Em quatro anos de operação, marketplace integrado do Banco Inter gera R$ 12 bilhões em vendas

A plataforma online começou com recarga de celular e gift card, e hoje conta com 131 lojas dentro do app do banco digital, além de outras 337 marcas parceiras para compras no site com cashback

Por , Época NEGÓCIOS


Marcela Zonis, diretora do Marketplace do Banco Inter Divulgação
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"Por que limitar a minha oferta de produtos e serviços a produtos financeiros?". Foi com essa pergunta inquieta que o CEO do Banco Inter, João Vitor Menin, lançou a ideia de um marketplace integrado ao aplicativo do banco, em 2019. Marcela Zonis, hoje diretora do e-commerce, foi a encarregada de tocar o projeto, que estava pronto para sair do papel em março de 2020. “Parece que passa um filme na minha cabeça. Quando começamos era, de fato, uma folha em branco. Conversamos com muitas marcas parceiras para pensar o que iríamos vender. Não ia ser um investimento, nem um seguro ou serviço financeiro", contou a executiva, em entrevista a Época NEGÓCIOS.

Segundo ela, a resposta veio dos próprios clientes, analisando onde eles estavam gastando seu dinheiro. "A ideia era trazer o que eles já consumiam, sem sair do aplicativo", destacou. A partir da percepção de que tinham uma relação muito profunda e de confiança com os usuários e muita informação, surgiu a solução pioneira em bancos digitais.

Quando lançaram o marketplace, em 2020, haviam duas verticais de negócios: uma em parceria com as Casas Bahia, onde seria possível comprar produtos da marca, como celulares, móveis e eletrodomésticos, e outra voltada a viagens. Por conta da pandemia da Covid-19, a primeira deslanchou com o boom de compras virtuais e para casa, e a segunda ficou mais para frente. No primeiro ano do projeto, a companhia alcançou R$ 1 bilhão.

"O crescimento foi muito rápido, estávamos no lugar certo. Mas a beleza é que não foi só a pandemia. Ela foi um empurrão inicial que incentivou os clientes a testarem mais e estarem com a cabeça aberta. Desde então, vemos uma curva constante de crescimento", destacou Marcela.

Superapp

Em quatro anos de operação, o marketplace já movimentou R$ 12 bilhões em vendas e está dentro do guarda-chuva de serviços do banco, que representa uma receita total de 30%. São 131 lojas vendendo dentro do app e mais de 1 milhão de produtos, de parceiros como Samsung, Electrolux, Casas Bahia e Carrefour. Além disso, o Inter conta com 337 parcerias para compras em sites com cashback, com destaque para Magalu, Amazon, Booking, Shopee e Aliexpress.

Outra vertical do e-commerce inclui recarga de celular, gift cards, viagens (passagens aéreas e de ônibus, reserva de hotéis e aluguel de carros), programas de benefícios em restaurantes, plataforma de cursos online, telefonia móvel e outros. O portfólio e a experiência completa são oferecidos apenas para clientes do banco, explicou Marcela, mas qualquer pessoa pode ter uma 'degustação' da plataforma online. Atualmente, 10% da clientela de 30 milhões da companhia usa de fato a solução integrada, mas a expectativa é crescer mais.

"Deixamos de ser apenas um banco e nos tornamos um super app financeiro. Veio para ficar, faz parte do DNA da companhia. Fomos inovadores no modelo de negócio e tivemos a sorte de pegar um boom de digitalização", destacou Marcela.

Entre os diferenciais da plataforma está o fato de ser integrada e oferecer uma experiência personalizada, graças ao uso da inteligência artificial. A tecnologia vem sendo utilizada para a segmentação dos clientes em grupos de interesse, e a ideia "é caminhar para uma loja totalmente personalizada, em nível de CPF", conta Marcela.

Nova campanha

O reposicionamento é foco de uma nova campanha da marca, chamada “Você não sabia que precisava, até ser Inter”, que estreou nesta semana no formato de game show, comandado pela atriz e apresentadora Tatá Werneck.

Apostas para 2024

Neste ano, o desafio é a integração dos dois mundos: os produtos financeiros e não financeiros dentro do app. Uma das apostas do ano é o "crediário digital", para que o cliente possa financiar o consumo do varejo dentro do marketplace sem usar o limite do cartão de crédito.

Em expansão para os EUA, o plano do Inter é levar o portfólio completo do banco. "Se você olha para o sistema financeiro americano, ele é muito pior. Então, pensamos: por que não levar todo nosso arcabouço do Brasil para lá? Não podemos nos intimidar, é uma oportunidade real de levar nossa tecnologia", disse Marcela.

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