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Por Bruno Imaizumi e Valmir Storti — Rio de Janeiro


O líder Flamengo recebe o 15º colocado Cuiabá, uma das três equipes que podem entrar para o Z4 nesta rodada, dependendo dos resultados. O Cuiabá está com 13 pontos, e o Corinthians, o primeiro time do Z4, tem apenas um ponto a menos.

Bate papo esportivo com os gols da rodada do Brasileirão. Vitórias do Flamengo, Botafogo, Vasco e São Paulo

Bate papo esportivo com os gols da rodada do Brasileirão. Vitórias do Flamengo, Botafogo, Vasco e São Paulo

O vice-líder Botafogo recebe o Atlético-MG, que está com a terceira melhor campanha visitante neste Brasileirão. Historicamente, o Botafogo é muito dominante quando recebe a equipe mineira. Outros dois jogaços vão definir a ordem dos times no alto da tabela de classificação: o terceiro colocado Palmeiras recebe o quarto colocado Bahia e, assim como o Botafogo, as duas equipes têm apenas três pontos e uma vitória a menos que o Flamengo. O São Paulo recebe o Bragantino para chegar aos 27 pontos e se posicionar em condições de lutar pela liderança.

No outro extremo da tabela de classificação, cinco times que estão mais preocupados neste momento em se afastar do Z4 que leva para a Série B vão atuar como visitante: além do Cuiabá (15º colocado), Vasco (14º), Corinthians (17º), Grêmio (18º) e Fluminense (20º) viajam neste fim de semana. Desses, apenas o lanterna Fluminense não tem pontuação para deixar o Z4 nesta rodada, mas nenhuma dessas equipes é considerada favorita na rodada.

— Foto: Info esporte

Analisamos 106.481 finalizações cadastradas pela equipe do Espião Estatístico em 4.314 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013 que servem de parâmetro para medir a produtividade atual das equipes a partir da expectativa de gol (xG), métrica consolidada internacionalmente (veja a metodologia no final do texto).

— Foto: Espião Estatítico

Favorito >> Flamengo

  • Nos últimos dois meses, o Flamengo tem o melhor desempenho mandante, seis vitórias em seis jogos, e o melhor ataque, média 2,5 gols por jogo. Nesse período, o Cuiabá é o melhor visitante (3 V, 1 E, 1 D, 67%), com a quinta defesa. Já em todo o Brasileirão, em 14 partidas, o líder Flamengo já tem 17 pontos a mais que o 15º colocado Cuiabá na classificação. São 11 gols a mais a favor do Flamengo, segunda equipe que mais finalizou no alvo na competição (80 com média 5,7 por jogo), enquanto o Cuiabá é o terceiro que menos acertou o gol (53 com média 3,8). O Flamengo tem o melhor ataque, com 26 gols, e o Cuiabá, o 13º, com 15 gols. O Cuiabá vem fechando sua defesa, mas ao custo de reduzir seu nível de ameaça ofensivo, como mostram os gráficos de xG.
  • Flamengo é o segundo time que mais finalizou em contra-ataques (29 com média 2,07) no Brasileirão, e o terceiro com mais gols assim (três), todos feitos quando mandante (maior marca). O Cuiabá é o time que menos permitiu dessas finalizações (apenas oito com média 0,57) e nenhum gol sofrido. Curiosamente, o Cuiabá é o terceiro que menos finalizou assim (15), mas já fez dois gols (nenhum quando visitante), sexta eficiência, maior que a do Flamengo, a oitava.
  • Apesar de todas as diferenças, o Flamengo precisará de cuidados defensivos porque sofreu a partir de jogadas aéreas oito dos últimos nove gols, e foi assim que o Cuiabá marcou cindo de seus últimos seis gols, é um especialista. Defensivamente, o Cuiabá tenta controlar seu espaço aéreo, não tendo sofrido dessa forma nenhum dos últimos cinco gols depois de ter levado 10 de 11 após bolas altas. O Flamengo marcou seis dos últimos dez gols a partir de jogadas aéreas, três dos últimos cinco.

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> São Paulo

  • Fora de casa, o São Paulo superou o Athletico-PR na classificação, mas agora, em casa, tem outro confronto direto pela quinta colocação, já que o Bragantino tem apenas dois pontos e uma vitória a menos. O Bragantino precisa de uma vitória por dois gols para isso porque tem 20 gols contra 22 do São Paulo. Estatisticamente, o Bragantino tem a maior eficiência ofensiva, com sete gols a mais do que o esperado pela métrica de xG, e a segunda maior eficiência defensiva, tendo sofrido 4,4 a menos do que as características das jogadas finalizadas por seus adversários. Já o São Paulo, tem a pior eficiência defensiva, tendo sofrido cinco gols a mais do que o esperado.
  • Duas equipes que estão entre as que mais sofreram gols em contra-ataques, o Bragantino já levou cinco, pior marca, e o São Paulo, três, segunda pior marca. O São Paulo só fez um gol assim no Brasileirão, mas o Bragantino já tem três e é o visitante com mais finalizações feitas em contragolpes (15).
  • O São Paulo voltou a sofrer um gol aéreo após levar dez gols rasteiros, o que faz acender um alerta, pois o Bragantino trocou passes rasteiros para marcar seis dos últimos dez gols (e quatro dos últimos cinco), é um especialista no jogo rasteiro, ponto fraco do São Paulo, que no ataque também é mais efetivo trocando passes rasteiros, com nove dos últimos 13 gols marcados assim. O Bragantino sofreu em bolas rasteiras em seis dos últimos dez gols (quatro dos últimos cinco).

*Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Cruzeiro

  • O Corinthians já foi um visitante muito inconveniente contra o Cruzeiro, que venceu seis jogos e perdeu cinco de 14 confrontos com este mando pela Série A de 2006 em diante, mas desde 2016 foram duas vitórias do Cruzeiro e três empates. Desta vez, o Cruzeiro chega com 100% de aproveitamento em casa no Brasileirão, com cinco vitórias, enquanto o Corinthians é o quarto pior visitante, com dois empates e cinco derrotas fora.
  • Em casa, o Cruzeiro tem feito um gol a cada 7,3 tentativas, com 17,6 finalizações por partida, a segunda maior média de finalizações caseira. Finaliza muito e de forma efetiva, por isso é o melhor ataque caseiro do Brasileirão. O Corinthians, tem a segunda pior eficiência ofensiva visitante, um gol a cada 29,3 chances, e média de 12,6 por jogo. Defensivamente, o Corinthians é o quinto visitante que mais sofreu finalizações, o que é péssimo contra um mandante tão produtivo e eficaz.
  • É uma partida para se esperar gol em jogada rasteira. O Cruzeiro fez assim 12 dos últimos 14 gols, e o Corinthians, cinco dos últimos sete gols. Defensivamente, o Cruzeiro levou após trocas de passes rasteiros quatro dos últimos cinco gols, enquanto o Corinthians sofreu metade dos últimos cinco gols assim e metade pelo alto (mas quatro dos últimos cinco pelo alto).

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Fortaleza

  • O Fortaleza está com a terceira melhor defesa caseira, quatro gols sofridos em sete jogos. (0,57). O Fluminense está com o pior ataque forasteiro, dois gols em seis partidas (0,33), o que aponta para dificuldades para o Fluminense, que precisará de cuidados extras ao buscar o ataque: já sofreu dois gols em contra-ataque quando visitante, terceira pior marca, em 12 finalizações, terceira pior marca. O Fortaleza é o contra-ataque mandante mais eficaz da competição: segundo com mais gols, três gols, em 14 finalizações (sexta marca).
  • Os dois times têm mostrado até aqui características bem diferentes: metade das finalizações do Fluminense são feitas de fora de área, quinta pior influência ofensiva, já que é mais difícil marcar de longe, apesar de Ganso ter feito um golaço contra o Fluminense. O Fortaleza é o quarto com maior influência de finalizações de dentro da área (61%). O Fluminense tem um gol a cada 24 finalizações de fora da área e a cada dez de dentro da área; o Fortaleza tem um gol a cada 20 finalizações de fora e um a cada 9,5 de dentro da área.
  • Dois times muito efetivos no jogo rasteiro, o Fortaleza com 14 dos últimos 17 gols feitos assim, e o Fluminense com 10 dos últimos 14 gols. Defensivamente, o Fluminense sofreu os últimos quatro gols em jogadas assim e metade dos últimos dez. Já o Fortaleza sofreu cinco dos últimos sete gols a partir de jogadas aéreas. Está mais difícil entrar na defesa do Fortaleza trocando passes.

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Juventude

  • Em casa, o Juventude ainda está invicto e com o quarto melhor desempenho entre os 20 times da Série A (4 V, 2 E, 0 D, 78%). O Grêmio ainda não venceu como visitante e está com a terceira pior campanha forasteira (0 V, 1 E, 4 D, 7%). A força defensiva do Juventude é notável, a maior resistência defensiva caseira, um gol sofrido a cada 26,7 conclusões contrárias, apesar de ser o quinto mandante que mais permitiu finalizações de visitantes. O Grêmio está com a 11ª eficiência visitante, um gol a cada 14,0 tentativas, com média de 8,4 finalizações por jogo, segunda pior produtividade forasteira.
  • Fortemente afetado pelas tragédias climáticas no Rio Grande do Sul, o Grêmio é o time menos combativo do Brasileirão: apesar de ter média de 49% de posse de bola (13ª marca), é o time que menos faz desarmes (11,7) e o terceiro que menos faz faltas (11), com média de 22,7 ações defensivas por partida. O Juventude tem 50% de posse de bola (décima marca), e ainda assim é o terceiro que mais faz desarmes (15,5) e o 11º em faltas cometidas (12,9), totalizando 28,3 ações defensivas por partida, sétima marca.
  • O Juventude marcou seis dos últimos oito gols a partir de jogadas aéreas, e o Grêmio levou assim apenas dois dos últimos oito gols. No ataque, o Grêmio trocou passes rasteiros para marcar oito dos últimos dez gols (13 dos últimos 18). O Juventude sofreu dessa forma quatro dos últimos cinco gols e metade dos últimos dez.

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Internacional

  • Difícil imaginar os sentimentos e emoções envolvidos nesta partida, a primeira do Internacional em seu Beira-Rio após as trágicas enchentes que destruíram Porto Alegre. Em toda a temporada, o Inter fez 10 jogos no estádio e não perdeu, foram sete vitórias e três empates (80%), com sete jogos pelo Gaúcho, um pela Sul-Americana (empate) e dois pelo Brasileirão (vitória e empate). O Vasco costuma ter muitas dificuldades quando visitante neste confronto pela Série A. Venceu pela última vez em 2019, e antes disso em 2006 e 2007. Foram 11 confrontos de 2006 para cá, com oito vitórias do Internacional e um empate.
  • Como o Internacional estava sem estádio, mandando seus jogos em outras cidades, claramente se fechou na defesa para se manter competitivo: no consolidado dos mandos, está com a terceira maior resistência defensiva, um gol sofrido a cada 14,1 conclusões contrárias, e média de 10,6 finalizações sofridas por parida, a terceira melhor do Brasileirão: a melhor defesa da competição, nove gols sofridos em 12 jogos (0,75). O Vasco está com a pior defesa do nacional, 25 gols sofridos em 14 partida (1,79). É o terceiro time que mais sofreu finalizações (14,6), com a segunda menor resistência defensiva, um gol sofrido a cada 8,2 conclusões contrárias.
  • Outro jogo em que é de se esperar por gol em troca de passes rasteiros: o Internacional marcou e sofreu seis dos últimos dez gols dessa forma (fez todos os últimos seis gols assim). O Vasco usou bolas rasteiras para marcar sete dos últimos dez gols e sofreu seis dos últimos dez assim.

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Vitória

  • O Vitória vai precisar de muito cuidado porque está com a quarta menor resistência defensiva mandante, um gol sofrido a cada 8,4 conclusões contrárias, sendo o segundo mandante que mais permite finalizações de visitantes (14,4). O Criciúma é o segundo visitante mais eficaz, um gol a cada 6,7 chances, com média de 12,0 finalizações por partida (11ª marca).
  • São duas equipes que ficam pouco com a bola: o Vitória está com a quarta menor média de posse de bola (45,4%) e ainda assim é o 14º em desarmes (13,7) e o que menos comete faltas (10,5), o quinto com menos ações defensivas (24,21). O Criciúma é o segundo com menos posse de bola (43,4%), o quinto com menos desarmes (13,3) e o décimo em faltas cometidas (12,8), na soma o 13º em ações defensivas (12,8 por jogo).
  • O Criciúma marcou e sofreu seis dos últimos dez gols usando bolas altas, e o Vitória sofreu dessa forma quatro dos últimos seis gols. No ataque, o Vitória trocou passes rasteiros para marcar sete dos últimos dez gols.

*Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Palmeiras

  • Se o mando fosse do Bahia, teria um potencial ainda maior: o Bahia é o melhor mandante do campeonato, com 100% de aproveitamento em sete jogos; o Palmeiras é o melhor visitante (4 V, 2 E, 1 D, 67%). Ainda assim, pelo desempenho que mostraram até aqui, este tem potencial para ser o jogo de maior nível técnico da rodada: o Palmeiras e Bahia têm apenas três pontos e uma derrota a menos que o líder Flamengo.
  • Mesmo com este mando, o Palmeiras já sofreu com o Bahia pela Série A: de 2011 a 2017, se enfrentaram quatro vezes, e com três empates e uma vitória do Bahia. Mas de 2018 para cá, o Palmeiras venceu quatro quando mandante e empatou uma. Não perde um jogo de Brasileirão como mandante para o Bahia desde 20212.
  • O Bahia teve tentar surpreender o Palmeiras trocando passes rasteiros porque marcou assim seis dos últimos dez gols, e foi assim que o Palmeiras levou sete dos últimos dez gols. Já o Palmeiras marcou seis dos últimos dez gols a partir de jogadas aéreas. O Bahia sofreu metade dos últimos dez gols após bolas altas e metade em troca de passes rasteiros.

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Atlético-GO

  • De um lado, um técnico contratado às vésperas do jogo; do outro lado, um treinador com 11 dias de comando. Um desafio gigantesco para o Atlético-GO, que está com a pior eficiência mandante, um gol a cada 21,0 tentativas, com média de 14 finalizações por jogo, sétima marca. Vai enfrentar uma defesa que está com a segunda maior resistência defensiva forasteira, um gol sofrido a cada 14,7 conclusões contrárias, média de um gol sofrido por jogo.
  • O Athletico-PR fora de casa enfrenta problemas ofensivos, está com a sexta menor eficiência forasteira, um gol a cada 18,8 tentativas, om média de 10,7 finalizações por jogo (14ª marca). Mas o Atlético-GO acaba de substituir Jair Ventura também porque sua defesa apresenta a terceira menor resistência caseira, um gol sofrido a cada 7,6 conclusões contrárias, e média de 14 finalizações sofridas por jogo, quarta pior marca caseira.
  • Dois times que têm sido muito mais felizes explorando o jogo aéreo, o Atlético-GO tendo marcado assim todos últimos sete gols, e o Athletico-PR, todos os últimos oito gols. O Atlético-GO sofreu metade dos últimos dez gols em jogadas aéreas e metade em jogadas rasteiras. O Athletico-PR não sofreu assim nenhum dos últimos dez gols e quatro dos últimos dez.

*Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Botafogo

  • O Botafogo é muito dominante quando recebe o Atlético-MG, com dez vitórias e três derrotas em 15 partidas pela Série A de 2006 para cá. Desta vez, o Botafogo ainda vem embalado por um ótimo momento, com apenas duas derrotas nos últimos 19 jogos (13 V, 4 E, 2 D, 75%). A eficiência é a marca da equipe, que marcou 7,4 gols a mais do que se esperava pelas características de suas finalizações. Nos cinco primeiros jogos, em média fez finalizações com características para fazer (estatisticamente) 1,4 gol e na realidade marcou em média 2,2 por partida; agora, nos últimos cinco jogos, sua produtividade tem características para virar (estatisticamente) 0,79 gol e marcou 1,4 em média.
  • O Atlético-MG, pelas métricas de xG, está com a terceira defesa menos eficiente da competição, tendo sofrido finalizações com características que apontavam um potencial para virar 16 gols, mas a equipe acabou sofrendo 20 gols. Como mostra a linha vermelha do gráfico de xG, nos últimos cinco jogos o Atlético-MG permitiu finalizações com características para virar 1,7 gol. Nos cinco primeiros jogos do Brasileirão, essa marca era de 0,78, menos da metade. Nos últimos 19 jogos, o Atlético-MG teve 8 V, 6 E, 5 D, 53%.
  • Os dois times sofreram seis dos últimos dez gols em trocas de passes rasteiros (e cinco dos últimos oito gols). O Botafogo marcou metade dos últimos dez gols em jogadas rasteiras e metade a partir de jogo aéreo. O Atlético-MG marcou seis dos últimos dez gols (13 de 18) usando bolas aéreas.

Metodologia

Favoritismos apresenta o potencial que cada time carrega no Brasileirão 2024 comparando o desempenho nos últimos 60 dias como mandante ou visitante em todas as competições e nos últimos seis jogos, independentemente do mando. Também são consideradas as performances defensiva e ofensiva das equipes no jogo aéreo e no rasteiro. Os cálculos referentes à influência de bolas altas e de troca de passes rasteiros entre gols marcados e sofridos só consideram as características dos gols marcados em jogadas. Gols olímpicos, cobranças de pênaltis e de faltas diretas não contam para determinar a influência aérea ou rasteira por serem cobranças feitas diretamente para o gol.

Apresentamos as probabilidades estatísticas baseadas nos parâmetros do modelo de "Gols Esperados" ou "Expectativa de Gols" (xG), uma métrica consolidada na análise de dados que tem como referência 106.481 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 4.314 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013. Consideramos a distância e o ângulo da finalização, além de características relacionadas à origem da jogada (por exemplo, se veio de um cruzamento, falta direta ou de uma roubada de bola), a parte do corpo utilizada, se a finalização foi feita de primeira, a diferença de valor mercado das equipes em cada temporada, o tempo de jogo e a diferença no placar no momento de cada finalização.

O desempenho de um jogador é comparado com a média para a posição dele, seja atacante, meia, volante, lateral ou zagueiro, e consideramos o que se esperava da finalização se feita com o "pé bom" (o direito para os destros, o esquerdo para os canhotos) e para o "pé ruim" (o oposto). Foram identificados os ambidestros, que chutam aproximadamente o mesmo número de vezes com cada pé.

De cada cem finalizações da meia-lua, por exemplo, apenas sete viram gol. Então, uma finalização da meia-lua tem expectativa de gol (xG) de cerca de 0,07. Cada posição do campo tem uma expectativa diferente de uma finalização virar gol, que cresce se for um contra-ataque por haver menos adversários para evitar a conclusão da jogada. Cada pontuação é somada ao longo da partida para se chegar ao xG total de uma equipe em cada jogo.

O modelo empregado nas análises segue uma distribuição estatística chamada Poisson Bivariada, que calcula as probabilidades de eventos (no caso, os gols de cada equipe) acontecerem dentro de um certo intervalo de tempo (o jogo). Para chegar às previsões sobre as chances de cada time terminar o campeonato em cada posição foi empregado o método de Monte Carlo, que basicamente se baseia em simulações para gerar resultados. Para cada jogo ainda não disputado, realizamos dez mil simulações.

Favoritismos apresenta também gráficos com a evolução da média móvel em cinco jogos da expectativa de gol (xG) de cada equipe no ataque e o acumulado do que fizeram seus adversários nessas partidas. Para os gráficos, a cada cinco jogos é feita uma média móvel, representada pelas linhas de ataque (preta) e defesa (vermelha, que na verdade é quanto o adversário somou em xG em cada jogo). É uma forma precisa de medir o potencial de cada equipe. A linha amarela mostra a diferença entre as produções dos ataques do time analisado e de seus adversários.

*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Davi Barros, Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, João Guerra, Leandro Silva, Roberto Maleson, Roberto Teixeira, Valmir Storti e Zé Victor Meirinho.

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