Por g1


TV estatal do Irã divulga vídeo de drones usados em ataque contra Israel

TV estatal do Irã divulga vídeo de drones usados em ataque contra Israel

Dezenas de drones do modelo Shahed-136 foram utilizados pelo Irã no ataque a Israel neste sábado (13), segundo a agência de notícias iraniana IRNA. O ataque foi uma retaliação ao bombardeio israelense à embaixada iraniana na Síria, que matou comandantes da Guarda Revolucionária no início do mês. Veja imagens do Shahed-136 acima.

O Shahed-136 é um drone-kamikaze não tripulado em formato de asa delta. Segundo a agência Reuters, seu design confere a ele uma baixa assinatura radar e sua principal característica é a combinação de design em asa delta e capacidade de voo em baixa altitude, o que dificulta drasticamente a detecção por radares de sistemas de defesa aérea.

Segundo o Army Technology, site de notícias especializado em armamentos, o drone de ataque portátil pode carregar até 40 quilos de ogivas na seção do nariz e ser montado e lançado a partir de um caminhão militar ou comercial.

Drones usados pelo Irã nos Ataques — Foto: Reprodução

O drone foi criado pela Shahed Aviation Industries, do Irã, e fabricado pela Corporação de Indústrias de Fabricação de Aeronaves iraniana (HESA, em inglês).

Além dos drones Shahed-136, o Irã também lançou mísseis balísticos contra Israel, que teve alarmes de bombardeio acionados por todo o país. Autoridades dizem que Israel está em "alerta máximo".

Veja as características técnicas do Shahed-136:

  • Alcance: de 1.000 a 1.500 km.
  • Velocidade máxima: 185 km/h.
  • Peso: 200 quilos.
  • Comprimento: 3,5 metros.
  • Largura: 2,5 metros.
  • Início da fabricação: 2021.

As informações técnicas sobre o Shahed-136 são do site Army Technology e da Royal United Services Institute (Rusa).

Uma vez lançado, o Shahed-136 segue um caminho pré-programado, que pode incluir o máximo de curvas e desvios possível para dificultar as defesas aéreas, de acordo com a Reuters.

O Irã vendeu drones Shahed-136 para a Rússia utilizar na guerra contra a Ucrânia. Segundo a Reuters, o drone foi usado em diversos ataques russos ao longo do conflito.

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Conheça o drone Shahed-136, utilizado pelo Irã para atacar Israel. — Foto: Arte/g1

O que se sabe sobre o ataque do Irã

  • O Irã enviou drones para atacar o território de Israel neste sábado.
  • Os drones podem demorar horas para chegar até o alvo.
  • Pessoas no Iraque, país vizinho do Irã que fica no caminho para Israel, afirmam que viram mais de 20 drones nos ares.
  • As forças de defesa israelenses afirmaram que estão preparadas para o ataque.
  • O ataque é uma retaliação do Irã contra Israel: em 1º de abril, a embaixada iraniana na cidade de Damasco, na Síria, foi atingida, e sete pessoas morreram —entre elas, um comandante sênior da Guarda Revolucionária do Irã.

Mísseis Shahed-136, utilizados pelo Irã em ataque a Israel em 13 de abril de 2024. — Foto: Reprodução/TV SSN do Irã

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Ataque do Irã a Israel

O Irã enviou drones e mísseis para atacar o território de Israel neste sábado (13), disseram militares israelenses. Os drones vão demorar horas para alcançar o território israelense, o que não havia acontecido até a última atualização desta reportagem.

O porta-voz das Forças de Defesa de Israel, Daniel Hagari, e a Guarda Revolucionária do Irã confirmaram a informação.

Segundo o Canal 12, de Israel, o Irã lançou dezenas de drones e mísseis, num total de cem artefatos. Alguns teriam sido derrubados pelas Forças do país quando sobrevoavam a Síria e a Jordânia - antes, portanto, de chegarem ao espaço aéreo israelense. A previsão é que os drones cheguem a Israel às 20h deste sábado (ou 2h da madrugada deste domingo no horário local).

As sirenes dos locais que vão ser atingidos vão soar, e o sistema de defesa israelense está de prontidão, de acordo com pessoas do exército --já há aeronaves israelenses posicionadas.

Imagem da cidade de Tel Aviv na noite do dia 13 de abril de 2024, quando o Irã enviou drones para atacar Israel — Foto: Reprodução vídeo/Reuters

Três fontes da agência de notícias Reuters no Iraque afirmaram que viram mais de 20 drones voando na região de Sulaymaniya vindos da direção do Irã. O Iraque e a Jordânia fecharam seus espaços aéreos.

Trata-se de uma retaliação depois de um bombardeio no dia 1º de abril contra o consulado iraniano em Damasco, na Síria, em que um comandante sênior das Guardas Revolucionárias do Irã foi morto. O ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amirabdollahian, disse que "os avisos necessários foram dados aos Estados Unidos" sobre o ataque de retaliação. Após o Irã colocar os drones no ar, a Casa Branca afirmou que o ataque vai se desenrolar durante horas.

Antes mesmo do ataque, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que Israel estava de prontidão para um ataque direto do Irã e que responderia da mesma forma.

"Nossos sistemas de defesa estão em prontidão e estamos preparados para qualquer cenário", disse ele.

Segundo fontes da agência de notícias Reuters, autoridades de defesa da Jordânia decretaram estado de emergência e afirmaram que estão prontas para interceptar e derrubar drones que invadirem seu espaço aéreo (um drone que decola do Irã e tem Israel como alvo precisa passar pela Jordânia).

País já vinha se preparando há dias

O país já estava se preparando e "monitorando de perto um ataque planejado" de Irã ou um de seus grupos aliados há dias, disse o ministro da Defesa israelense Yoav Gallant.

Segundo autoridades israelenses, após o Irã prometer responder ao bombardeio israelense à embaixada iraniana na Síria, que matou comandantes da Guarda Revolucionária, um ataque era iminente.

As forças estão em "alerta máximo" e dezenas de aviões foram lançados e estão de prontidão em caso de ataque, disse o porta-voz do comando militar israelense Daniel Hagari.

Gallant disse ainda que as tropas israelenses devem acatar quaisquer ordens que possam ser emitidas pelo Comando da Frente Interna militar, que mapeia mísseis recebidos e outras ameaças aéreas para que o público saiba se deve se abrigar.

O comando da Frente Interna das Forças de Defesa (IDF, em inglês) de Israel proibiu reuniões de mais de 1.000 pessoas em todo o país.

Irã dispara drones contra Israel — Foto: Arte/g1

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Apreensão de navio

A Guarda Revolucionária iraniana apreendeu um navio de carga português neste sábado (13) no Estreito de Ormuz, afirmou a agência de notícias estatal iraniana IRNA.

Um helicóptero das forças especiais da Marinha da Guarda abordou o navio de carga português, chamado MSC Aries, e o levou para águas territoriais do Irã. Segundo a Guarda Revolucionária, a embarcação está "ligada a Israel".

A MSC, que opera o Aries, confirmou a apreensão e disse que trabalha com as autoridades competentes para o regresso seguro do navio e o bem-estar dos seus 25 tripulantes.

Em rede social, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, disse que Teerã pratica pirataria e que deveria ser sancionado por isso.

Irã diz ter apreendido 'navio ligado a Israel'

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“O regime do aiatolá de Khamenei é um regime criminoso que apoia os crimes do Hamas e que está conduzindo uma operação pirata que viola o direito internacional”, disse Katz no X.

“Apelo à União Europeia e ao mundo livre para que declarem imediatamente o corpo da Guarda Revolucionária Iraniana como uma organização terrorista e para que sancionem agora o Irão.”

Já o porta-voz militar de Israel, o contra-almirante Daniel Hagari, disse que “o Irã sofrerá as consequências por escolher agravar ainda mais esta situação”.

A MSC aluga o navio Aries da Gortal Shipping, uma afiliada da Zodiac Maritime, disse a Zodiac em comunicado. De acordo com a empresa, a MSC é responsável por todas as atividades do navio. A Zodiac é parcialmente propriedade do empresário israelense Eyal Ofer.

Helicóptero passa sobre o navio MSC Aries — Foto: AFP/Divulgação

Escalada de tensão

A crise começou depois que autoridades iranianas acusaram Israel de um bombardeio ao consulado do país na Síria, que matou um comandante e outros seis oficiais da Guarda Revolucionária Iraniana. O governo israelense não assumiu a autoria.

Os EUA posicionaram navios de guerra para proteger Israel.

O presidente americano Joe Biden avisou que a retaliação ao bombardeio aconteceria e alertou ao Irã que não ataque. Biden ainda garantiu que Washington vai proteger Israel.

Por precaução, vários países como França, Reino Unido, Alemanha e Rússia pediram aos cidadãos que evitem viagens para a região.

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