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Por Bruno Cassucci — Doha, Catar


Marrocos já está eternizada como a única seleção africana a chegar em uma semifinal de Copa do Mundo, mas tem ambições ainda maiores. Em entrevista coletiva nessa terça-feira, véspera do duelo contra a França, o técnico Walid Regragui disse que seus comandados estão "famintos" e falou em reescrever os livros de história.

O treinador marroquino ainda apontou a seleção brasileira, eliminada nas quartas de final pela Croácia, como a melhor da Copa:

– Quando você chega à semifinal da Copa e não está faminto, há algum problema. O melhor time dessa Copa foi eliminado, o Brasil. Somos um time ambicioso, estamos famintos.

– Estamos confiantes, queremos reescrever os livros de historia e colocar a África no topo do mundo. Não somos os favoritos, pode me chamar de louco, tudo bem, mas um pouco de loucura é bom.

Embora tenha pregado respeito à França, Walid Regragui disse que é preciso sonhar ainda mais alto:

– Vamos tentar tirar essa mentalidade. Chegamos com ambição e mudar o "mindset" do continente. Se estivermos felizes só de chegar? Não, não é suficiente. Chegamos aqui, temos de dar tudo. Estado de espírito é esse. Rival é forte, estará pronto, nos respeitam. Derrotamos equipes fortes. Estamos aqui, provamos nosso valor. Mais perto da final, mais perto dos nossos sonhos.

Técnico do Marrocos Walid Regragui durante coletiva em Doha, no Catar — Foto: Bruno Cassuci/ge

Até o momento, Marrocos sofreu apenas um gol, ainda na fase de grupos, na vitória por 2 a 1 sobre o Canadá. A seleção passou em primeiro lugar de um grupo que ainda tinha Croácia e Bélgica e eliminou Espanha, nas oitavas, e Portugal, nas quartas.

– Queremos progredir ainda mais nesse torneio. Estamos confiantes. Queremos ir além nesse torneio. Desde o começo do torneio pensam que a gente está cansado, mas não se pode estar cansado na semifinal da Copa. Ainda estamos famintos – declarou Walid Regragui.

Diante da França de Deschamps, Regragui disse que não mudará seu estilo de jogo, apesar de ser criticado pelo baixo índice de posse de bola, e que acredita conseguir contrair as expectativas mais uma vez.

– Sei que europeus não gostam do nosso estilo, estão nos criticando. Queremos ganhar pela África e por países que estão desenvolvendo seu futebol, podemos mostrar que não há só uma forma de vencer. Eu não ligo para expectativa de gols, posse de bola... diziam que tínhamos 1% de chance de ganhar a Copa, agora temos 3% talvez. Ah, 12% de chance de vencer? Queremos ter mais do que isso amanhã.

Marrocos e França entram em campo às 16h (de Brasília) nesta quarta-feira, no estádio Al Bayt. Quem passar, garantirá vaga na final da Copa do Mundo e enfrentará o vencedor de Argentina x Croácia que se enfrentam nesta terça.

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