Por g1


Luzes no céu de Israel mostram interceptação de drones iranianos

Luzes no céu de Israel mostram interceptação de drones iranianos

O Irã enviou drones e mísseis para atacar Israel neste sábado (13). Os drones demoraram horas para alcançar o território israelense. Pouco antes das 20h (2h da madrugada de domingo no horário de Israel) foram ouvidas diversas explosões na cidade de Jerusalém. Além disso, as sirenes de aviso soaram em quase todo o país.

Por volta das 19h, o Irã anunciou que havia concluído os ataques contra Israel e que atacaria novamente caso Israel respondesse.

Cerca de uma hora depois, militares de Israel sinalizaram o fim da ameaça representada pelos mísseis e drones iranianos. O Exército informou que não era mais necessário que os moradores se abrigassem.

Israel pediu à ONU uma reunião do Conselho de Segurança. O encontro deve ocorrer neste domingo (14) às 17h de Brasília (16h em Nova York).

O porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês), Daniel Hagari, e a Guarda Revolucionária iraniana confirmaram que o ataque partiu do Irã.

Segundo a IDF, o Irã lançou mais de 300 drones. Alguns foram derrubados pelas Forças israelenses, pelos Estados Unidos, pelo Reino Unido e pela Jordânia antes de chegarem ao espaço aéreo israelenses.

A IDF afirmou que mais de dez mísseis e dezenas de drones foram interceptados antes de chegarem ao país. Ainda há aviões no ar interceptando os artefatos iranianos.

Trata-se de uma retaliação depois de um bombardeio no dia 1º de abril contra o consulado iraniano em Damasco, na Síria, em que um comandante sênior das Guardas Revolucionárias do Irã foi morto. O ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amirabdollahian, disse que "os avisos necessários foram dados aos EUA" sobre o ataque de retaliação. Após o Irã colocar os drones no ar, a Casa Branca afirmou que o ataque vai se desenrolar durante horas.

O que se sabe sobre o ataque do Irã

  • O Irã enviou dezenas drones para atacar o território de Israel neste sábado.
  • Os drones demoraram horas até chegar ao alvo.
  • No caminho, uma parte dos drones e dos mísseis foi derrubada por aeronaves de Israel, dos Estados Unidos, do Reino Unido e da Jordânia.
  • Perto das 20h, as primeiras explosões e sirenes de aviso foram ouvidas em Israel.
  • Até a última atualização desta reportagem, o balanço que Israel fez dos danos causados pelo ataque foi o seguinte: uma criança de dez anos ficou ferida e uma base do exército israelense foi levemente atingida.
  • As primeiras explosões e as sirenes de aviso foram ouvidas por volta de 20h (2h de domingo em Israel).
  • As forças de defesa israelenses afirmaram que estavam preparadas para o ataque.
  • O ataque é uma retaliação do Irã contra Israel: em 1º de abril, a embaixada iraniana na cidade de Damasco, na Síria, foi atingida, e sete pessoas morreram —entre elas, um comandante sênior da Guarda Revolucionária do Irã.
  • Às 19h, ainda antes de os artefatos chegarem a Israel, a missão do Irã na ONU afirmou que o ataque estava encerrado, referindo-se a ele com uma "ação legítima".

Durante as horas de ataque, a IDF afirmou que esteve em alerta máximo e monitorou constantemente a situação. No fim, pediu para que as pessoas em Israel sigam instruções do comando e os anúncios oficiais.

Antes mesmo do ataque, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que Israel estava de prontidão para um ataque direto do Irã e que responderia da mesma forma. "Nossos sistemas de defesa estão em prontidão e estamos preparados para qualquer cenário", disse ele.

Daniel Hagari, o porta--voz da IDF, afirmou que o país se defendeu com toda sua força.

Uma garota foi atingida por estilhaços de um projétil interceptador na região do deserto de Negev (uma área onde há muitas bases militares de Israel). Uma base militar foi levemente atingida.

Por volta de 21h45 de Brasília (3h45 de domingo em Israel) os militares israelenses falaram que a população não precisava mais buscar abrigos, sinalizando que a ameaça havia passado.

O presidente dos EUA, Joe Biden, conversou com Benjamin Netanyahu após os ataques.

TV estatal do Irã divulga vídeo de drones usados em ataque contra Israel

TV estatal do Irã divulga vídeo de drones usados em ataque contra Israel

O que vai acontecer depois dos ataques?

Israel pediu uma reunião de emergência no Conselho de Segurança na ONU.

Antes disso, representantes do Irã na ONU afirmaram que atacaram em retaliação ao bombardeio do consulado em Damasco e que, agora, a questão está concluída —a não ser que Israel "cometa outro erro". Eles também afirmaram que esse é um conflito entre eles e Israel, e que os EUA devem manter distância da disputa.

A Guarda Revolucionária publicou dois comunicados. No primeiro, diz que qualquer ameaça dos EUA e de Israel "será respondida de forma recíproca". No segundo, afirma que, se o "governo terrorista dos EUA" apoiar ou participar de um ataque contra o Irã, "vai ter uma resposta contundente das Forças Armadas do Irã".

O ministro de Defesa do Irã, Mohammad Reza Ashtiani, afirmou que eles vão atacar qualquer país que abrir seu espaço aéreo para Israel poder retribuir contra o território iraniano.

O Ministério de Relações Exteriores publicou um comunicado na mesma linha: "O Irã não vai hesitar ao tomar mais medidas defensivas para garantir seus interesses legítimos contra qualquer agressão militar".

O Canal 12, de Israel, afirmou que conversou com um oficial das forças israelenses que pediu para não ser identificado e disse que o país tem planos para dar uma "resposta significativa" para o ataque "sem precedentes".

Outras frentes

Depois do anúncio do ataque, o Hezbollah, um grupo libanês aliado do Irã, afirmou que disparou foguetes contra bases israelenses.

Os rebeldes houthis do Iêmen que, assim com o Hezbollah, são aliados do Irã, também dispararam projéteis contra os israelenses, segundo o jornal "Times of Israel".

Iranianos comemoraram ataque

Comemoração em Teerã após ataques a Israel — Foto: Majid Asgaripour/West Asia News Agency/Via Reuters

Em Teerã, houve comemoração durante a madrugada pelo ataque contra Israel. Há fotos de multidões com bandeiras da Palestina na frente da embaixada do Reino Unido.

Também houve uma concentração na Praça Palestina e na frente à Universidade de Teerã. As pessoas dispararam fogos de artifício, cantaram "morte a Israel" e elogiaram a Guarda Revolucionária por executar o ataque.

Netanyahu convocou gabinete de guerra

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu esteve com seu gabinete de guerra após o Irã anunciar o ataque.

Benjamin Netanyahu faz reunião em Tel Aviv durante ataque do Irã contra Israel, em 13 de abril de 2024 — Foto: Reprodução

Israel já vinha se preparando há dias

O país já estava se preparando e "monitorando de perto um ataque planejado" de Irã ou um de seus grupos aliados há dias, disse o ministro da Defesa israelense Yoav Gallant.

Segundo autoridades israelenses, após o Irã prometer responder ao bombardeio israelense à embaixada iraniana na Síria, que matou comandantes da Guarda Revolucionária, um ataque era considerado iminente.

Gallant disse ainda que as tropas israelenses devem acatar quaisquer ordens que possam ser emitidas pelo Comando da Frente Interna militar, que mapeia mísseis recebidos e outras ameaças aéreas para que o público saiba se deve se abrigar.

O comando da IDF de Israel proibiu reuniões de mais de 1.000 pessoas em todo o país.

Irã dispara drones contra Israel — Foto: Arte/g1

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Imagem da cidade de Tel Aviv na noite do dia 13 de abril de 2024, quando o Irã enviou drones para atacar Israel — Foto: Reprodução vídeo/Reuters

Apreensão de navio

A Guarda Revolucionária iraniana apreendeu um navio de carga português neste sábado (13) no Estreito de Ormuz, afirmou a agência de notícias estatal iraniana IRNA.

Um helicóptero das forças especiais da Marinha da Guarda abordou o navio de carga português, chamado MSC Aries, e o levou para águas territoriais do Irã. Segundo a Guarda Revolucionária, a embarcação está "ligada a Israel".

A MSC, que opera o Aries, confirmou a apreensão e disse que trabalha com as autoridades competentes para o regresso seguro do navio e o bem-estar dos seus 25 tripulantes.

Em rede social, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, disse que Teerã pratica pirataria e que deveria ser sancionado por isso.

Irã diz ter apreendido 'navio ligado a Israel'

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“O regime do aiatolá de Khamenei é um regime criminoso que apoia os crimes do Hamas e que está conduzindo uma operação pirata que viola o direito internacional”, disse Katz no X.

“Apelo à União Europeia e ao mundo livre para que declarem imediatamente o corpo da Guarda Revolucionária Iraniana como uma organização terrorista e para que sancionem agora o Irão.”

Já o porta-voz militar de Israel, o contra-almirante Daniel Hagari, disse que “o Irã sofrerá as consequências por escolher agravar ainda mais esta situação”.

A MSC aluga o navio Aries da Gortal Shipping, uma afiliada da Zodiac Maritime, disse a Zodiac em comunicado. De acordo com a empresa, a MSC é responsável por todas as atividades do navio. A Zodiac é parcialmente propriedade do empresário israelense Eyal Ofer.

Escalada de tensão

A crise começou depois que autoridades iranianas acusaram Israel de um bombardeio ao consulado do país na Síria, que matou um comandante e outros seis oficiais da Guarda Revolucionária Iraniana. O governo israelense não assumiu a autoria.

Os EUA posicionaram navios de guerra para proteger Israel.

O presidente americano Joe Biden avisou que a retaliação ao bombardeio aconteceria e alertou ao Irã que não ataque. Biden ainda garantiu que Washington vai proteger Israel.

Por precaução, vários países como França, Reino Unido, Alemanha e Rússia pediram aos cidadãos que evitem viagens para a região.

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