Como a Rhodia avança no campo da sustentabilidade com fios biodegradáveis

A Rhodia lança produtos capazes de não deixar resíduos e assume papel de vanguarda na política de diversidade

Por Márcio Ferrari


Negócios 360º - Química e Petroquímica Divulgação
audima

A pesquisa Época NEGÓCIOS 360º avaliou 410 empresas com faturamento de ao menos R$ 250 milhões em 2022. Além da Empresa do Ano, também foram escolhidas as melhores companhias em 24 setores. Conheça, a seguir, a vencedora no setor de Química e Petroquímica. A edição do Anuário 360º já está nas bancas, no site e no aplicativo Globo +.

Melhores de Química e Petroquímica
1˚Rhodia
2˚Unipar
3˚Enaex Brasil
4˚Elekeiroz
5˚Innova

Rhodia
Data de fundação: 1919
Nº de funcionários: 1.731
Sede: São Paulo
Receita líquida 2022: R$ 6,5 bilhões
Origem do capital: Bélgica

Daniela Manique
Cargo: Presidente
Formação: Engenharia
Idade: 49
Desde quando está na presidência da Empresa: 2018

Quem vê os lançamentos mais recentes da Rhodia entende a razão de ela ser, além de mais uma vez campeã de Química e Petroquímica do Época NEGÓCIOS 360º, também a primeira no setor em Visão de Futuro, com uma produção muito voltada à preservação do ambiente. É o caso de um inovador fio de poliamida 100% biodegradável em ambiente marinho. Também na área têxtil, saiu da prancheta um fio com aditivos capazes de acelerar a decomposição em aterros sanitários. E a eliminação de geradores de poluentes orienta o portfólio de solventes com base em etanol. Até o final de 2023, está prevista a chegada de uma linha de produtos 100% neutros de carbono, a primeira com essa característica no Brasil. Uma série de ações já haviam permitido alcançar em 2020 o índice de 95% de neutralização de carbono na fábrica de Paulínia (SP), a principal da empresa.

Com essas inovações, a Rhodia avança no campo da sustentabilidade, considerado prioridade por Daniela Manique, presidente da empresa e do grupo Solvay para a América Latina. O Solvay, grupo belga ao qual a Rhodia pertence, passa em 2023 por uma divisão em duas empresas. Uma delas mantém o nome Solvay e a outra passa a se chamar Syensqo, mais voltada para commodities, à qual se filia a companhia brasileira. O peso da Rhodia nas operações da controladora passará de 6% para cerca de 25% na América Latina. Daniela acumula, em 2023, mais uma função, como presidente da Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química). É a primeira mulher a ocupar o cargo da entidade, fundada há 60 anos.

Prioridade na Rhodia também é a segurança dos funcionários, item sensível em companhias do setor, dado o extremo cuidado necessário no trato da matéria-prima usada na produção. A unidade de Paulínia alcançou a marca de 0,1% de acidentes por horas trabalhadas, de acordo com metodologia da OSHA (Occupational Safety and Health Administration), dos Estados Unidos. Para dar ideia do avanço: a média do grupo Solvay no mundo é 0,34. A unidade emprega cerca de mil pessoas, das quais 90 contratadas para seus 12 laboratórios, incluindo o de biotecnologia industrial, onde são desenvolvidos projetos a partir da biomassa.

No programa de inovação aberta Birds, voltado sobretudo a tecnologia da informação, há várias parcerias com startups. Favorecem não só o surgimento de novos itens como a forma correta de produção. Um exemplo é a solução para reduzir a emissão de CO2 nas operações de logística. Paralelamente, a Rhodia age além da linha de produção nos temas ambientais ao contribuir diretamente na recuperação da biodiversidade da Mata Atlântica, no entorno do complexo de Paulínia. Das 183 espécies animais e vegetais catalogadas em 2022, houve um salto para 270 em 2023.

“ESG agora é moda, mas o programa Solvay One Planet já existe desde 2008”, diz Daniela. É um projeto estruturado em três categorias principais – clima, recursos e uma vida melhor. Em 2021, a Rhodia foi a primeira empresa brasileira a instituir a licença-coparental, e além disso se destaca no campo da diversidade. “Eu brinco que devemos balancear mais o conselho diretor, integrado por quatro mulheres e dois homens”, afirma Daniela. Não, não é para ter mais homens, daí a brincadeira para levar a um assunto bem sério. “Nós avançamos muito na paridade de gêneros, mas ainda estamos aquém da presença desejada de negros entre nossos colaboradores, de modo a refletir a composição da população brasileira.”

Negócios 360º - Química e Petroquímica — Foto: Época Negócios
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