Cultura
Por — Belo Horizonte

Após a repercussão da suspensão do livro "O Menino Marrom", de Ziraldo, nas escolas municipais de Conselheiro Lafaiete, na região central de Minas, a prefeitura anunciou, na tarde desta quinta-feira, ações pedagógicas para "evitar interpretações equivocadas" da obra. As atividades envolvendo o livro tinham sido suspensas no município devido a reclamações de pais nas redes sociais. Ouça a reportagem completa abaixo:

No novo comunicado divulgado pelo prefeito Mário Marcus, a Secretaria Municipal de Educação de Conselheiro Lafaiete afirmou que a decisão foi tomada apenas temporariamente, até que seja elaborado um plano de trabalho com o propósito de promover uma abordagem pedagógica mais clara e objetiva. Por exemplo, serão realizadas reuniões com diretores e analistas educacionais para orientar as equipes pedagógicas.

O prefeito também anunciou uma live e rodas de conversa entre professores e pais na próxima semana sobre a obra. Por fim, a prefeitura reforçou que os exemplares do "O Menino Marrom" continuam em posse dos alunos e das famílias.

Lançado em 1986, o livro de Ziraldo levanta questões relativas ao preconceito. A obra trata a relação de amizade entre o menino marrom e o menino cor-de-rosa, além do dilema deles sobre as cores.

No caso da polêmica em Conselheiro Lafaiete, alguns pais usaram as redes sociais para contestar trechos do livro. Como, por exemplo, a parte na qual as duas crianças decidem fazer um "pacto de sangue" para eternizar a amizade. Mas, na verdade, elas usam tinta azul. Na visão de alguns pais de alunos, esse trecho pode incentivar a violência e ações agressivas entre crianças.

Por outro lado, a suspensão das atividades gerou reações favoráveis à obra, que partiram de outros pais de estudantes da cidade. O historiador César Willer de Sousa, que também é professor da rede municipal de Conselheiro Lafaiete e pai de uma aluna, disse que é injustificável a intervenção.

"A minha filha ficou até chateada, porque ela queria fazer a avaliação. Eu já tinha o lido o livro com ela e a gente foi buscar entender o que gerou a suspensão. São palavras muito caras para determinados grupos, especialmente o do fundamentalismo religioso. Eu tenho a orientação inicial e não tinha qualquer referência a tempo ou a temporalidade, simplesmente era a suspensão de qualquer atividade sobre a obra. É salutar acabar com a suspensão do livro e que ele volte a ser trabalhado na sala de aula", disse.

Na visão do escritor Léo Cunha, curador da programação infanto-juvenil do Festival Literário Internacional de Araxá, o qual tem o cartunista Ziraldo como patrono, é positiva a decisão da prefeitura de dialogar com a comunidade escolar sobre a obra.

"É preciso conversar, discutir e principalmente entender que um livro de literatura infantil e juvenil é uma obra narrativa, é uma obra de arte. Ou seja, ela não é uma obra que está ali para ser um manual de boas maneiras, de bom comportamento. Então, tem personagens nos livros que vão fazer coisas erradas, que vão ser enganar. A literatura fala do mundo, fala da vida, fala das nossas dúvidas, dos nossos anseios, dos nossos erros, dos nossos acertos. Para existir uma literatura de qualidade sempre tem o conflito e sempre tem alguma coisa que vai levar a história adiante", avaliou.

O escritor, desenhista, chargista, caricaturista e jornalista mineiro Ziraldo morreu em abril deste ano, aos 91 anos. Além do "Menino Marrom", o artista se dedicou a outros livros direcionados ao público infantil.

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