Conforme as mudanças climáticas se intensificam, as inundações se tornam desastres cada vez mais comuns. E, se evitar o colapso climático ainda é possível, também se torna necessário se adaptar aos efeitos que já estão aqui – sobretudo com a ajuda de tecnologias inovadoras.
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A empresa espanhola de software quântico Multiverse Computing é uma das comprometidas em achar soluções para ao menos amenizar desastres climáticos. A startup recebeu 100 mil libras, o equivalente a R$ 611 mil, da Innovate UK, agência do governo britânico para fomento à inovação. O financiamento será usado para melhorar a avaliação do risco de inundações usando computação quântica.
A Multiverse Computing vai colaborar com a Oxford Quantum Circuits (OQC), sediada no Reino Unido, e a Moody's Analytics, sediada nos EUA. Juntos, o trio usará a computação quântica para compreender os desafios computacionais na modelagem de inundações em grande escala, e desenvolver novos modelos de previsão que avaliem os riscos com mais precisão e eficiência.
Os métodos atuais têm sido limitados pelo aumento do custo computacional de execução de simulações sofisticadas em grandes áreas em alta resolução, especialistas afirmam ao The Next Web. Mas, de acordo com Sergio Gago, Diretor Geral de Quantum e GenAI da Moody’s, o surgimento de novas tecnologias, como a computação quântica, apresenta oportunidades significativas de avanço.
“Especificamente, há um potencial promissor na aplicação do aprendizado de máquina quântica (QML) para desenvolver emuladores como alternativas aos modelos tradicionais baseados na física”, disse Gago. Da mesma forma, Enrique Lizaso Olmos, fundador e CEO da Multiverse Computing, acredita que a maior precisão e eficácia de uma abordagem quântica poderia contribuir para os esforços de adaptação às alterações climáticas.
A startup espanhola é a contratada principal do projeto, e estará por trás do desenvolvimento do software e do algoritmo quântico. A OQC fornecerá o hardware quântico necessário, enquanto a Moody's contribuirá com insights sobre indústria, dados e eficiência computacional.
Se for bem sucedido, o projeto passará para a Fase 2 no próximo ano e o orçamento pode chegar a 1,2 milhões de libras (R$ 7,34 milhões).
O Departamento de Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais do Reino Unido será o primeiro cliente a receber a solução que será elaborada, buscando uma melhor adaptação a eventos climáticos extremos resultantes das mudanças climáticas. De acordo com as estimativas da Moody’s, o Reino Unido sofre anualmente mais de 700 milhões de libras (R$ 4,2 bilhões) em perdas econômicas devido a inundações.
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