A Boeing teve o seu plano de segurança para a retomada dos aviões 737 MAX recusado pela Administração Federal da Aviação dos Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês).
A crise dos modelos 737 MAX se iniciou em março de 2019, após dois acidentes fatais que mataram centenas de pessoas: o da Ethiopian Airlines e o da Alaska Airlines. E se agravou novamente em 2024, depois que um avião Boeing da Alaska Airlines perdeu a porta durante voo. Desde então, a companhia enfrenta restrições para o voo e a produção das aeronaves, e vem tentando encontrar soluções para os problemas mecânicos apresentados pelos modelos da família 737.
O plano recusado nesta quinta-feira (30) pela FAA dizia respeito aos problemas de segurança e qualidade da fuselagem de modelos 737 Max 9. Na prática, a Boeing segue proibida de aumentar a sua produção.
Em nota, o chefe da FAA, Mike Whitetaker, disse que a entidade vem tentando desde o acidente de 5 de janeiro de 2019 aumentar a sua vigilânciacom relação aos problemas de segurança da Boeing. Nos últimos 90 dias, a entidade aumentou a sua inspeção de segurança nas fábricas e paralisou o aumento de produção da companhia.
"Hoje, nós revisamos os planos da Boeing para implementar um novo padrão de segurança e enfatizamos que eles devem realizar medidas corretivas para efetivamente transformar a sua cultura de segurança", afirmou o chefe da FAA.
Segundo o executivo, a FAA fará de tudo para que as correções feitas sejam efetivas e que o plano apresentado não significa um fim à supervisão da Boeing e seus fornecedores, mas "estabelece um novo padrão de negócios" para a companhia.
Um dos últimos incidentes envolvendo a companhia foi a queda de uma porta de emergência opcional que caiu em meio a um voo da Alaska Airlines.
A crise se prolonga com a saída do CEO, Dave Calhoun, planejada para o fim do ano e a queda de mais de 31% nos preços das ações em 2024.
Diante dos problemas dos últimos anos, a autorização para aumentar a produção e a aprovação do plano de segurança poderiam significar uma reviravolta para a companhia, que depende da linha 737 para boa parte da sua geração de receita