07/07/2016 18h52 - Atualizado em 07/07/2016 18h52

Representante da Agência Nacional de Águas avalia situação do Rio Acre

Entidade avalia alternativas para evitar desabastecimento em Rio Branco.
Nível do Rio Acre chegou a 1,88 m nesta quinta-feira (7).

Do G1 AC

Acre pode decretar Estado de Emergência devido a seca do Rio Acre (Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre)Acre pode decretar Estado de Emergência devido a seca do Rio Acre (Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre)

O superintendente da Agência Nacional de Águas (ANA), Rodrigo Flesha, esteve em Rio Branco, nesta quinta-feira (7) para avaliar a situação do Rio Acre, cujo nível chegou a 1,88 m na capital. O representante da ANA visitou as estações de tratamento de água (ETA I, ETA II) para ver como funciona o processo de captação de água.

O motivo da visita é garantir que a população acreana não fique sem água devido à seca do rio. O Departamento Estadual de Pavimentação e Saneamento (Depasa), traça alternativas para que o abastecimento não seja interrompido.

O governador do Acre, Tião Viana, assinou, no último dia 1°, o decreto de situação de alerta devido à seca do Rio Acre.

Segundo Flesha, é necessário avaliar a situação para garantir que a população não fique sem água. O governo do Acre juntamente com a ANA vai preparar um relatório técnico para falar sobre a situação em que as estações de água estão. O documento vai conter as propostas para minimizar os danos causados pela seca em relação ao abastecimento de água.

 Nível baixo do Rio Acre revela acúmulo de lixo em Rio Branco
Além da seca, o manancial que abastece a maior parte da população do estado sofre com a poluição.

O catraieiro Mário Lúcio de Melo Sobrinho, transporta pessoas de uma margem para outra do rio há 25 anos, e diz que tem lixo e esgoto por toda parte.

"A gente tem que desviar da sujeira. Desce muita imundice nesse rio. Vemos muitas coisas assim jogadas aqui (no rio)", diz. O catraieiro fala ainda que com o nível baixo do rio, o movimento de passageiros diminui. "As pessoas não querem passar pelo rio, porque fica muito longe da escadaria, aí acabam preferindo ir pela ponte mesmo", relata.

O pescador Agimiro Oliveira de Carvalho diz que não é apenas lixo e sujeira que fica aparente no rio com o nível da água tão baixo. Além disso, Carvalho afirma que a atividade de pesca fica comprometida.

"Tem muito esgoto, muito mesmo. De mil a 2 mil metros, a gente encontra três ou quatro esgotos. Fora que está ruim de peixe, porque o rio está baixo e não deu peixe esse ano para abastecer tudo", reclama.

A bióloga, Nadir Dantas, explica que a concentração de poluentes pode aumentar devido à quantidade do volume de água. "Está diretamente relacionada, e, consequentemente, por estar mais seco nós podemos ver os resíduos sólidos que são jogados nos rios. Muitas vezes a gente vê até carro e sofá", diz.

Nadir ressalta que é importante a colaboração de todos para preservar os recursos hídricos. "Nós todos dependemos da água e dos recursos hídricos. A sociedade precisa estar para tomar as decisões. Existem várias ações, como não jogar lixo nas ruas, que no final vai parar nos rios, economizar água e toda essa questão de consciência ambiental", conclui.

Colaborou Leandro manhães, da Rede Amazônica Acre.

tópicos:
veja também