Como o Moinhos de Vento desenvolve tecnologia para cuidar de pessoas fora e dentro do hospital

Com robôs de última geração, o Moinhos de Vento faz cirurgias altamente sofisticadas e inéditas

Por Silvia Kochen


Negócios 360º - Saúde Época Negócios
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Melhores da Saúde
1˚ Hospital Moinhos De Vento
2˚ Odontoprev
3˚ Grupo Santa Casa Bh
4˚ Grupo Fleury
5˚ Grupo Sabin
6˚ Hospital Albert Einstein
7˚ Unimed Piracicaba
8˚ Unimed-Bh
9˚ Hcor
10˚ Dasa

Moinhos de Vento
Data de fundação: 1927
Nº de funcionários: 4.418
Sede: Rio Grande do Sul
Receita líquida 2022: R$ 1,2 bilhão
Origem do capital: Brasil

Mohamed Fayed Parrini Mutlaq
Cargo: Presidente
Formação: Economia
Idade: 49
Desde quando está na presidência da Empresa: 2016

Nada a ver com Dom Quixote, o personagem de Cervantes e seus moinhos de vento – ou gigantes a serem batidos, no seu delírio. Quixotesco, no dicionário, é alguém impulsivo, sonhador, desligado da realidade. O Hospital Moinhos de Vento, ao contrário, tem pés fincados no chão, no mundo real e na ciência. Foi assim batizado porque está no bairro de mesmo nome em Porto Alegre, antiga trilha percorrida por famílias de imigrantes açorianos rumo às plantações de trigo e aos moinhos. Inaugurado em 1927 como Hospital Alemão, o Moinhos de Vento assumiu a atual identidade a partir de 1942, durante a Segunda Guerra Mundial, em reação contra o nazismo de Hitler.

Às portas do centenário, o Moinhos construiu uma história de inovação e alto nível em medicina, oficialmente reconhecido. É, entre seis hospitais no país, o único fora de São Paulo credenciado como de excelência pelo Ministério da Saúde no Proadi-SUS (Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde). Os outros são Albert Einstein, BP – Beneficência Portuguesa, Oswaldo Cruz, HCor e Sírio-Libanês. O programa permite a esses hospitais destinarem valores devidos em tributos, como PIS e Cofins, a projetos de pesquisa e capacitação para aprimorar os serviços ao SUS. Nos anos de 2021 e 2022, o hospital obteve imunidade de R$ 200 milhões, dos quais já foram desembolsados R$ 113 milhões. Nos 13 anos de participação no programa, o valor foi de R$ 700 milhões.

Desenvolver tecnologia para cuidar de pessoas tanto fora como dentro do hospital é o foco do Moinhos. Com a revolução digital, o mundo da saúde será menos centrado em hospitais, segundo o economista Mohamed Fayed Parrini Mutlaq, presidente executivo do hospital. “No futuro, a atenção básica, muito mais barata, poderá resolver boa parte dos problemas.” A telemedicina, prática consolidada durante a pandemia, é um exemplo. A meta do Moinhos é tratar 40% dos pacientes fora do hospital.

Da porta para dentro, muito investimento em tecnologia. E os resultados aparecem. Só em 2022, foram 809 cirurgias robóticas, com dois procedimentos inéditos na América Latina. Num, o uso de robô para biópsia de lesão cerebral. Noutro, uma neurocirurgia de implante de parafusos para, assim, estabilizar vértebras da coluna lombar.

Algumas das estrelas: o robô Da Vinci completou no ano sua milésima cirurgia, o Rosa Knee, a sua centésima. E mais um nome chegou, com a aquisição do Versius, capaz de oferecer visualização de imagens em 3D e maior precisão em cirurgias. Ao mesmo tempo, o Centro de Inovação Atrion, criado em 2021, busca conexões com healthtechs para soluções inovadoras em saúde. Em 2022, foi lançado o programa Atrion Arena, de investimento em startups.

Com essas ferramentas, o Moinhos cumpre uma prioridade, a de reter pacientes e evitar, assim, a transferência a outros centros no Brasil ou exterior. O hospital tem postos em cinco pontos da região metropolitana de Porto Alegre e oferece cursos de graduação em enfermagem, residência médica e MBA e especializações na área de saúde.

No Moinhos trabalham 4.418 colaboradores, dos quais 3.734 médicos ativos. “Nossa política é inclusiva a ponto de termos pessoas de quatro gerações, de 18 a 70 anos”, diz Parrini. Há uma atenção especial ao apoio profissional do corpo clínico. Um exemplo são os programas de especialização no Johns Hopkins Medicine International dos Estados Unidos, ao qual o Moinhos é filiado desde 2013.

Uma grande equipe: 3,7 mil é o número de médicos ativos no Moinhos de Vento

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