A Eletronic Arts foi fundada em 1982 por William Murray Hawkins III, ou Trip Hawkins. Com U$ 5 milhões (cerca de R$ 25 milhões) em capital de investidores privados e 11 funcionários, a empresa nasceu com o propósito de ser pioneira no mercado de jogos para computadores domésticos.

Diferente de grandes empresas da época que moldavam o mercado dos videogames, como Nintendo, Sega e Atari, a EA focou em desenvolver softwares de jogos e não videogames em si. A empresa fazia jogos para os computadores mais populares da época, consoles de videogame e CD-ROM players, e teve um rápido crescimento desde a sua fundação.

Os primeiros jogos distribuídos pela EA foram lançados em 1983: Archon: The Light and the Dark, Axis Assassin, D-Bug e Hard Hat Mack. Em 1984 foi lançado o Skyfox para o computador Apple II, sendo um dos primeiros best-sellers da empresa.

Veja vídeo da jogabilidade de Skyfox (1984):

Além de ser pioneiro na indústria dos jogos eletrônicos, Trip Hawkins tinha uma obsessão por esportes da vida real, e queria levar a experiência para os games digitais. Em 1983, a desenvolvedora lançou o One on One: Dr. J vs. Larry Bird, que tinha os jogadores Julius Irving e Larry Bird como personagens jogáveis que se enfrentavam em uma disputa de um contra um no basquete.

Com compatibilidade para diversos computadores, One on One foi um grande um sucesso, chegando a vender a marca de 400 mil cópias no fim de 1988. Em 1989, a EA lançou uma sequência do título: o Jordan vs. Bird: One on One, dessa vez com versões NES e Sega Mega Drive, e que também fez grande sucesso.

Foi seguindo a ideia de lançar jogos do mundo esportivo que a EA produziu um dos seus títulos de maior sucesso e que perdura até os dias atuais. Lançado primeiramente em 1988 para o Apple II, e depois em 1989 pra Commodore e DOS, o John Madden Football, jogo de simulação do futebol americano, foi o resultado de uma parceria firmada entre a empresa e o ex-treinador do esporte John Madden. Hoje o jogo ainda é um sucesso, comercializado com o nome de Madden NFL.

Ao longo de sua história, a EA investiu em jogos dos mais diversos esportes: futebol americano, basquete, skate, beisebol, MMA, cricket, automobilismo, hóquei no gelo, F1 e, o esporte que carrega os seus jogos mais populares, futebol.

O primeiro jogo de futebol da EA foi lançado em 1993, o FIFA International Soccer, ou FIFA 94, e já com a licença da marca FIFA. O jogo foi um marco entre os lançamentos que tentavam simular o esporte, trazendo novas e boas mecânicas de chutes, passes e dribles, bons controles e novidades que ainda não apareciam em jogos da época.

Com o FIFA, a EA consolidou o seu polêmico modelo de negócios que perdura até hoje para seus jogos mais populares de esportes: lançamento anual de novos títulos com implementações gráficas, novidades e atualizações dos elencos profissionais e de esportistas.

O FIFA sempre se manteve constante como um dos grandes jogos do gênero, constantemente desbancando os rivais em vendas e relevância. De 1993 até 2023, o jogo se manteve constante ano após ano com um novo lançamento, mudando apenas o ano do título. Em 2023, a parceria entre a FIFA e a EA Sports chega ao fim, e abre espaço ao EA Sports FC, título que continuará com o legado da franquia.

O lançamento do FIFA inaugurou a EA Sports, divisão da desenvolvedora focada nos jogos eletrônicos de esportes. A marca é uma das mais fortes e icônicas do mundo dos games, tendo o famoso slogan "It's in the game", narrado pelo jornalista Andrew Anthony.

• FIFA (EA Sports FC)
• Madden NFL
• NBA Live
• EA Sports UFC
• NHL
• F1
• Super Mega Baseball
• PGA Tour
• Tap Sports Baseball

Apesar de ser um dos maiores nomes da história da indústria de jogos, a EA acumulou polêmicas com o passar do tempo, e se tornou uma das desenvolvedoras mais questionadas pela comunidade gamer, e a ala dos esportes da empresa não escapa disso.

Lançamentos anuais

Um dos pontos mais criticados na EA Sports é o modelo de lançamento anual de jogos. Presente principalmente no FIFA e no Madden NFL, maiores jogos de esporte da desenvolvedora, o modelo faz com que cada ano um novo jogo seja lançado, com atualização de elenco e novidades de jogabilidade e sistema, normalmente não muito grandes.

As principais críticas ao modelo de lançamento anual é o fato dos jogos serem lançado com o "preço completo", que nos últimos anos atingiu a faixa de U$ 60 (no Brasil o FIFA 23 e o Madden NFL 23 foram lançados por R$ 300). A comunidade argumenta que o valor não faz jus ao conteúdo proporcionado pelos novos lançamentos, que muitas vezes não trazem grandes atualizações em relação aos jogos anteriores.

Microtransações e loot boxes

Outro ponto que gera muitas críticas da comunidade é o sistema de microtransações e loot boxes. Além de lançamentos com altos preços, jogos como FIFA e Madden NFL também oferecem a possibilidade de jogadores investirem mais dinheiro nos games para conseguir vantagens em modos online.

Tomando como exemplo o modo Ultimate Team do FIFA, os jogadores investem dinheiro real para comprar FIFA Points, a moeda paga do jogo. Com os pontos, é possível comprar pacotes(loot boxes) que podem vir cartas de jogadores de alto nível ou não. Dessa forma, os jogadores que mais investem dinheiro em microtransações saem em vantagem em relação aos que compraram apenas o jogo base.

Apesar da polêmica em torno do sistema de microtransações, a EA faturou US$ 4,01 bilhões (R$ 21,08 bilhões) apenas com o sistema no ano fiscal de 2020 (de abril de 2020 a março de 2021). Com isso, apesar das reclamações, a desenvolvedora justifica que os jogadores aderem ao sistema e continuam o utilizando.

Problemas trabalhistas

Outra polêmica que envolve a Eletronic Arts e perdura nos dias atuais é a relação trabalhista da empresa com funcionários. Em março de 2023, a produtora anunciou demissão de 6% de sua força de trabalho, o que corresponde a cerca de 800 funcionários, mesmo após registrar lucro de R$ 25 bilhões em 2022.

Essa foi a segunda onda de demissões informada pela EA apenas em 2023. No final de fevereiro, a produtora havia despedido mais de 200 funcionários que atuavam como testadores de controle de qualidade no Apex Legends.

Essas polêmicas recentes vêm acompanhadas de diversas outras que surgiram ao longo da história da EA, muitas vezes ligadas ao fato da desenvolvedora comprar diversos estúdios ao longo do mundo e nem sempre conseguir dar a mesma atenção e investimento a todos.

Além das polêmicas citadas, a EA também já foi associada em controvérsias com licenciamento de times e marcas para jogos de futebol, como a falta de atletas do Brasileirão desde o FIFA 16, má qualidade de jogos no lançamento, má relacionamento com trabalhadores e outras questões.