu falo do lado humano e eu gosto de falar do lado tático, mas ele para outros não atende aquilo que busca. Mas a tua pergunta é importante, a gente não solta o atleta que foi mal no jogo, não descarta. Eu não sou técnico de pegar assim: "Descarta, está ruim, está fora, não serve". Não é, e disse isso a ele. O Léo Ortiz entrou como volante no outro jogo e ficou preterido, e eu disse que é um processo de confiança, era um processo de treinamento e que ia retomar. E sei disso, ele retomou esse processo, por isso também o desempenho dele hoje.

Flamengo foi copeiro?

- Eu não acredito em jogar com regulamento embaixo do braço, particularmente não acredito. O que teve na situação de dificuldade no primeiro tempo, que a gente ficou exposto ao contra-ataque. Eu coloquei antes e teve um ajuste: Varela mais para trás, Nico (De la Cruz) um pouco mais para frente e liberdade do Gerson para ter essa possibilidade. Não dá, principalmente com o Serafim, a possibilidade de contra-ataque, que é característica do adversário. Fora o gramado, que é o que eu coloquei, que ele retira uma fluidez maior do jogo.

Matheus Cunha titular na Copa BR

- Matheus Cunha é um grande goleiro. A gente tem dois grandes goleiros e prepara todos, é uma possibilidade real de ele dar sequência, uma possibilidade de os dois estarem disputando tanto na Libertadores e Campeonato Brasileiro quanto na Copa do Brasil. Performance. Daqui a pouco pode ser titular o Cunha em Campeonato Brasileiro se o Ross cair? Pode. Pode o Rossi jogar se o Cunha não estiver? Pode. Eu fomento a qualidade dos dois. Agora, competição e desempenho é a parte deles.

Como não deixar o time "robotizado"?

- Na fase ofensiva, dois, três. Os cinco da frente têm liberdade total, não engesso. Eu só dou caminhos, só dou rotas, só faço a bola chegar lá. Depois, talento individual, aí a qualidade técnica, a finta, o drible. Aí o técnico não entra. Entra a qualidade técnica individual e o talento. Ele (técnico) só dá uma rota para a bola chegar lá. Depois, eu não vou falar para Pedro o que ele vai fazer, para o Arrascaeta, para o Lorran, para o Luiz (Araújo), para o Cebola... Eu vou dar a bola para ele proporcionar o último terço para que o talento aflore, a finalização aflore. Eu falei até com o Cebola agora, ele disse assim: "Eu fui botar no contrapé do goleiro, ele parou e me arrebentou". Eu digo: "Pensei que ia fazer igual o Bolívar, virar o pé e fazer o gol do lado direito". Aí é o talento individual, o técnico não entra. O talento é deles.

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