![Deezer muda identidade visual e anuncia foco em 'experiências musicais' — Foto: Divulgação/Deezer](https://cdn.statically.io/img/s2-epocanegocios.glbimg.com/XIHvM4wwkV0f6DEoYjXkm_3y4xk=/0x0:1200x580/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_e536e40f1baf4c1a8bf1ed12d20577fd/internal_photos/bs/2023/7/s/EAS2slSfGI7ODPkR0evw/1200-x-580-pixel-no-logo.png)
A Deezer apresentou nesta terça-feira (07) ao mercado uma nova identidade visual e logomarca, além de mudanças no aplicativo de streaming de música. Com o reposicionamento, a companhia francesa busca se consolidar como uma plataforma de "serviços e experiências musicais". As mudanças foram anunciadas no Deezer Drop, evento comemorativo em Paris, na França.
Além do rebranding, o aplicativo também terá novos recursos. Um deles, a ser lançado ainda este mês, é o Shaker, que vai permitir o compartilhamento de playlists com até 40 pessoas, mesmo que elas não sejam usuários da Deezer.
As mudanças no app vão aparecer para os usuários a partir desta terça. O objetivo, segundo Maria Garrido, CMO global da Deezer, é deixar a navegação "mais leve" e com menos atritos. A cor predominante será a roxa.
"Não é somente sobre uma mudança na marca. Estamos entrando em uma nova era para o Deezer. Nossa origem é como uma plataforma digital de streaming. Mas o caminho que estamos tomando é de ser uma plataforma de serviços e experiências ao redor da música, dedicada a fãs, artistas e parceiros estratégico," diz Garrido.
Segundo a executiva, o foco da empresa, daqui para frente, inclui a oferta de mais serviços que sejam oferecidos fora do app, como em festivais e shows. Além de ações interativas em eventos, a empresa começou a testar um recurso de venda de ingressos pelo app, que está em fase piloto no mercado francês.
Foco em música, incluindo serviços
A Deezer não abriu o quanto irá investir nas novas campanhas e recursos. Com capital aberto na Euronext, maior bolsa de valores da zona do euro, a empresa reportou no último trimestre 120,7 milhões de euros em receita, alta de 5,5% em relação ao mesmo período do ano passado.
No balanço apresentado ao mercado, a plataforma indica que também houve um ganho de 600 mil assinantes entre julho e setembro. Aos investidores, aponta que o fortalecimento de parcerias é uma das estratégias para crescer no próximo ano, o que inclui acordo feito no Brasil, como o realizado com o Mercado Livre, no Meli+.
A nova identidade vem na esteira de uma série de ferramentas que a Deezer tem lançado no aplicativo, o que inclui jogos, quizzes e experiências de karaokê. Outro novo recurso foi o Flow, sistema de inteligência artificial que gera sugestões personalizadas com base nos gostos e humores do usuário.
Para o próximo ano, a empresa pretende dar mais ênfase a eventos de fãs, segundo a diretora global de Marketing da Deezer. Ela diz que o foco é ampliar a presença da empresa a partir de diferenciais voltados para música, o core business do negócio.
Concorrência no mercado de streaming
Lançado em 2007, a Deezer foi a segunda plataforma a lançar o modelo de streaming de áudio, um ano depois do Spotify. O modelo, que se consolidou, oferece acesso ilimitado a um banco de músicas por uma assinatura mensal.
Ao longo da última década e meia, o mercado cresceu com gigantes de tecnologia que embarcaram no setor e passaram a oferecer o serviço, como Amazon, Apple e Tencent. Globalmente, o espaço da Deezer encolheu - hoje, a empresa tem 1,5% do total de 616,2 milhões de assinantes de streaming musical, segundo relatório da consultoria MIDiA Research, que acompanha o mercado global.
Mark Mulligan, cofundador da MIDiA Research e responsável pela pesquisa, aponta, em relatório, para a tendência de um crescimento menor do setor no próximo ano, o que deveria ser um "catalisador" para empresas do ramo. "O que precisa vir a seguir, especialmente nos mercados desenvolvidos: encontrar nichos de crescimento a partir da diferenciação", indica.
A expectativa da consultoria é que haja desaceleração nos mercados maduros de streaming de música, em contraste com crescimento mais dinâmico em outras regiões. Em 2021, o lucro gerado por assinaturas foi de US$ 12,9 bilhões, segundo a consultoria.