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O Bahia perdeu quatro boas oportunidades no primeiro tempo e outras três na segunda etapa até chegar ao gol que garantiu o resultado positivo com outra participação decisiva dos reservas. Biel fez o cruzamento para Estupiñán balançar a rede.

Em entrevista coletiva após a partida, o técnico Rogério Ceni disse que o torcedor do Bahia tem o direito de sonhar com o título brasileiro, mas avisa que o caminho não é fácil. O Tricolor tem a mesma pontuação do Flamengo e só não está em primeiro pelo saldo de gols (9 x 7)

"Acho que nosso objetivo aqui é trazer alegria para o torcedor momentaneamente. O torcedor tem que sonhar com tudo que ele quiser, é de direito. Ainda mais do baiano, que tem a crença a fé".

- É difícil competir a longa prazo com Palmeiras, Flamengo, Atlético. Não quero mais passar pelo que foi ano passado. Foi o único jogo de minha vida em 35 anos de carreira que joguei com risco de cair. Não quero mais passar por isso. O objetivo a curto prazo é fazer o Bahia estar bem no cenário nacional e ter um calendário internacional todos os anos. Esse é o maior objetivo do clube. Os investimentos estão aí. O Bahia não está entre os dez times que mais investiu no Brasil - disse Ceni.

- A gente tem uma análise técnica. Enquanto tiver esse grupo cheio, sem suspensões…é muito justo. A gente tem que tentar jogar como hoje, sem cartões, sem suspensões, e sem lesões. Mas digo que o Bahia vem jogando um futebol, uma evolução muito grande em relação ao ano passado - complementou.

Ceni também ressaltou o bom jogo do Bahia diante do Vasco e citou que houve muita disposição para brigar até o fim pelo resultado positivo.

- Acho que o time jogou bem. Tecnicamente trocamos passes. Quando ficamos com um a mais tivemos algum excesso de cruzamento, mas controlamos o jogo. O Vasco se defendeu em uma linha mais baixa, nos fez transpirar muito, mas também tivemos muita inspiração no jogo de hoje - detalhou, antes de ressaltar que será preciso manter a concentração em alta jogo após jogo.

"Se a gente tiver foco, vamos poder brigar com todo mundo. A soberba precede o fracasso. Seja objetivo, se mantenha no foco, queira ganhar jogo a jogo".

- A vantagem do futebol é que você joga partida por partida, não joga o campeonato em um dia. Nosso time é muito justo, temos que evitar perder peças. O Biel vem jogando bem, mas como eu coloco Biel e Cauly juntos? Aí na parte final do jogo, quem vai fazer a diferença como o Biel fez hoje? Para mim o Biel é um jogador titular, o Ademir faz parte. Eles jogam todos os jogos. É um processo de um todo. Foco. Nosso time se mantém sempre no jogo, até o minuto final.

O Bahia já tem novo compromisso neste domingo, quando enfrenta o São Paulo, no Morumbis, às 16h (horário de Brasília).

- Sempre difícil. São Paulo é um grande time, chegou a ficar 12 jogos invictos. Vejo o São Paulo como um dos candidatos ao G-4, até ao título. Claro que sofre com ausências, mas é um time que quando joga em casa, com pressão de torcida, é um time muito difícil de se enfrentar - ressaltou o treinador.

Janela de transferências
- A princípio nós temos o Iago [Borduchi], que já está treinando com a gente e a partir do dia 10 [de julho] vai estar à disposição e condicionado para fazer parte do grupo. Eu desconheço qualquer outro movimento de saída ou chegada nesse momento. Acho que o que foi investido é o que temos hoje. Se aparecer uma oportunidade, principalmente algum jovem talento, se não… foi o que foi passado para mim.

Comparação com o jogo do Cruzeiro
- Eu trato todos os jogos da mesma maneira. Pode ser qualquer equipe, se a gente não estiver muito concentrado, qualquer jogo se torna difícil. E se você está bem, não há adversário que não possa vencer. Acho que hoje sofremos menos. Foram jogos bem parecidos, a expulsão, as substituições. Biel entrou novamente muito bem no jogo. Hoje nós controlamos melhor o jogo e cedemos menos chances de gol para o Vasco.

Laterais
- O Juba é um construtor nato. Eu vejo ele rendendo muito mais na primeira linha, ou até no meio de campo, do que na ponta. O Juba faz sentido se você tiver um 9, pelo cruzamento. Mas ele tem muito bom passe, acha construções que não é todo jogador que vai achar. O Ryan também está voltando agora, e em emergências temos Rezende e Cicinho, que já fizeram essa função. Estamos avaliando a condição do Juba. Mas vamos ter que suportar até o dia 10 [de julho]. A partir dali vamos ter condições de trocar, de intercalar jogos. O Juba vem muito bem nessa função, e em alguns jogos estamos soltando mais ele para ganhar amplitude.

Poucos cartões e parte mental
- Quando o jogo está 1 a 1 e você precisa ganhar, você abre mão dos cartões. Não tem como pensar nisso. Tem que pensar só nos três pontos. Se for possível você pensa em tirar um jogador para não perder, mas hoje, com o jogo vivo até o minuto 85, não teve como pensar isso. Mas é um time que tem se ajustado muito em proximidade de linhas, e isso faz com que a gente tome menos cartões.

Mentalidade vencedora
- Acho que a alegria deles em trabalhar todos os dias. Eles vão lá no CT com prazer. Vejo que eles fazem sempre sorrindo, sempre bem. Caio contagia todo mundo. Tem que tomar o Rivotril dele para ficar calmo. O Everton feliz para caramba. O Biel, que poderia ter mais minutos, mas faz a diferença nos 30 minutos que joga. Os resultados ajudam, claro. Mas só ajudam se você trabalhar todos os dias. O mundo mudou muito da minha época para hoje, mas temos que sempre tentar evitar a derrota. Temos que ir jogar contra o Flamengo no Rio e tentar jogar. Achar uma maneira de sobreviver ao jogo. Claro que vai ter cansaço, mas eu não gosto de perder em minha vida. Acho que consegui transmitir isso para eles. Hoje o Bahia com a estrutura que oferece… temos que tentar melhorar nossos campos, todo mundo trabalhando para melhorar, vamos ajudar o Bahia a ficar nessa parte da tabela.

Faria algo diferente no segundo tempo
- Acho que mais ofensivo do que a gente ficou eu não consigo. Poderia empilhar atacantes, mas aí ficaria desorganizado, vira desespero. Tem limite, né!? Acho que o De Pena poderia ter se infiltrado um pouco mais. Ele ficou um pouco para trás e dificultou a gente. Mas arriscar mais que isso, não.