Irmãos adquirem apartamentos vizinhos idênticos e decoram de forma bem diferente; compare

A planta ampla permitiu a integração total do primeiro andar, onde as áreas sociais ficam dispostas de maneira fluida - este mesmo conceito foi empregado nos dois projetos. Outra solução similar foi expor as lajes originais, dando um aspecto quase industrial ao décor - desta vez, mais evidente no apartamento de Rafael do que de Renata.

Para a morada da irmã, inclusive, Bruno buscou soluções que suavizassem o décor. Dessa maneira, abusou das tonalidades claras, como o verde menta, nas paredes e nos revestimentos, além de apostar em móveis com traços delicados e formas mais delgadas.

A marcenaria, inclusive, é um capítulo à parte. O arquiteto desenhou a estrutura para organizar e setorizar os ambientes. É o caso das duas cozinhas, isoladas por portas de correr. Com o mesmo layout, as diferenças se dão nos acabamentos. Enquanto, no apartamento de Rafael, o painel de revestimento ao fundo harmoniza com a paleta cromática mais neutra; no dúplex de Renata, tonalidades vibrantes tomando conta do frontão.

Na sequência, o arquiteto deslocou as duas áreas de serviço para a lateral com a intenção de melhorar a circulação na área de preparo de alimentos.

Para completar, desenhou painéis de madeira que escondem a cozinha, o lavabo e o acesso à escada e ao segundo piso, onde fica a ala íntima. Rafael ganhou superfícies pintadas de cinza escuro, enquanto Renata optou por verde menta.

No segundo andar, as suítes exibem cores e materiais totalmente diferentes. Para o irmão, o cinza impera, como nos outros detalhes do restante do décor. Enquanto para a irmã, o rosa foi a pedida certa para harmonizar com os terrosos.

Mas não parou por aí. “Ali, o mood retrô se dá por conta da madeira e serralheria presentes no quarto, mas esse estilo conseguiu conversar com o ar moderno em outros pontos do ambiente”, completa Bruno.

Segundo Bruno, um dos desafios de realizar os dois projetos ao mesmo tempo foi equilibrar prazos e orçamentos. Outro ponto fundamental foi trabalhar com as novas estruturas - bastante modificadas da planta original do prédio - e propor layouts semelhantes, respeitando ainda a individualidade e a personalidade de cada um dos moradores.

“Os acabamentos, o moodboard, as cores e a decoração são bem diferentes, pois cada morador tem um jeito de viver... Diferenciar essas personalidade, inclusive, é também um desafio”, conclui.