Arte

Por Redação


Iniciada neste sábado, a 60ª edição da Bienal de Veneza destaca os outsiders do universo da arte. Com tema Foreigners Everywhere (“Estrangeiros em Todos os Lugares”, em tradução livre), o evento, que se estende até 24 de novembro, almeja dar voz a grupos anteriormente marginalizados, como imigrantes, expatriados, pessoas queer e indígenas. Neste ano, a Bienal conta com um detalhe ainda mais especial: ela é liderada pelo brasileiro Adriano Pedrosa, diretor do MASP.

Para te ajudar a fazer o seu roteiro do evento, a Casa Vogue separou 10 pavilhões nacionais que merecem a sua atenção na Bienal de Veneza de 2024:

1) Pavilhão do Brasil (Pavilhão Hãhãwpuá)

Ziel Karapotó – Cardume, 2023 — Foto: Divulgação
Ziel Karapotó – Cardume, 2023 — Foto: Divulgação

Com o artivismo indígena como foco, o espaço brasileiro foi batizado de Pavilhão Hãhãwpuá – o nome significa “terra” na língua patxohã e é usado pelos Pataxó para se referirem ao território ancestral que, depois da colonização, ficou conhecido como Brasil. O espaço será ocupado pela mostra Ka'a Pûera: nós somos pássaros que andam, com curadoria de Arissana Pataxó, Denilson Baniwa e Gustavo Caboco Wapichana. Além da exposição, o pavilhão conta com a instalação Okará Assojaba e com a videoinstalação Dobra do tempo infinito, de Glicéria Tupinambá, com a videoinstalação Equilíbrio, de Olinda Tupinambá, e com a instalação Cardume, de Ziel Karapotó.

2) Pavilhão de Luxemburgo

Pensado para funcionar como uma infraestrutura de transmissão de som, o Pavilhão de Luxemburgo, recebe a instalação A Comparative Dialogue Act (Uma Lei de Diálogo Comparativo, em tradução livre), composta por “paredes sonoras” que funcionam como instrumentos. Projetado pela artista Andrea Mancini e pelo coletivo Every Island, o espaço engloba uma série de residências artísticas, criando apresentações diversas durante todo o evento, com a colaboração inovadora entre quatro artistas emergentes de diversas origens: a musicista e performer espanhola Bella Báguena, a artista transdisciplinar francesa Célin Jiang, a artista turca Selin Davasse e artista sueca Stina Fors.

3) Pavilhão do Japão

A exposição "Moré Moré" preenche o Pavilhão do Japão — Foto: Andrea Avezzù/Cortesia da Bienal de Veneza
A exposição "Moré Moré" preenche o Pavilhão do Japão — Foto: Andrea Avezzù/Cortesia da Bienal de Veneza

Preenchido com som, luz, movimento e aroma, o Pavilhão do Japão foi inspirado nos mecanismos usados ​​nas estações de metrô de Tóquio para impedir vazamentos de água. O espaço é formado por uma rede de tubos e cabos entrelaçados, trazendo conscientização sobre cooperação – e como emergências e crises podem servir como um catalisador para a inovação e a criatividade. Criada pela artista visual Yuko Mohri, a instalação foi intitulada Moré Moré (ou Vazando, em tradução livre).

4) Pavilhão da França

O Pavilhão da França foi organizado pelo artista Julien Creuzet — Foto: Reprodução/Instagram @julien.creuzet
O Pavilhão da França foi organizado pelo artista Julien Creuzet — Foto: Reprodução/Instagram @julien.creuzet

O Pavilhão da França, criado pelo artista Julien Creuzet, transporta os visitantes para uma espécie de ambiente aquático. O espaço, onde histórias, simbolismo e tradições se cruzam, apresenta mais de 80 esculturas, além de redes coloridas que se entrelaçam pelo ambiente – e se assemelham a seres marinhos fitomórficos. O artista traz ao pavilhão referências de ambientes diversos, desde Martinica à África, propondo uma viagem de reconexão com os sentidos.

5) Pavilhão da Holanda

O Pavilhão da Holanda é composto por esculturas feitas pelo Coletivo CATPC — Foto: Divulgação/Bienal de Veneza
O Pavilhão da Holanda é composto por esculturas feitas pelo Coletivo CATPC — Foto: Divulgação/Bienal de Veneza

O Pavilhão da Holanda está ligado à história e atuação do CATPC (Cercle d’Art des Travailleurs de Plantation Congolaise), um coletivo de artistas de trabalhadores congoleses de plantações. Desde 2014, ao criar e vender obras de arte no exterior, o CATPC vem comprando de volta suas terras ancestrais e transformando-as em agroflorestas biodiversas. Em 2017, em parceria com o artista holandês Renzo Martens, o CATPC abriu um centro de arte chamado White Cube. E, para a Bienal, o coletivo apresenta novas esculturas feitas com argila das antigas florestas perto de Lusanga, na República Democrática do Congo, que depois foram retrabalhadas com óleo de palma e cacau em Amsterdã.

6) Pavilhão da Austrália

Vencedor do Leão de Ouro, o Pavilhão da Austrália foi projetado pelo artista Archie Moore — Foto: Reprodução/@ausatvenice
Vencedor do Leão de Ouro, o Pavilhão da Austrália foi projetado pelo artista Archie Moore — Foto: Reprodução/@ausatvenice

Homenageada com o Leão de Ouro de Melhor Participação Nacional, a exposição Kith and Kin do artista Archie Moore para o Pavilhão da Austrália homenageia a história e cultura dos povos das Primeiras Nações da Austrália. Desenhado à mão de forma meticulosa, o espaço abriga a linha genealógica do artista, que abrange mais de 2.400 gerações, e 65.000 anos. Ao mesmo tempo que explora a sua relação (e de todos os australianos) com seus antepassados ​​das tribos Kamilaroi e Bigambul, o projeto também ilustra o apagamento sofrido pelas comunidades indígenas por conta do processo de colonização.

7) Pavilhão Tcheco

O Pavilhão Tcheco conta a história da girafa Lenka — Foto: Divulgação/Bienal de Veneza
O Pavilhão Tcheco conta a história da girafa Lenka — Foto: Divulgação/Bienal de Veneza

Construído para inspirar uma forma diferente de relação entre o ser humano e a natureza, o projeto The Heart of a Giraffe in Captivity is Twelve Kilos Lighter, que ocupa o Pavilhão Tcheco, conta a história da girafa Lenka, que foi capturada no Quênia em 1954 e levada para o Zoológico de Praga, onde sobreviveu por apenas dois anos. Criada pela artista Eva Koťátková, o trabalho reimagina o fato através de um encontro poético e corporificado, sendo o pavilhão ocupado por túneis de tecido que simbolizam partes do corpo de Lenka.

8) Pavilhão da Itália

O Pavilhão da Itália foi criado pelo artista Massimo Bartolini — Foto: Andrea Avezzù/Cortesia da Bienal de Veneza
O Pavilhão da Itália foi criado pelo artista Massimo Bartolini — Foto: Andrea Avezzù/Cortesia da Bienal de Veneza

Com instalação de Massimo Bartolini, o Pavilhão da Itália convida os visitantes a um momento de reflexão profunda – e como a escuta é importante para a resolução de conflitos. Um Bodhisattva Pensativo é a primeira figura que toma conta do espaço, sendo embalado por uma composição composta por Caterina Barbieri e Kali Malone. O centro do pavilhão abriga uma escultura circular, criada para servir como espaço de encontro e meditação. Na saída, o passeio se encerra com o Virgin Garden, uma composição de Gavin Bryars que incentiva novas conexões entre a humanidade e o meio ambiente.

9) Pavilhão de Taiwan

Através de uma instalação artística e um vídeo, Yuan Goang-Ming convida os visitantes a refletir sobre a presença da guerra na vida cotidiana no Pavilhão de Taiwan. O espaço, composto por uma sala escura, uma mesa posta da Ikea com pratos vazios e uma tela, onde passa a obra audiovisual Everyday Maneuverde, também de Yuan Goang-Ming, que documenta o exercício anual de ataque aéreo de Wanan em Taipei.

10) Pavilhão da Sérvia

A mostra "Exposition Coloniale", de Aleksandar Denić — Foto: Cortesia de Aleksandar Denić
A mostra "Exposition Coloniale", de Aleksandar Denić — Foto: Cortesia de Aleksandar Denić

A mostra Exposition Coloniale, do artista multidisciplinar Aleksandar Denić, para o Pavilhão da Sérvia evoca uma identidade pessoal e nacional que se perdeu. Logo na entrada do pavilhão, uma inscrição identifica o espaço: Jugoslávia. Ao entrar, o visitante se depara com um espaço recheado de objetos e experiências que trazem recordações e um sentimento de deja vú. Todos os detalhes são construídos como um cenário de filme que evocam a memória do artista.

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