Bitcoin dispara 4% após dado de inflação abaixo do esperado nos EUA

Entre os fundos negociados em bolsa (ETFs) de bitcoin à vista, ontem foi registrado um saldo líquido negativo de US$ 200,4 milhões. A maior parte das saídas veio do GBTC, da Grayscale, que teve um excesso de saques em relação a depósitos de US$ 121 milhões. Outro fundo que teve um forte fluxo negativo foi o FBTC, da Fidelity, com retiradas de US$ 56,5 milhões.

Perto das 10h06 (horário de Brasília) o bitcoin sobe 4% em 24 horas, cotado a US$ 69.427 e o ether, moeda digital da rede Ethereum, tem alta de 3,1% a US$ 3.648, conforme dados do CoinGecko. O valor de mercado somado de todas as criptomoedas do mundo é de US$ 2,66 trilhões. Em reais, o bitcoin apresenta valorização de 3,51% a R$ 373.662, enquanto o ether avança 3% a R$ 19.590 de acordo com valores fornecidos pelo MB.

Entre as altcoins (as criptomoedas que não são o bitcoin), a solana (SOL) tem alta de 4,3% a US$ 160,42, o BNB (token da Binance Smart Chain) avança 3,4% a US$ 628,87 e a avalanche (AVAX) dispara 5,2% a US$ 33,48.

Além do dado cheio menor do que o esperado, o CPI de maio também mostrou um núcleo da inflação (excluindo preços mais voláteis como alimentos e energia) crescendo menos do que se projetava. O núcleo do CPI avançou 0,2%, contra um consenso de 0,3%. A inflação americana está em 3,3% na base anual, menos do que os 3,4% que eram esperados para maio, porém ainda bem acima dos 2% que são a meta do Fed.

Segundo Tasso Lago, especialista em criptomoedas e fundador da Financial Move, os dados são extremamente positivos para o mercado, que ainda espera dois cortes de juros este ano. “Concatenando para se posicionar com bons ativos em 2024, destaco Stacks (STX), um token de segunda camada do bitcoin aprovado pela [Comissão de Valores Mobiliários dos EUA] SEC. Ether também é um token para ficar de olho, uma vez que o seu ETF está indo a mercado, o que vai gerar uma pressão de compra”, afirma.

Usando análise técnica, Fernando Pereira, analista da Bitget, diz que mesmo com o índice S&P 500 – principal benchmark do mercado de ações dos EUA – subindo e rompendo máximas, o bitcoin não tem conseguido sair da zona de consolidação atual. “Com as taxas de juros sendo mantidas e um possível discurso mais leve (devido aos atuais cortes de juros europeus), é provável que o S&P 500 decole em uma alta de 5% nos próximos dias, mas que o BTC novamente não saia da zona de US$ 68 mil a US$ 71 mil”, avalia.